Produtoras rurais têm dia de imersão em estudos da Fazenda Água Limpa
O Instituto Movimento, em parceria com a Secretaria da Mulher (SMDF), realizou nesta sexta-feira (19), a 4ª Visita Técnica do projeto Agropecuária Sustentável: Mulheres Transformando o Campo. A ação levou mulheres para um dia de imersão nas práticas sustentáveis da Fazenda Água Limpa (FAL), da Universidade de Brasília (UnB). Durante a visita, as participantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto os projetos de pesquisa da UnB em diversas áreas, como fruticultura com manejo de pomares; produção de hortaliças; técnicas de piscicultura; criação sustentável de ruminantes; e uso de maquinário agrícola. Os temas foram abordados com foco no controle ecológico de pragas e em técnicas sustentáveis que podem ser implementadas nas propriedades. "As mulheres aprendem na prática sobre o preparo do solo, criação de gado, corte, leite, ovinos e manuseio de máquinas" Celina Leão, vice-governadora A vice-governadora do DF, Celina Leão, afirmou que a iniciativa visa fomentar a participação feminina no agronegócio sustentável. “Temos minicursos e também visitas técnicas até a Fazenda Água Limpa. As mulheres aprendem na prática sobre o preparo do solo, criação de gado, corte, leite, ovinos e manuseio de máquinas. O nosso compromisso é oferecer ferramentas para que cada vez mais mulheres possam liderar e prosperar, transformando o setor rural do DF." A Secretária da Mulher, Giselle Ferreira, explicou que o projeto abre muitas possibilidades para as mulheres que já trabalham com a agricultura ou que desejam ingressar na área. “As alunas contam com transporte, lanche e toda a estrutura necessária para a realização do curso. A ação traz inclusão e geração de renda para as produtoras rurais. Elas aprendem novas tecnologias e se qualificam ainda mais para o mercado de trabalho”, relatou. Maria Auxiliadora Fernandes: "Eu amo estar em contato com a natureza e com os animais. Isso é bom para o corpo e a mente, além de melhorar a nossa qualidade de vida e saúde" | Foto: Divulgação/SMDF A produtora rural Maria Auxiliadora Fernandes trabalha no campo há 15 anos e falou sobre a importância do programa. “Essa visita é muito importante para se qualificar e aprender mais sobre o campo. As mulheres têm capacidade de ser agricultoras. Aqui eu aprendo coisas novas. Eu amo estar em contato com a natureza e com os animais. Isso é bom para o corpo e a mente, além de melhorar a nossa qualidade de vida e saúde”. A programação inclui informações sobre a história da Fazenda Água Limpa e a contribuição da UnB para o avanço da agropecuária de base sustentável no país. A visita foi guiada por um engenheiro agrônomo, com o suporte de professores da universidade, assegurando um alto nível técnico e educativo. Ao final do evento, todas participantes recebem um certificado de participação por e-mail. Ao longo de sua execução, o projeto já alcançou um público de mais de 400 pessoas, somando participantes de palestras em escolas, minicursos e visitas técnicas. Sobre o projeto [LEIA_TAMBEM]O Agropecuária Sustentável: Mulheres Transformando o Campo tem como objetivo capacitar mulheres de áreas rurais do Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride), promovendo a adoção de práticas agrícolas sustentáveis. A iniciativa é uma parceria do Instituto Movimento Brasil com a Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF) e tem apoio do Grupo de Estudos em Horticultura da Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade de Brasília (FAV UnB), que visa fortalecer o protagonismo feminino no setor agropecuário, ao oferecer capacitação técnica e prática por meio de minicursos, visitas técnicas e palestras. *Com informações da SMDF
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GDF aprova regimento interno da Câmara Setorial da Fruticultura
O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), publicou nesta segunda-feira (8) a Portaria nº 331/2025, que aprova o regimento interno da Câmara Setorial da Fruticultura do Distrito Federal (CSF/DF). A medida regulamenta o funcionamento do colegiado, criado para fortalecer a cadeia produtiva da fruticultura na região. A CSF/DF funcionará como um espaço de diálogo entre governo, produtores rurais, empresários, trabalhadores, fornecedores e consumidores, promovendo a integração de diferentes agentes do setor. O objetivo é propor soluções para o aprimoramento da produção e comercialização de frutas, estimulando tanto o mercado interno quanto a expansão para novos mercados, além de gerar emprego, renda e qualidade de vida no Distrito Federal. O regimento estabelece que a Câmara Setorial ficará sob supervisão da Seagri-DF e será formada por representantes de órgãos públicos e entidades privadas | Foto: Divulgação/Seagri-DF Para o secretário de Agricultura, Rafael Bueno, a criação e regulamentação da Câmara representam um marco histórico para o setor agrícola do DF. Segundo ele, a iniciativa reforça o compromisso do GDF em apoiar os produtores rurais, oferecendo mais organização à cadeia produtiva, apoio institucional e abertura de novos mercados. “A fruticultura é atualmente uma das atividades de maior crescimento no campo brasiliense, com destaque para culturas como goiaba, abacate, mirtilo, morango, uva e maracujá. Com a atuação da CSF/DF, a expectativa é ampliar a competitividade dos produtores locais, garantir mais renda no campo e consolidar o DF como referência nacional na produção de frutas de qualidade”, destacou o secretário. “Nosso papel será diagnosticar os desafios do setor, acompanhar as políticas públicas e propor medidas que ajudem a tornar a fruticultura do DF mais competitiva e sustentável, sempre incentivando a troca de conhecimento entre todos os envolvidos”, afirmou o subsecretário de Políticas Econômicas Agropecuárias, Antônio Barreto. O regimento estabelece que a Câmara Setorial ficará sob supervisão da Seagri-DF e será formada por representantes de órgãos públicos e entidades privadas. A presidência e a vice-presidência caberão ao setor privado, enquanto a secretaria-executiva ficará, preferencialmente, com o setor público. Os mandatos terão duração de um ano, renováveis, e o colegiado deverá se reunir quatro vezes por ano, com possibilidade de encontros extraordinários. Também poderão ser criadas comissões especiais para tratar de temas específicos da fruticultura. *Com informações da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF)
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Produção agrícola do DF movimentou mais de R$ 5,8 bilhões em 2024 com alta dos setores de frutas, flores e pecuária
O Distrito Federal movimentou mais de R$ 5,8 bilhões de valor bruto da produção agrícola (VBP) no ano passado, em uma área produtiva de 204 mil hectares. Os dados estão presentes no relatório anual da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). O resultado foi puxado pela alta de três setores: fruticultura, floricultura e pecuária - que, sozinha, arrecadou R$ 2,19 bilhões. Incentivo à diversificação de culturas é um dos fatores que resultam nos números positivos obtidos pelo DF | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília Os números representam a soma de seis cadeias produtivas do agro brasiliense: olericultura, grandes culturas, fruticultura, floricultura, silvicultura e pecuária. Segundo o presidente da Emater-DF, Cleison Duval, os indicadores apontam que o DF se mantém como referência nacional em agropecuária, graças ao incentivo à diversificação das culturas e implantação de tecnologias, além do suporte técnico oferecido a todos os produtores rurais do Quadradinho. “O DF continua sendo um expoente da agropecuária nacional, e estamos avançando também na agroindustrialização da produção”, enfatiza Duval. “Esse trabalho tem sido apoiado pelo governador Ibaneis Rocha, com a criação de grupos institucionais em prol de cadeias produtivas. Fizemos isso com a Rota da Uva e do Vinho; agora estamos trabalhando com a Rota do Queijo, valorizando a cadeia do queijo artesanal do DF, e vamos continuar avançando.” Em alta De todos os setores, a floricultura teve a maior alta registrada, com aumento de 29,39% no valor bruto de produção. Em 2024, o comércio de flores, plantas ornamentais e arranjos arrecadou mais de R$ 265 milhões - com destaque para as forrações, palmeiras e plantas de vaso em geral -, enquanto, em 2023, o resultado foi de R$ 205 milhões. [LEIA_TAMBEM]O segundo maior aumento ocorreu em fruticultura. De 2023 para 2024, o valor arrecadado passou de R$ 233 milhões para R$ 274 milhões, com alteração positiva de 18,43%. O maior resultado foi obtido pelo abacate convencional, com R$ 65,3 milhões e produção de 6,6 mil toneladas. “Na fruticultura, houve um aumento gradativo da área plantada com frutas no DF, com o abacate, goiaba, banana, açaí, mirtilo, pitaia, entre outros”, enumera Duval. “São frutas que antes não eram muito difundidas entre os produtores rurais, mas que a Emater, no seu trabalho de avaliação de mercado, indicou aos agricultores para que pudessem plantar para obter uma renda melhor para ele e sua família.” O plantio de frutas tem se expandido no DF com apoio do projeto Rota da Fruticultura, à frente do qual estão Emater-DF, Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O objetivo é a expansão da produção dos alimentos no DF, para gerar emprego e renda na região rural por meio da diversificação e implantação de novas culturas. Por fim, a pecuária teve crescimento de 4,54% na arrecadação no ano passado, com R$ 2,19 bilhões - equivalente a um terço do total bruto obtido pelo campo brasiliense. “Os principais produtos dessa cadeia são os ovos férteis, a suinocultura e a bovinocultura. Os dois primeiros são os maiores e, juntos, chegam a quase R$ 1,6 bilhão do total da cadeia”, explica Duval. Variedade Goiaba: somente em 2024, produção da fruta alcançou mais de 7 mil toneladas em uma área total de 396 hectares A goiaba foi a fruta mais cultivada em 2024, com produção de 7.060 toneladas em 396 hectares. Segundo o relatório anual, a fruta tem o cultivo desenvolvido por 187 agricultores e alcançou a arrecadação bruta de mais de R$ 30,3 milhões no ano passado - menos que a metade do obtido pelo plantio de abacate. O agricultor Assis Rosário, de 50 anos, começou o plantio da goiaba em 2020 com 1,2 mil pés da variedade Cortibel RG, conhecida pela alta produtividade, boa qualidade e resistência pós-colheita. Hoje, Assis conta com 1,7 mil pés e uma área de plantio de 3 hectares, com produção média de 300 caixas de 20 kg por mês dedicada, principalmente, às vendas governamentais. “É uma planta perene”, aponta ele, que, antes de aderir ao cultivo da goiaba, trabalhava com hortaliças. “Você planta só uma vez e, com o manejo adequado, consegue colher todo mês, o ano todo, com um valor agregado no mercado. Tem uma saída muito boa e, com mais pés, conseguimos ter mais receita.” Cultivo orientado O agricultor Assis Rosário (E) produz, mensalmente, uma média de 300 caixas de 20 kg de goiaba: “Você planta só uma vez e, com o manejo adequado, consegue colher todo mês, o ano todo, com um valor agregado no mercado” Cada etapa do plantio e manejo das goiabeiras contou com apoio técnico da Emater-DF, que auxiliou Assis na aquisição de crédito com o programa Prospera, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet-DF). O agricultor teve dois anos de carência para iniciar o pagamento do empréstimo, ganhando fôlego para trabalhar e construir um negócio sustentável. “As árvores começaram a produzir com um ano e oito meses; então, quando paguei a primeira parcela, já estava há dois meses colhendo”, relata o agricultor. “Foi muito bacana, e hoje é a goiaba que mantém a gente aqui na roça. O apoio da Emater-DF foi essencial no no plantio, com a correção de solo, a marcação de área para plantio, a adubação. Estão presentes de todas as formas.” O engenheiro agrônomo Fernando Landim, extensionista da Emater-DF, destaca que as compras governamentais e as linhas de crédito são de suma importância para alavancar as produções. Atualmente, os agricultores do DF participam dos programas de Aquisição de Alimentos (PAA), Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e de Aquisição da Produção da Agricultura do DF (Papa), por meio de associações, e de modo individual do termo de adesão do PAA pelo Ministério do Desenvolvimento Social. “Trazemos para eles as diversas linhas de crédito que estão disponíveis, para que possam ter auxílio no desenvolvimento das plantações, além dos programas de compra, que são fundamentais para a comercialização da produção, porque pagam um preço justo aos agricultores”, explica Landim. “Ajudamos desde a inscrição dos produtores nos programas ao tratamento dos produtos, com a forma de seleção e entrega mais adequada, e a documentação para o processo.”
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Cartas de crédito impulsionam produção agrícola do DF com juros baixos
Governo do Distrito Federal · CARTAS DE CRÉDITO IMPULSIONAM PRODUÇÃO AGRÍCOLA DO DF COM JUROS BAIXOS O governador Ibaneis Rocha entregou cartas de crédito a produtores rurais durante a visita desta sexta-feira (23) à AgroBrasília 2025. O financiamento é uma forma de impulsionar a produção agrícola e fortalecer os trabalhadores e familiares do campo. Neste primeiro repasse de 2025, serão entregues 30 cartas de crédito, totalizando mais de R$ 3,5 milhões. Deste montante, R$ 2 milhões foram destinados especificamente para investimentos em fruticultura, com recursos provenientes de emenda da deputada federal Bia Kicis. O governador Ibaneis Rocha entregou, nesta sexta (23), na AgroBrasília, cartas de crédito a produtores rurais do DF | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília “Hoje, o produtor do Distrito Federal tem acesso a crédito mais barato do que em outras instituições financeiras e, com certeza, a produção rural aqui no Distrito Federal só vai crescer cada vez mais. A força do agro aqui, na capital da República, é muito grande e eu falo isso porque eu conheço desde os pequenos produtores até os maiores produtores rurais que nós temos aqui na região. E todos eles investem em tecnologia, melhoramento de solo e qualidade nos seus produtos”, enfatizou o governador Ibaneis Rocha. Nesta sexta-feira (23), foram beneficiados Ellen Souto, que implantará uma lavoura de mirtilo com investimento de R$ 169.341,52, e a Vinícola Oma Sena Vinhos e Vinhedos, que receberá R$ 250 mil para a aquisição de uvas viníferas. “Essas duas cartas de crédito simbolizam a primeira vez que um governo fez aporte no Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR)”, destacou o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno. O secretário Rafael Bueno diz que o governo atua para que o DF seja reconhecido no país como o melhor ambiente de ngócio para o setor agropecuário “As cartas têm um foco muito forte na fruticultura, que é um setor que está crescendo muito no Distrito Federal. E isso é fruto de um trabalho sério e orientado pelo nosso governador para que o agro cada vez mais seja sustentável aqui, que os produtores possam, de fato, abastecer a capital com geração de emprego e de renda, fazendo esse movimento que é tão importante, e deixando o DF sendo reconhecido no país como o melhor ambiente de negócio para o setor agropecuário”, acrescentou Bueno. Financiamento O Fundo Distrital de Desenvolvimento Rural (FDR) tem como missão apoiar investimentos agropecuários por meio de financiamento rural com juros extremamente baixos — apenas 3% ao ano. [LEIA_TAMBEM]Os valores do Fundo são sempre reinvestidos de duas formas: concessão de crédito aos produtores, com juros reduzidos, para financiamento de projetos agropecuários ou a compra de maquinários e implementos para serem disponibilizados às associações e cooperativas. Esse apoio financeiro, viabilizado tanto por emendas parlamentares quanto por recursos orçamentários, facilita o acesso de pequenos e médios produtores do Distrito Federal ao crédito rural, promovendo o aumento da produção e a melhoria da renda na agricultura familiar. Rota da Fruticultura A Rota da Fruticultura é uma ação do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional em conjunto com órgãos parceiros, associações e entidades locais. No DF, a iniciativa nasceu durante a AgroBrasília 2023, quando foi assinado um Acordo de Cooperação Técnica com a Codevasf, formalizando a atuação da Emater-DF e da Seagri no trabalho que vem sendo realizado junto aos produtores rurais do DF visando aumentar a produção de frutas, como açaí e mirtilo. Ela tem o objetivo de elaborar estratégias para aumentar a produção e o fornecimento de frutas para mercados internos e externos, gerar emprego e renda na região, promover o intercâmbio de experiências e tecnologias, diversificar e implantar novas culturas e fomentar e motivar novos agricultores na produção de frutas no DF e Entorno.
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Fruticultura cresce no DF e aposta em tecnologias para aumentar produtividade
Clima favorável, solo fértil e assistência técnica gratuita são algumas das condições que têm colocado o Distrito Federal no cenário nacional quando o assunto é produção de fruticultura. Em 2024, a área plantada de frutas cresceu 8,5% e chegou a 2,5 mil hectares, enquanto a produção saltou 6,9% em relação ao ano anterior, ultrapassando as 40 mil toneladas. Entre as frutas produzidas na capital federal, o maracujá tem ganhado destaque, se tornando referência no país pela qualidade e tecnologia empregadas pelos produtores rurais assistidos pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). “O DF é, sem dúvida, um celeiro de inovação na fruticultura”, diz o produtor Júlio Menegotto | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Segundo dados do Relatório de Informações Agropecuárias (RIA), em 2024 foram colhidas 3.929 toneladas de maracujá em 126 hectares plantados, o que representa mais de 5% de toda a produção frutífera do DF. Na propriedade do engenheiro agrônomo Júlio Menegotto, 47 anos, o cultivo da fruta se tornou um verdadeiro polo de inovação. O produtor conta com 13,5 hectares dedicados exclusivamente ao maracujá. Ele investe há décadas no aprimoramento genético e no desenvolvimento de técnicas que hoje servem de modelo para diversas regiões do país. “Aqui nasceram tecnologias como o adensamento da plantação, o uso de mudas de grande porte, o protetor de tronco e o sistema de irrigação por gotejamento com adubação na água”, explica o produtor. “Hoje, nosso maracujá, chamado de Imperador do Cerrado, é considerado superpremium, com casca fina, baixo teor de acidez e alto rendimento de polpa.” A adoção de mudões — mudas mais desenvolvidas, com cerca de 1,5 metro de altura — também é uma das tecnologias pioneiras no mercado que foi adotada pelo produtor. A técnica encurta o ciclo produtivo da planta e reduz a incidência de doenças. “A gente pega uma muda e leva pro campo quando já está envelhecida. Assim, a gente consegue desenvolver o sistema imunológico dela, se tornando muito mais resistente a ataques de doenças. Isso também faz com que a planta produza em pouco tempo”, esclarece Júlio. Para render maracujás de maior qualidade, a rotina requer a polinização manual — atribuição que precisa de mão de obra qualificada. “Um dos desafios é justamente a falta de pessoas capacitadas para atuar nessa etapa, tendo em vista que é tudo feito de maneira manual”, comenta o produtor. O coordenador do programa de Fruticultura da Emater-DF, Felipe Camargo, diz que é possível triplicar a produtividade, a partir de orientação técnica correta “É um trabalho delicado e que requer atenção diária. Por isso, damos preferência à contratação de mulheres para a polinização, porque elas são mais delicadas”, conta Júlio. De acordo com ele, as atividades na sua propriedade geram em torno de 40 empregos diretos e indiretos. Em períodos de pico, como setembro, novembro e fevereiro, são efetivados até sete trabalhadores por hectare. A Emater-DF, que oferece assistência técnica gratuita aos produtores, é uma das responsáveis por incentivar o crescimento da atividade. “O DF tem clima e solo ideais para o maracujá, especialmente em regiões como Sobradinho e Planaltina. Além disso, por ser uma fruta que depende de manejo manual, ela se encaixa perfeitamente no perfil da agricultura familiar”, explica o coordenador do programa de Fruticultura da empresa, Felipe Camargo. “Com orientação técnica correta, é possível até triplicar a produtividade.” O avanço do setor também tem sido impulsionado por iniciativas como a Rota da Fruticultura, promovida em parceria com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e a Secretaria de Agricultura. O projeto incentiva a diversificação de culturas no DF, com a introdução de frutas como mirtilo, framboesa, açaí e pitaya. [LEIA_TAMBEM]“A fruticultura no Distrito Federal tem se expandido com o apoio do Governo do Distrito Federal, especialmente por meio do projeto Rota da Fruticultura. Nesse projeto, o GDF, agora com o Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), fez um aporte de R$ 2 milhões para financiar projetos voltados à fruticultura, com juros bastante baixos, de 3% ao ano”, acrescenta o secretário da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF), Rafael Bueno. Além do mercado in natura, a propriedade de Júlio Menegotto aposta na transformação da fruta em produtos de valor agregado. Hoje, ele comercializa polpas com e sem sementes e, mais recentemente, lançou uma linha de geleias que já conquistou espaço nas redes de supermercados do DF. “Brasília tem um potencial enorme. As fábricas ainda estão concentradas fora da região, mas estamos mostrando que é possível inovar e agregar valor aqui mesmo”, afirma. A expectativa é de que a produção da propriedade alcance 1,2 milhão de toneladas neste ano, com distribuição para o DF, Goiás e São Paulo. E, com negociações em andamento para exportação, a meta é ainda maior. “O DF é, sem dúvida, um celeiro de inovação na fruticultura”, acrescenta Júlio. “Já temos demanda para exportação de polpa de maracujá do DF para a França e de mirtilo para os Emirados Árabes. Esperamos, nos próximos meses e anos, ampliar essa exportação para outros países”, conclui o secretário Rafael Bueno.
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AgroBrasília 2025 terá, entre os destaques, dez circuitos tecnológicos
De terça-feira (20) a sábado (24), durante a AgroBrasília — uma das maiores feiras do agronegócio do país —, a Emater-DF marca presença com dez circuitos tecnológicos repletos de soluções práticas e sustentáveis voltadas ao fortalecimento da produção rural. O tema desta edição é “Agro, oportunidade para todos” . Circuito da Aquicultura vai mostrar o uso de bioinsumos, o sistema de bioflocos para produção de juvenis de tilápia e reservatórios de irrigação para criação de peixes | Foto: Divulgação/Emater-DF Promovida pela Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), a Feira AgroBrasília 2025 tem entrada gratuita, das 8h30 às 18h, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci (BR-251, Km 5 - PAD-DF). Neste ano, os visitantes terão acesso a uma série de tecnologias que podem ser aplicadas especialmente em pequenas e médias propriedades, com o suporte de técnicos capacitados para explicar cada solução apresentada. "O evento é uma oportunidade para uma imersão em tecnologias acessíveis, sustentáveis e de impacto na produção, mostrando que o agro é um campo de oportunidades para todos os tamanhos de propriedade, seja para agricultores familiares, seja para patronais”, explica o presidente da Emater-DF, Cleison Duval. “No espaço da Emater-DF mostraremos tecnologias que podem ser adotadas por todos, de forma a produzir melhor, com mais economia, inovação e sustentabilidade.” O presidente da AgroBrasília, José Guilherme Brenner, pontua que a participação da Emater-DF é fundamental para a proposta da feira: “A Emater-DF foi a primeira a aderir à ideia da AgroBrasília e teve um papel essencial no início. Até hoje, continua sendo um pilar importante, trazendo tecnologias voltadas a todos os produtores e em especial aos pequenos, que também são o foco da feira. Em toda a feira, o produtor encontra soluções práticas, pensadas para sua realidade; e, para o pequeno produtor, a tecnologia é ainda mais necessária, porque ela ajuda a aliviar a rotina e melhorar os resultados no campo”. [LEIA_TAMBEM] Veja abaixo os circuitos da empresa. Floricultura → Foco: a produção de orquídeas e bromélias com alternativas para redução de custos e melhoria dos processos. No Circuito da Fruticultura, os destaques são o consórcio de açaí com banana, o cultivo de pitaia e o mirtilo semi-hidropônico. Olericultura → Oportunidades de negócio ganham destaque: batata-doce, morango (cultivar Fênix) e tomate em meia estaca sob cultivo protegido. Bovinocultura → Técnicas de ensilagem e uso de cerca elétrica. Avicultura → Tecnologias que viabilizam a produção de ovos, reduzindo custos e melhorando a produtividade, gerando renda para o produtor rural. Aquicultura → Uso de bioinsumos na aquicultura, o sistema de bioflocos para produção de juvenis de tilápia, utilização de reservatórios de irrigação para criação de peixes. Tecnologias sociais → Informações relacionadas à saúde e bem-estar do trabalhador rural, com orientações sobre uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), alojamento, moradia e condições de trabalho, acesso à saúde, jornada e direitos trabalhistas. Agroindústria → Portaria de Registro Provisório e as estruturas necessárias para a regularização de queijarias. Gestão ambiental → Gases de efeito estufa, crédito de carbono e o mercado de carbono e ações do programa Emater-DF no Clima, que objetiva elevar o DF como referência na adaptação dos produtores rurais às mudanças climáticas. Certificação orgânica e bioinsumos → Multiplicação de microrganismos benéficos para agricultura (on farm) em biofábricas simples, permitindo a redução de custos em até 85% com agrotóxicos, além de ter muitas outras funções. Os interessados também poderão obter informações sobre o processo de certificação orgânicas, políticas públicas e mercados diferenciados para estes alimentos. Estande institucional Na área destinada à Emater-DF, haverá também o estande institucional, onde os visitantes poderão adquirir produtos de agroindústrias, mel, artesanato, entre outros itens de pequenos produtores e cooperativas rurais. Na sexta-feira (23), a Emater-DF oferecerá uma visita guiada a quem quiser conhecer as principais características de uma propriedade leiteira ambientalmente sustentável. O encontro começa às 9h, no Circuito da Bovinocultura, e não exige inscrição prévia: basta chegar no horário. Já no sábado, haverá o I Encontro da Cafeicultura do DF e Ride na AgroBrasília. As inscrições para participar podem ser feitas até quarta-feira (21), por meio deste link. O evento, promovido pela Emater-DF em parceria com a Associação de Empreendedores de Café do Lago Oeste (Elo Rural) e com o apoio da organização da AgroBrasília, será realizado no auditório anexo do Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, no PAD-DF. O objetivo do encontro é valorizar os produtores já estabelecidos, apresentar oportunidades de mercado, difundir boas práticas e atrair novos agricultores para essa cadeia produtiva em expansão. A programação conta com a participação de representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Emater-DF e de empreendedores locais como Krilltech, Café Grão Nativo e Café Minelis. Agrograsília 2025 → Data: de terça (20) a sábado (24), das 8h30 às 18h → Local: BR-251, Km 5 - PAD-DF, com entrada gratuita. Acesse a programação. *Com informações da Emater-DF
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Com aumento de mais de 8% na colheita, goiaba se destaca como principal fruta cultivada no DF
Imagine mais de 600 campos de futebol cobertos de goiabeiras. Essa foi a área estimada para a produção da fruta no DF no último ano: 434 hectares, que resultaram em mais de 7 mil toneladas de frutas colhidas. O volume representa um crescimento de 8,15% em relação a 2023, quando a produção foi de 6,5 mil toneladas, reforçando a importância econômica da goiaba. Atualmente, ela é a fruta mais cultivada no Distrito Federal, com mais de 90% da produção concentrada em Brazlândia. “A cidade se tornou, naturalmente, um polo de produção de frutas e a goiaba foi aquela que melhor se adaptou ao clima e à altitude. Já tínhamos uma tradição com tangerina, com abacate e com morango e a goiaba não foi diferente e se emplacou muito bem na cidade”, explica o engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Claudinei Machado. “A cidade se tornou, naturalmente, um polo de produção de frutas e a goiaba foi aquela que melhor se adaptou ao clima e à altitude”, diz Claudinei Machado | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília O sucesso da goiaba é tanto que, há uma década, sua safra é celebrada na tradicional Festa da Goiaba. Este ano, o evento começa nesta sexta-feira (4) e segue até 13 de abril, na Associação Rural e Cultural Alexandre Gusmão (Arcag), em Brazlândia. O espaço conta com 36 estandes no Empório da Goiaba, onde os visitantes podem encontrar a fruta in natura e uma variedade de derivados, como doces, sucos, cremes e geleias. Além disso, o galpão do artesanato e a Florabraz reúne 30 estandes dedicados à venda de flores, plantas ornamentais e serviços de paisagismo. Entre as opções de mercadoria na Festa está o famoso creme de goiaba, produzido pela família do produtor Paulo Yukio Sudo. Ele se prepara desde o ano passado para produzir o fruto e transformá-lo em polpa. “A Festa é muito importante para a gente, porque ajuda na economia da família e a ganharmos novos clientes”, conta o produtor. Paulo Yukio Sudo colhe goiaba o ano inteiro na propriedade dele Ao todo, a propriedade da família tem cinco hectares de goiaba plantada, entre as variedades de Pedro Sato, Paluma, Cortibel e Suprema. Cada tipo de fruto é direcionado para finalidades específicas como produção de polpa, doces ou comercialização da fruta in natura. Há 20 anos no mercado, a opção pela goiaba se deu pelo sucesso de produção durante todo o ano. “Apesar de a safra principal da fruta ser entre janeiro e março, com poda e irrigação, a gente consegue produzir o fruto o ano inteiro”, conta Paulo. Comercialização Verde ou amarela por fora e vermelha ou branca por dentro, a fruta permite o consumo em variações que vão de in natura a doces e bebidas. Atualmente, a produção do fruto chama a atenção de 176 produtores, cadastrados na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), que age como uma ponte entre a pesquisa e a comercialização para o produtor. “Recentemente a gente teve uma grande incidência de pragas de solo, a Embrapa desenvolveu uma tecnologia e a Emater levou ela para os produtores locais. Com isso, vários pomares de goiaba estão sendo trocados, com um dispositivo que traz mais resistência”, exemplifica o engenheiro agrônomo Claudinei Machado. Júlio Bispo ensina: “A gente tem que cuidar da goiabeira: adubar e regar, para ela poder dar o fruto” Todo o auxílio da Emater e conhecimento em tecnologias agrícolas beneficiam o produtor Júlio Bispo, que há 56 anos planta frutas no núcleo rural Rodeador, em Brazlândia. Atualmente a goiaba ocupa 14 hectares da chácara, que possui uma área total de 27 hectares. É impossível contar a história de Bispo, hoje com 77 anos de idade, sem falar em dedicação e mão na massa. Ele veio do interior do Maranhão para a construção da capital federal, mas acabou se encontrando na área rural. Dois dos três filhos seguiram os passos dele na produção agrícola. “Comecei mexendo apenas com hortaliças, como cenoura e beterraba, mas depois acabamos optando também pela goiaba, por ser uma fruta permanente”, relembra o produtor. O bom resultado da produção veio com esforço e dedicação. “Não há vitória sem luta. A gente tem que cuidar da goiabeira: adubar e regar, para ela poder dar o fruto. Essa é a atividade do produtor. Tem que ter sabedoria para poder cuidar do fruto. A gente tem que fazer o manejo durante todo o ano para poder colher sempre”, aconselha Júlio. Festa da Goiaba Em sua 10ª edição, a Festa da Goiaba ocorre em seis dias de evento, com entrada franca e uma série de atrações, como Mari Fernandes e Zezé Di Camargo. Com início nesta sexta-feira (4), o evento recebe fomento da Secretaria de Turismo do Distrito Federal (Setur-DF), em parceria com a Emater-DF e apoio da Administração Regional de Brazlândia e da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF). A cerimônia de abertura da 10ª Festa da Goiaba ocorrerá no Galpão do Empório da Goiaba, já em seu primeiro dia de funcionamento, às 19h. Programação ⇒ Sexta-feira (4) Horário de funcionamento: 19h às 1h30 19h – Cerimônia de abertura dentro do Galpão do Empório da Goiaba 19h – Abertura das exposições 20h – Corte do bolo de goiaba Shows palco principal 18h – DJ Jeferson Mariano 18h40 – Vitor Lopes 19h50 – Heverton & Heverson 21h – Samba News 23h30 – Humberto & Ronaldo ⇒ Sábado (5) Horário: 10h às 2h 10h – Abertura dos portões 10h às 12h – Concurso Receitas com Goiaba Shows palco Culinária Japonesa 17h – Mykaella Soares 18h– Adhemar Silva 19h– Alexandre Marques 20h – Rafaela Santana Shows palco principal 18h – DJ Kito 18h30 – Ismael Márcio 19h40 – Alex Junior 20h50 – Bruno & Marlow 22h30 – Igor & Bruno 0h – Cleber & Cauan ⇒ Domingo (6) Horário: 10h às 2h 10h – Abertura dos portões Shows palco Culinária Japonesa 16h – Jocélio Cardoso 17h – Albano dos Teclados 18h – DSantos e GMagalhaes 19h – Robson Mota 20h – Stéfanny Lima Shows palco principal 18h – DJ Cleiton 18h40 – Emanuel & Mikael 19h50 – Só pra Chamegar 21h – Igor Tavares 23h30 – Zezé Di Camargo ⇒ Sexta-feira (11) Horário: 19h à 1h30 19h – Abertura dos portões Shows palco principal 18h – DJ Dudu 18h40 – Tiago Henrique 19h50 – Artur Câmara 21h – Thiago Kallasans 23h30 – Felipe & Rodrigo ⇒ Sábado (12) Horário: 10h às 2h 10h – Abertura dos portões Shows palco Culinária Japonesa 16h – Valdicio Woshigton 17h – Falcões Piseiro 18h – Luccas Ferrari 19h – Dani Ribeiro Shows palco principal 18h – DJ Rene Ricochet 18h30 – Diego Machado 19h40 – Princesinha do Piseiro 20h50- Binho Seresteiro 22h30 – Nego Rainer 0h – Felipe Araújo ⇒ Domingo (13) Horário: 10h à 1h30 10h – Abertura dos portões Shows palco Culinária Japonesa 16h – Aline Oliveira 18h – Haiko Dayko 19h – Batman 20h – Equipe Shamsa Nureen Shows palco principal 18h – DJ Jovic 18h40 – David Bessa 19h50 – Marcelo Duques 21h – Leon Correia 23h30 – Mari Fernandes
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Governo do DF encaminha projeto de lei para regularizar terras urbanas com características rurais
As terras urbanas com características rurais, em breve, estarão passíveis de serem regularizadas pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O governador Ibaneis Rocha encaminhará à Câmara Legislativa o projeto de lei que altera a Lei 5.803/2017, permitindo que essas propriedades sejam legalizadas. Se aprovada pelos parlamentares, a medida beneficiará aproximadamente 4 mil famílias. “O DF tem hoje cerca de 1.800 terras nessas condições. Essa nova regulamentação vai ser um marco na história da regularização fundiária rural. Nós estabelecemos critérios e objetivos para dar qualidade de vida e segurança jurídica para os ocupantes dessas áreas”, afirmou o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno. “Essa nova regulamentação vai ser um marco na história da regularização fundiária rural. Nós estabelecemos critérios e objetivos para dar qualidade de vida e segurança jurídica para os ocupantes dessas áreas”, diz o secretário de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, Rafael Bueno | Foto: Renato Alves/Agência Brasília O objetivo é que os produtores tenham a garantia de continuar com as atividades agrícolas no Distrito Federal. “As pessoas que ocupam essas áreas poderão manter a característica e a atividade rural, assegurando um crescimento mais ordenado para a cidade e ao mesmo tempo dando segurança jurídica para que invistam nas propriedades. Elas podem, inclusive, buscar financiamento junto às instituições financeiras. E a gente, além de produzir mais alimento para o Distrito Federal, teremos uma cidade crescendo de uma forma mais organizada sobre as áreas rurais”, defendeu Rafael Bueno. O projeto também prevê que aquelas propriedades menores de dois hectares estarão passíveis de serem regularizadas, estando submetidas a um processo especial e mais célere. “Para tratar dessa temática, criamos um Grupo de Trabalho, coordenado pela Seagri-DF, para elaborar modelos de solução que atendam ao interesse público e tragam segurança jurídica para os produtores rurais que sejam ocupantes históricos de terras públicas urbanas”, completou o presidente da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), Izídio Santos. Fundo de Desenvolvimento Rural Com o objetivo de facilitar o investimento na propriedade rural, o governador Ibaneis Rocha vai encaminhar à Câmara Legislativa do DF um projeto para alterar as normas que regem o Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR), considerado um dos principais pontos de financiamento para o produtor agrícola do DF. “Vamos propor à Câmara Legislativa que as emendas parlamentares possam ser aportadas no fundo e virem crédito para o financiamento dos produtores. Assim, a gente busca incentivar que façam investimentos em sua produção, bem como a questão do custeio. Essa tem sido uma demanda cada vez maior. São cenários importantíssimos que nós estamos construindo para fortalecer cada vez mais a segurança agroalimentar do Distrito Federal e a manutenção desse produtor na zona rural com sustentabilidade econômica, sustentabilidade ambiental e sustentabilidade social”, explicou o secretário Rafael Bueno. Fruit Attraction 2025 Distrito Federal terá representação, em março, em uma das maiores feiras internacionais do setor de frutas e hortaliças | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Doze produtores rurais vão representar o Distrito Federal em uma das maiores feiras internacionais do setor de frutas e hortaliças, a Fruit Attraction 2025, entre os dias 25 e 27 de março em São Paulo. Na ocasião, o chefe do Executivo irá se reunir com o governador do estado, Tarcísio de Freitas, para assinar um acordo de cooperação. “A ideia é que a gente troque informações e cresça junto da fruticultura, seja no incentivo à produção dos agricultores, como também na parte de comercialização. Na prática, para os produtores do DF, vamos abrir um maior mercado que tem consumidor no Brasil, que é São Paulo. E para São Paulo é pegar as tecnologias que tem aqui no Distrito Federal e ações do nosso governo daqui que tem incentivado os produtores da nossa cidade. Então, nesse primeiro momento, será uma abertura de mercado e intercâmbio de tecnologia”, esclareceu o secretário Rafael Bueno.
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GDF impulsiona cultivo de jabuticaba no DF com suporte técnico a produtores rurais
Conhecida como “uva brasileira”, a jabuticaba é uma fruta com profundas raízes na cultura do Brasil e na biodiversidade do país. No Distrito Federal, a cerca de 30 km do centro de Brasília, há mais de duas décadas, o casal de produtores rurais Kamilla Nunes, 38 anos, e Orlando de Azevedo, 70, cultiva a fruta em uma propriedade privada no Centro Equestre Catetinho, no Riacho Fundo II. Jabuticaba se adapta bem ao clima do Cerrado e é opção de geração de renda para produtores rurais | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília A produção dos dois empresários se dá por meio de incentivo do Governo do Distrito Federal (GDF), que, graças à Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), concede suporte técnico a mais de 40 produtores de jabuticaba no DF. O apoio vai desde a escolha das mudas adequadas até as práticas de manejo sustentável. A Emater ainda oferece cursos e palestras sobre cultivo, irrigação, poda e controle de pragas, com o objetivo de aumentar a produtividade e a qualidade da fruta, que se adapta bem ao clima do Cerrado. “Damos orientações básicas, de plantio e manejo, além de pecuária. Avaliamos todo o eixo rural, a parte social, de produção, agrícola e animal. E também a questão de comercialização, crédito rural, turismo rural, saneamento. É um grande ecossistema de gestão ambiental à disposição dos produtores” Claudia Coelho, gerente da Emater-DF Segundo a empresa, foram cultivadas mais de 19 mil toneladas de jabuticaba em 4,7 hectares apenas em 2023. No mesmo ano, o valor bruto produzido chegou a R$ 214,6 mil, o que demonstra o potencial do Distrito Federal na produção da fruta, que resulta em produtos como sucos, geleias, licores e até vinhos. A chácara de Kamilla e Orlando conta com 70 pés de jabuticaba, que são cultivados por meio de irrigação e transformados em geleias, molhos e licores. O produtor rural conta que a assistência técnica da Emater foi determinante no uso do solo, uma vez que o casal quer aumentar a produção e transformar o local em um polo gastronômico para os amantes da jabuticaba. “A fruticultura, de modo geral, está se expandindo bastante no Distrito Federal. Foi uma surpresa ver esse tanto de jabuticaba aqui na terra do seu Orlando, porque geralmente as pessoas só plantam uma ou duas mudas no fundo do quintal. É importante para revelar o Cerrado e o DF como um grande lugar que tem potencial para a produção de jabuticaba”, salienta Paulo Ricardo da Silva Borges, técnico da Emater. “As pessoas estão buscando algo novo, algo genuinamente rural. Atualmente, todos dependem de supermercados e atacadistas. Aqui elas terão a oportunidade de obter o fruto diretamente da terra”, afirma a produtora rural Kamilla Nunes de Azevedo Claudia Coelho, técnica e uma das gerentes da Emater-DF, explica que o processo de suporte começa já no cadastro do produtor no sistema da empresa. “A partir do cadastro do produtor faz-se a visita técnica e são avaliados pontos como produtividade e potenciais da região. Então damos orientações básicas, de plantio e manejo, além de pecuária. Avaliamos todo o eixo rural, a parte social, de produção, agrícola e animal. E também a questão de comercialização, crédito rural, turismo rural, saneamento. É um grande ecossistema de gestão ambiental à disposição dos produtores”, detalha. Além de todo o suporte técnico, a propriedade conta com o apoio deste GDF, que está promovendo a regularização fundiária de terras da região. Para Orlando de Azevedo, a conquista do título de terra é sinônimo de reconhecimento e valorização do trabalho rural. Em 2023, foram cultivadas mais de 19 mil toneladas de jabuticaba no DF, resultando em produtos como geleias, sucos, licores e até vinhos “Este GDF tem se colocado muito à disposição para nos auxiliar em tudo que é possível. Por meio da Empresa de Regularização de Terras Rurais, tiramos dúvidas sobre a titulação. É o nosso sonho desde que mudamos para cá para adquirir terras, porque a gente deu a vida pela produção rural. Antes eu não conseguia, o acesso era difícil e burocrático. Com esse governo nós vamos receber o título de regularização ainda neste ano”, afirma o empresário. De acordo com dados da Empresa de Regularização de Terras Rurais (ETR), desde outubro de 2023, já foram analisados mais de 27 mil hectares de terras rurais pertencentes à Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), resultando em pouco mais de 400 contratos de Concessão de Direito de Uso Oneroso (CDU), equivalentes a 10.826 hectares. Festival da Jabuticaba Graças ao suporte deste GDF, Kamilla e Orlando vão realizar, nos dias 5 e 6 de outubro, a primeira edição do Festival da Jabuticaba, onde os presentes poderão degustar do sabor único da fruta por meio de diferentes pratos gastronômicos. “As pessoas estão buscando algo novo, algo genuinamente rural. Atualmente, todos dependem de supermercados e atacadistas. Aqui elas terão a oportunidade de obter o fruto diretamente da terra. Temos essa ideia de crescimento e de apoiar outros que também estão envolvidos na produção”, ressalta Kamilla. A programação contará com recepção ao espaço, degustação de licores e entradas, almoço e sobremesa, a história da jabuticaba e a importância da fruta na biodiversidade brasileira, além de uma visita às plantações da chácara. Mais informações podem ser acessadas por meio deste link.
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Agro do Quadrado: Rota da Fruticultura desperta interesse de missão da Malásia
“Nós todos somos seres humanos e podemos ajudar uns aos outros a ter uma vida melhor”, afirmou a embaixadora da Malásia no Brasil, Gloria Corina Anak Peter Tiwet, durante visita à propriedade rural Flor do Cerrado, no Lago Oeste. “Vim não apenas como embaixadora, meu interesse é também pessoal. Queria saber como funciona o trabalho da Emater com os produtores, como os produtores produzem as frutas vermelhas aqui, como a Emater ajuda no aumento de renda do produtor. Quis ver como é o dia a dia do produtor, todo o plantio e a colheita.” A embaixadora se interessou pelo trabalho da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater) em visita ao estande da empresa na AgroBrasília, feira de tecnologia e negócios voltada para empreendedores rurais de diversos portes e segmentos, que ocorreu em maio. Comitiva da Malásia pôde acompanhar o processo de produção desenvolvido com assistência da Emater | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília “No dia internacional da AgroBrasília nós recebemos vários embaixadores para mostrar o agro brasileiro”, lembrou o presidente da Emater, Cleison Duval. “Na ocasião, a embaixadora se interessou em conhecer a nossa área rural. Ela viu que o Distrito Federal é pujante na agricultura quando ela viu a feira. O projeto escolhido para ser apresentado à embaixadora foi a Rota da Fruticultura, que é um programa novo, promissor, grande e que visa a exportação, fazendo o DF um grande exportador de frutas vermelhas.” Frutas vermelhas A Flor do Cerrado é uma propriedade que produz framboesa e conta com o apoio do GDF por meio da Emater. O pequeno estabelecimento faz parte do programa Rota da Fruticultura, coordenado pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF (Seagri) e pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). “Nós temos condições climáticas excepcionais, um mercado gigante interno e externo, e incluímos dentro desse programa, além das frutas vermelhas como mirtilo, morango, framboesa e amora, o açaí” Cleison Duval, presidente da Emater A Rota da Fruticultura visa à expansão da produção de frutas vermelhas na zona rural do Distrito Federal para transformá-lo em um grande polo. Em 2023, foram plantados 380 hectares de açaí no DF e no Entorno. Já para este ano o foco é o mirtilo: a Emater vai plantar 500 mil mudas, atendendo 250 pequenos produtores rurais. “Esse é um projeto que veio do governo federal, o projeto Rotas, e começou em 2020 no DF”, relatou Cleison Duval. “A Codevasf escolheu a produção de frutas vermelhas para a produção aqui. Nós temos condições climáticas excepcionais, um mercado gigante interno e externo, e incluímos dentro desse programa, além das frutas vermelhas como mirtilo, morango, framboesa e amora, o açaí. É um projeto que atende os agricultores familiares.” Tecnologia A Emater atua no projeto com a assistência técnica do manejo e também na gestão do negócio. A empresa trata a propriedade como um empreendimento que precisa de apoio de contabilidade. Todo esse trabalho atraiu a atenção da Embaixada da Malásia no Brasil para acompanhar em campo como os frutos são plantados, colhidos e preparados para o agronegócio, além da tecnologia aplicada na produção. Em 2023, foram produzidas no Distrito Federal 49,50 toneladas de açaí e 6.589 toneladas de morango. A arrendatária rural gaúcha Ledir Cecília Klein, 61, chegou a Brasília em 2022 e colaborou para esse número. Hoje já tem mais de 3,5 mil mudas produzidas para o mercado de sorveterias, confeitarias e cervejas artesanais. Na última quarta-feira (12), ela recebeu a embaixadora Gloria Corina Anak Peter Tiwet para mostrar a produção. “Em 2017, eu ainda morava no Rio Grande do Sul e plantava morango, também assistida pela Emater de lá”, contou. “Para acompanhar meus filhos que vieram para Brasília, eu vim também. Eu já vinha pesquisando o mix completo do programa das frutas vermelhas. Em 2022, comecei a trabalhar com a framboesa e com o morango. Quando me mudei para Brasília, o primeiro órgão que procurei foi a Emater, que me assistiu desde o início. Esse apoio mostra para a gente como é o mercado e como podemos dar vazão à nossa produção. Não posso reclamar, estamos crescendo a cada dia.”
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