Ensaio fotográfico de bebês da UTI Neonatal do Hmib leva acolhimento e afeto às famílias
Chegou a época das festas juninas e os recém-nascidos internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib) não ficaram de fora do clima festivo. Nessa quinta-feira (26), a equipe da unidade junto ao grupo multiprofissional da Residência em Saúde da Criança da Fundação de Ensino e Pesquisa em Ciências de Saúde (Fepecs) promoveu um ensaio fotográfico aos pequenos internados com direito à chapéu de palha e adereços caipiras. O objetivo da ação é promover um momento de humanização e acolhimento às famílias, integrando a equipe de forma afetiva e respeitosa ao contexto cultural do período junino. Além disso, os ensaios estimulam o vínculo entre o bebê e as famílias, muitas vezes fragilizado devido ao cuidado especializado que os pequenos exigem nas unidades de cuidado intensivo. Objetivo da ação é promover um momento de humanização e acolhimento às famílias | Foto: Sandro Araújo/Agência Brasília “Queremos eternizar as memórias e criar uma história de vida já desde a integração, trabalhando nesse momento mais sensível para as famílias. Muitas vezes o bebê nasce e já vai direto para a UTI e nós conseguimos trazer as famílias para perto”, explica a residente em psicologia e uma das responsáveis pela atividade, Isabela Sartori. A mãe do pequeno Benício, Ana Júlia Nunes, 21, é exemplo do impacto positivo da atividade. Internado na UTI há mais de 20 dias devido à gastrosquise - uma málformação abdominal - o pequeno colocou o chapéu de palha e participou do seu primeiro ensaio fotográfico. “Eu acho importante participar desde o primeiro momento de tudo, até ele ter alta. Eu acredito que ele já sente a gente e, quando ele estiver maior, vai ver que estivemos presentes o tempo todo”, declarou a mãe. A psicóloga do Hmib e preceptora da residência, Elen Carioca Zerbini, destaca que ações como essa oferecem leveza e cuidado emocional às famílias. “ É uma forma de acolher os bons momentos e vivenciar a nossa cultura”, enfatiza. A moradora do Recanto das Emas, Dalila Cristina Damasceno, sente gratidão pela atividade, que a ajudou a distrair da preocupação com o pequeno Christopher - o primeiro menino após três meninas - internado devido a uma infecção. “Durante a minha gestação, descobri tumores no coração dele e, após a cirurgia, ele foi transferido para cá. Estou bem preocupada com ele, esperando as melhoras”, contou. “Toda a atividade foi interessante, porque pelo menos deu algo para a gente organizar e se distrair”, relatou. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Cineminha leva alegria e acolhe pacientes no HSol
Na quarta-feira (30), às 15h, o Hospital Cidade do Sol (HSol) realizou a segunda edição do Cineminha do HSol, uma iniciativa de humanização que promove sessões de cinema para pacientes internados e seus acompanhantes. Desta vez, o filme escolhido foi a comédia nacional Minha mãe é uma peça, que, com doses de humor e leveza, trouxe um pouco de descontração e alívio para os 15 pacientes participantes e seus familiares. Para completar a experiência, pipoca foi servida, criando um ambiente acolhedor e descontraído. Idealizado e organizado pela equipe de gestão do HSol, o projeto conta com o apoio de diversos colaboradores, que se uniram para oferecer uma tarde diferenciada a quem enfrenta dias difíceis de internação, especialmente em casos prolongados. “Queríamos trazer um pouco de distração e alívio do estresse provocado pela internação. Cada detalhe foi pensado com muito carinho, pois acreditamos que a experiência do paciente é central para o cuidado que oferecemos”, explicou a coordenadora multidisciplinar, Camila Frois. Idealizado e organizado pela equipe de gestão do HSol, o projeto conta com o apoio de diversos colaboradores | Foto: Divulgação/IgesDF A paciente Maria Lucimar Brasil, internada no hospital, expressou sua gratidão pela iniciativa: “Acho importante porque estamos internados há vários dias e, às vezes, por estarmos nessa condição, podemos ficar um pouco deprimidos. Não é o meu caso, mas tem muito paciente assim, e essa ação traz uma nova realidade e nos sentimos mais fortes para o dia a dia. Achei muito importante, minha eterna gratidão a todos”. A sessão traz benefícios palpáveis, reduzindo o estresse e a ansiedade dos pacientes e promovendo um ambiente mais leve e acolhedor para a recuperação. Entre os desafios da organização, esteve a adaptação do espaço para que todos pudessem assistir confortavelmente ao filme, além da necessidade de equipamentos de projeção e de som adequados. Para isso, a equipe de TI ajudou com o audiovisual, enquanto Rodrigo Rosi, antigo coordenador médico da unidade, doou o projetor. “Toda a equipe ajudou para garantir que tudo funcionasse da melhor maneira possível”, comentou o gerente do HSol, Flávio Amorim. Acompanhando o filho Fabiano, internado desde o dia 17, Francisca Lúcia da Silva também ficou encantada com a experiência: “Bom, o filme, eu amei, né? Já tinha visto uns pedacinhos, mas aí a gente assistiu tudo. Eu gostei demais, todo mundo aqui junto. E pipoca, animação, né? Todo mundo assistindo. Eu amei, eu gostei”. Animado, Fabiano concorda: “Eu achei ótimo o filme que estava passando lá. E a pipoca? Quero mais vezes!”. O projeto, que iniciou em agosto, agora planeja realizar sessões de cinema semanalmente. Além do Cineminha, o hospital também organiza a Tardezinha do HSol, um momento mensal de socialização ao ar livre, com música e interações que reforçam a conexão entre pacientes e profissionais, oferecendo uma experiência mais humana e leve no ambiente hospitalar. O HSol está sob administração do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (IgesDF). Visando prestar um serviço de excelência para a população local, o hospital conta com modernos equipamentos e é reconhecido pelo atendimento humanizado, com iniciativas como o Prontuário Afetivo, fisioterapia ao ar livre e musicoterapia. O IgesDF também implementou uma pesquisa de satisfação NPS (Net Promoter Score), garantindo altos índices de aprovação mensal e colocando o hospital na zona de excelência. A unidade é pioneira na rede IgesDF ao implementar 100% da rastreabilidade de medicamentos, um avanço que melhora a eficiência e garante tratamento seguro e personalizado. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica do Distrito Federal (IgesDF)
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Lançado edital para realização de obras no centro de infusão do HBDF
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) lançou edital para contratação de empresas de engenharia para a execução da reforma do centro de infusão do Hospital de Base de Brasília (HBDF). O edital foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) nessa quinta-feira (21). A reforma será realizada em uma área localizada no ambulatório do HBDF; espaço foi projetado considerando todos os requisitos sanitários exigidos pela Anvisa | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília O superintendente de Arquitetura e Engenharia do IgesDF, Rubens Pimentel, afirma que o novo centro de infusão é o primeiro movimento para uma verdadeira transformação pela qual passará o HBDF. “O Hospital de Base se tornará um canteiro de obras a partir do segundo semestre de 2024. Teremos vários anúncios em breve”, declarou. Outras obras também estão previstas nas demais unidades do IgesDF. “Como a reforma se dará nesse espaço, o atendimento ao público não será afetado” Tatiana Tostes, gerente de projetos do IgesDF A reforma será realizada em uma área localizada no ambulatório do HBDF, onde antes funcionava uma agência do Banco de Brasília, hoje desativada. O espaço foi projetado considerando todos os requisitos sanitários exigidos pela Anvisa. O projeto é assinado pela arquiteta Beatriz Fachin, do Núcleo de Arquitetura do IgesDF. “Como a reforma se dará nesse espaço, o atendimento ao público não será afetado”, afirma Tatiana Tostes, gerente de projetos. Além da melhoria na estrutura física, a reforma resultará na ampliação dos atendimentos a pacientes que necessitam de terapias infusionais por via endovenosa, aplicações intramusculares e subcutâneas de diversas condições clínicas. O novo centro de infusão irá atender com mais qualidade aqueles que necessitam de assistência para tratamentos onco-hematológicos, reumatológicos, doenças autoimunes e neurológicos. “[O novo centro] simboliza nosso compromisso contínuo em oferecer tratamentos eficazes e confortáveis aos nossos pacientes” Guilherme Porfírio, superintendente do HBDF O centro de infusão terá um espaço físico adequado e moderno, onde os pacientes passarão a ter um ambiente hospitalar humanizado. A expectativa é que o novo centro, quando entregue, ajude a reduzir o tempo de espera de atendimento e filas. O espaço utilizado hoje para a infusão passará por readequação de função somente após a ativação da nova área. De acordo com o Guilherme Porfírio, superintendente do HBDF, “o novo centro é um marco significativo para a nossa missão assistencial. Ele não só representa um espaço físico moderno e equipado, mas também simboliza nosso compromisso contínuo em oferecer tratamentos eficazes e confortáveis aos nossos pacientes. É um passo fundamental na melhoria da qualidade de vida e na promoção da excelência no cuidado médico.” Orçamento e execução A obra foi orçada no valor de R$ 1.875.230,06 e seu prazo de execução previsto no edital é de até 120 dias. As empresas interessadas em participar devem realizar o envio das propostas até a próxima quinta-feira (28). As propostas apresentadas devem seguir todos os requisitos do edital e considerar tanto o valor apresentado pelo orçamento quanto o prazo estipulado para a execução e entrega. Considerando todo o fluxo do processo licitatório do IgesDF, a previsão de contratação da empresa deve ser entre abril e maio. “Com o contrato firmado, poderemos divulgar a data de início das obras”, conclui Tatiana. *Com informações do IgesDF
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Pessoas surdas vão ter atendimento virtual
A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação publicou, nesta sexta-feira (17), portaria conjunta que cria o grupo executivo para elaboração do programa de atendimento virtual à pessoa surda no Distrito Federal. A parceria é com a Secretaria Extraordinária da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal. [Olho texto=”“O programa vai criar soluções diante das demandas das pessoas com deficiência. Com o apontamento de todas as demandas, será criado esse programa personalizado”” assinatura=”Gustavo Amaral, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação” esquerda_direita_centro=”esquerda”] O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, Gustavo Amaral, e o secretário extraordinário da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal, Flávio Pereira dos Santos, estabeleceram parceria que visa a articulação de esforços e a implementação de ações para promover o atendimento de forma virtual para pessoas surdas. O intuito da ação é ampliar o acesso de forma transversal e inerente à cultura de atendimento ao cidadão, tornando-se um valor primário e elemento de humanização, especialmente nos atendimentos relacionados ao Governo do Distrito Federal. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Segundo Gustavo Amaral, “A iniciativa vai contemplar a pessoa com deficiência de forma mais assertiva, pois teremos um grupo de trabalho composto por membros de ambas as secretarias e de outros órgãos da administração pública, se houver necessidade. O programa vai criar soluções diante das demandas das pessoas com deficiência. Com o apontamento de todas as demandas, será criado esse programa personalizado.” Essa ação quer tornar os serviços do governo cada vez mais inclusivos. *Com informações da Secti-DF
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Tornar o Humanizar uma ação contínua é tema de reunião
Os colaboradores do Projeto Humanizar atendem os pacientes e seus familiares de forma acolhedora, acompanhando diretrizes do Ministério da Saúde | Foto: Davidyson Damasceno/Iges-DF O Projeto Humanizar pode ser transformado em um programa permanente para aprimorar a qualidade do atendimento em todas as oito unidades administradas pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF). A proposta foi apresentada nesta quinta-feira (8) pela primeira-dama Mayara Noronha Rocha ao presidente do instituto, Gilberto Occhi. Secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Rocha é madrinha do projeto, que foi implementado em novembro de 2019. A ação acompanha as diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde. A proposta é humanizar ambientes hospitalares por meio de um modelo de atendimento qualificado, acolhedor e confiável aos pacientes e visitantes. [Olho texto=”A primeira-dama apresentou ainda um projeto para que a ala psiquiátrica do Hospital de Base seja revitalizada por voluntários de paisagismo, que querem construir uma área verde no local” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Os colaboradores do Humanizar atuam na recepção e nas emergências do Hospital de Base, do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e das seis unidades de pronto atendimento (UPAs). São eles que recepcionam e orientam inicialmente os pacientes e familiares. Ajudam também a atenuar o sofrimento de quem chega desesperado em busca de auxílio médico. Mayara é admiradora desse modelo de atenção em unidades públicas. “Fui tratada com muita frieza quando estava com meu filho, com apenas 1 mês de vida, em um hospital particular”, relatou. “Desde então, vi a importância de uma ação para amenizar o sofrimento de quem vai ao hospital, que precisa ser ouvido e direcionado. Por isso, quero aperfeiçoar essa iniciativa e torná-la definitiva”. O presidente do Iges-DF reforçou que o Projeto Humanizar faz a diferença no atendimento, porque trata com respeito as pessoas que chegam em busca de ajuda. “Muitas vezes, o usuário não sabe para onde ir, principalmente no Hospital de Base, que é muito grande”, disse. Estudos em andamento Os estudos para transformar o Humanizar em um programa permanente estão em andamento sob coordenação da diretora de Inovação, Ensino e Pesquisa do Iges-DF, Emanuella Ferraz, e da chefe da Assessoria Jurídica, Patrícia Paim, que participaram da reunião. “Estamos com todo o planejamento em andamento para que em breve a mudança seja feita”, disse Emanuella. A primeira-dama apresentou ainda um projeto para que a ala psiquiátrica do Hospital de Base seja reformada por voluntários de paisagismo, que querem construir uma área verde no local. A proposta foi bem-acolhida pelo presidente do Iges. Occhi sinalizou para a possibilidade de um termo de cooperação entre o instituto e o grupo de paisagismo. Ações para famílias de baixa renda [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Já a superintendente pré-hospitalar do Iges, Nadja Vieira, solicitou à primeira-dama a adoção de medidas que beneficiem famílias de pacientes de baixa renda internados nas UPAs. “É doloroso ver pessoas pedindo ajuda porque o parente está internado com coronavírus e a família está passando dificuldade”, ressaltou Nadja, sugerindo que seja feita campanha para arrecadar alimentos para as famílias mais necessitadas. Mayara Noronha rocha lembrou que, na última terça-feira (6), o GDF lançou a campanha Solidariedade Salva, que objetiva arrecadar cestas básicas em todos os pontos de vacinação contra a covid-19. Os alimentos serão doados às famílias de baixa renda que estão sofrendo os efeitos da pandemia. *Com informações do Iges-DF
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Espaço humanizado tranquiliza crianças em tratamento
O receio de entrar na sala de procedimentos da pediatria do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) era constante nos 15 dias de internação de Cauã, de quatro anos. A mãe, Tainara Beatriz Duarte, conta que as coisas mudaram nesta semana, após a transformação do ambiente. “As crianças estão com menos medo de tomar injeção”, relata. “Entrar naquela sala era o mesmo que ir a uma sala de terror. Agora ficou bem divertido para eles”. O menino tem celulite orbitária em um dos olhos, uma infecção grave da cavidade óssea onde o globo ocular está localizado e que, se não for tratada, pode levar à cegueira. Apesar disso, Cauã aproveita o tempo no hospital brincando com os amigos pelos corredores e, sempre que pode, vai pular amarelinha e visitar seus personagens favoritos na sala de procedimentos. A transformação do espaço foi um projeto executado por alunos do curso de enfermagem da Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs). “A gente pensou em algo para mudar a ambiência da sala, transformá-la em algo mais lúdico, mais atrativo, humanizado”, explica a estudante Isabela Alencar de Oliveira, que participa do grupo desenvolvedor da ação. “Pesquisas mostram que o lúdico transmite acolhimento, calma e nos inspiramos nisso”. Novo ambiente “Nós nos baseamos na Política Nacional de Humanização, que recomenda que o lugar tem de ser acolhedor, humanizado, e o lúdico ajuda a facilitar o atendimento, pois a criança se distrai com os personagens e não fica tão nervosa para a realização dos procedimentos”, detalha Victoria Martins Farias, também integrante da turma da Escs. “Pensamos que, diminuindo a possibilidade de traumas provocados pelo ambiente hospitalar em eventos futuros, essas crianças não terão tantos medos, como de agulha, de médico e de sangue, bem como outros traumas”. A confirmação da necessidade dessa mudança foi definida após a aplicação de questionários aos pais, acompanhantes e profissionais do setor de enfermaria pediátrica do HRT, antes e depois das melhorias realizadas. Eles responderam a questões sobre o sentimento dos pequenos, se havia o medo de entrar na sala e outras reações. Segundo as estudantes, os adultos já percebem uma reação positiva das crianças em relação ao ambiente transformado. O lugar também sofreu readequação para ficar dentro das normas RDC 50 e NR 32, que preconizam um ambiente de fácil higienização das paredes, objetos laváveis e outros itens que previnem a contaminação hospitalar. * Com informações da Secretaria de Saúde (SES)
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Paciente se casa no Hospital de Apoio e realiza sonho de 21 anos
Jair Rodrigues dos Santos e Euma Edite Barbosa se casaram em uma cerimônia emocionante organizada por voluntários do hospital | Foto: Mariana Raphael/Secretaria de Saúde Foram 21 anos à espera do “sim” no altar e, enfim, Jair Rodrigues dos Santos conseguiu se casar com Euma Edite Barbosa. Tudo foi organizado em apenas cinco dias, e a cerimônia, com direito a aliança, bolo e buquê, aconteceu no Hospital de Apoio, na segunda-feira (29), graças à ajuda de voluntários, servidores e familiares do casal. Paciente com câncer terminal de orofaringe, Jair nunca escondeu de ninguém o desejo de oficializar a união com a amada. “Ele não fala, mas sempre deixou claro a todos os profissionais com quem tem contato que queria se casar com a dona Euma”, relata o médico residente Wesley Coelho, que acompanha o paciente desde o início da internação, em 16 de julho. “Desde muito tempo, ele fala em casar, e eu sempre adiando”, conta a noiva. “Depois que ele adoeceu, quando soube que seria transferido do Hospital de Base para o de Apoio, disse logo: ‘agora eu caso!’ E eu pensei que não teria mais como fugir. Diante do que estamos vivendo hoje, eu digo: nunca deixe passar as oportunidades”. A ansiedade dos noivos era visível. Ela, de vestido novo, comprado pela mãe, segurava o buquê e tentava disfarçar a emoção de estar se casando aos 60 anos de idade. Jair não fala, em razão de uma traqueostomia, mas o nervosismo refletiu-se na noite maldormida e na agonia em sair logo do leito e ir para o local da cerimônia – o auditório do hospital, onde os convidados já os aguardavam. [Olho texto=”Diante do que estamos vivendo hoje, eu digo: nunca deixe passar as oportunidades” assinatura=”Euma Edite Barbosa, a noiva” esquerda_direita_centro=”direita”] Organização Dos dez casamentos que a voluntária Izabel Tostes já ajudou a organizar no Hospital de Apoio, o de Euma e Jair se destaca como o que menos tempo permitiu para os preparos. Por isso, não foi possível conseguir mais itens, como o vestido para a noiva e músicos, como já aconteceu em outras ocasiões. Junto a outros voluntários do hospital, Izabel conseguiu as alianças de ouro, um buquê de flores, o pastor, bolo, doces e salgadinhos da festa, além de uma profissional de maquilagem para a noiva. “Eu estava chegando de viagem e vim direto do aeroporto”, conta a maquiadora Fernanda Cravo, que já participou de outras ações na unidade hospitalar. “Foi gratificante ver o semblante da dona Euma mudar depois de se olhar no espelho, maquiada”. O projeto Casamentos no Apoio, informa Izabel, já tem uma rede de parceiros para colaborar com os eventos, cada vez mais constantes. “A gente se renova a cada casamento”, destaca. “Percebo que, mesmo na hora da tristeza, quando um está vendo o outro partir, há espaço para a alegria. E percebemos uma melhora nos pacientes depois do casamento: ficam mais felizes”. Após o beijo dos noivos, Jair levantou as mãos como gesto de agradecimento a Deus e sinalizou com um “joinha” a todos os presentes. Euma usou as palavras para fazer o mesmo e, diante de irmãos, cunhados, filha, neta e servidores do hospital, declarou: “Quero agradecer a Deus pela oportunidade e a todos aqui presentes por terem realizado nosso sonho. Meu esposo é um homem muito bom, e, enquanto eu estiver viva, o amarei e estarei do lado dele”. Relacionamento Euma conquistou, primeiramente, a sogra. “Eu trabalhava em um restaurante e ela sempre ia comer lá. Vivia dizendo que tinha um filho solteiro e que gostaria que eu o conhecesse, pois eu era uma mulher trabalhadora”, relembrou. O encontro aconteceu em uma festa, em Ceilândia. Logo já estavam juntos. Jair vivia pedindo para oficializar a união e chegou a indicar que eles poderiam fazer isso em casamentos comunitários, mas Euma sempre adiou. “Acho que, por isso, ele estava tão ansioso, mandando me ligar toda hora para eu não perder o casamento – acho que era medo de eu desistir”, diverte-se a noiva. O documento de união estável foi assinado na sexta-feira (26). “Ele queria muito falar o ‘sim’ para ela, e os profissionais do hospital trabalharam isso com ele, já que a traqueostomia e o tumor o impossibilitam de falar; ele conseguiu e expressou sua felicidade com isso”, conta a assistente social Jamila Trevizan. Jair teve a doença diagnosticada há pouco mais de dois anos. Os primeiros sinais foram as dores, cada vez mais frequentes, na garganta e nos ouvidos. Ao fazer os exames, descobriu um câncer na orofaringe. O tratamento foi iniciado em São Paulo. Com a saúde estabilizada, retornou a Brasília, mas logo voltou a sentir dores e passou a ser acompanhado pela rede pública de saúde. O trabalho da equipe do hospital é fazer com que o paciente em cuidados paliativos seja atendido em suas necessidades, dentro do possível. “Fazemos de tudo para que ele esteja bem no dia do casamento, fazendo intervenções com medicamentos, com psicóloga, enfim, com tudo o que for necessário para ele estar feliz para aquele momento”, explica Jamila. * Com informações da Secretaria de Saúde
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