Clubinho de leitura para crianças de até 11 anos estreia em outubro na Biblioteca Nacional
É consenso que os livros abrem portas para a imaginação, comportando mundos inteiros em poucas páginas. Unindo essa premissa à importância da leitura na infância, a Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) lança, em 2025, o Clubinho de Leitura BNB, uma programação mensal dedicada a crianças de até 11 anos. A estreia será neste sábado (18), às 10h, no Espaço Infantil da BNB, com o tema "Onde moram os livros". A estreia do Clubinho de Leitura BNB será neste sábado (18), no Espaço Infantil da BNB; haverá leitura mediada de dois livros | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília Em cada encontro, dois livros serão lidos com mediação para as crianças participantes. Além disso, outros títulos ficam disponíveis para empréstimo, incentivando a formação leitora dentro e fora da biblioteca. No primeiro encontro, haverá uma visita guiada para que as crianças conheçam, na prática, “onde os livros moram”. A curadoria do Clubinho é da educadora Ana Paula Bernardes, da Biblioteca Comunitária Roedores de Livros, enquanto a mediação ficará a cargo da comunicóloga e cenógrafa Carla Nery. Nos meses seguintes, a programação seguirá sempre aos sábados pela manhã, uma vez por mês, com temas-guia definidos. Além das leituras mediadas, as famílias poderão levar até cinco livros para casa por meio do serviço de empréstimos da BNB, fortalecendo os vínculos com a biblioteca e criando momentos de leitura em família. [LEIA_TAMBEM]Segundo a diretora da instituição, Marmenha Rosário, a criação do Clubinho integra o movimento recente da BNB de expandir seus clubes de leitura para diferentes faixas etárias, aproximando novos públicos do acervo e da programação cultural. “Estamos felizes, pois esse clubinho nasce com a missão de formar leitores desde a primeira infância e, principalmente, fortalecer os vínculos das crianças com a biblioteca”, ressaltou. A iniciativa soma-se aos clubes já realizados pela BNB, incluindo grupos voltados ao público adulto e 60+, ampliando o acesso à literatura para todas as idades. A escolha de outubro e do tema de abertura dialoga com a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (23 a 29 de outubro), instituída por decreto federal para celebrar a leitura e o papel das bibliotecas no país, coincidindo também com o Mês das Crianças. Os próximos temas do Clubinho em 2025 serão "Vozes candangas" e "É tudo família".
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Prêmio Candango de Literatura mobiliza autores de 20 países
Encerrada a etapa de inscrições, o 2º Prêmio Candango de Literatura, promovido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF), entra em sua fase decisiva: a avaliação das obras. E o desafio não será pequeno. São 2.913 inscrições, 928 a mais em relação à primeira edição. Um salto significativo que confirma o prêmio como uma das mais relevantes iniciativas dedicadas à valorização da produção literária em língua portuguesa. A edição deste ano traz uma novidade: além dos países lusófonos, haverá participação de autores de nações que falam outros idiomas | Foto: Arquivo/Secec-DF “Esse crescimento não é apenas numérico, é simbólico: mostra que a palavra escrita continua sendo uma poderosa ferramenta de identidade, memória e transformação social”, avalia o titular da Secec-DF, Claudio Abrantes. Para o gestor, receber quase três mil inscrições de autores e agentes de leitura do Brasil e de países lusófonos é a prova de que o Prêmio Candango de Literatura se consolidou como uma referência no cenário literário em língua portuguesa. Mais países A dimensão internacional do prêmio se fortalece nesta segunda edição. Assim como em 2022, as inscrições vêm, majoritariamente, do Brasil, desta vez com todas as unidades federativas representadas, mas a participação internacional mais que dobrou, comparada à edição anterior. Se no ano de seu lançamento a competição alcançou nove países, agora são 20. Além das 2.605 inscrições brasileiras, há registros de Portugal (93), Angola (50), Moçambique (28), Cabo Verde (14) e São Tomé e Príncipe (2), contemplando seis dos nove países lusófonos. Também surpreende a presença de autores da África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Espanha, França, Inglaterra, Canadá, Suíça, Estados Unidos, Japão, Líbano e Reino Unido, o que revela o potencial do prêmio como plataforma de visibilidade para escritores de língua portuguesa em diáspora. Veja abaixo o indicadores do crescimento proporcional da participação dos países lusófonos. Portugal: de 20 para 93 inscrições (aumento de 365%) Angola: de 15 para 50 (233%) Moçambique: de 11 para 28 (154%) Cabo Verde: de 7 para 14 (100%) Brasil: de 1.925 para 2.605 (35%) São Tomé e Príncipe: 2 inscrições (participação inédita). Entre as categorias, todas tiveram expressiva procura: Poesia (909), Romance (656), Capa (466), Contos (444), Projeto gráfico (211), Iniciativa de lLeitura (93) e Prêmio Brasília (134) — categoria exclusiva para autores nascidos ou residentes no Distrito Federal. Diversidade e identidade Outro dado relevante está no perfil dos participantes: 1.639 inscrições de pessoas do gênero masculino, 1.022 do feminino, 188 de autores não-binários e 64 não identificados. Esse é um retrato mais inclusivo e representativo da cena literária contemporânea. Já as 47 inscrições feitas por menores de 18 anos apontam para um futuro promissor. Sobre a forma de publicação, 85% foram inscritas por editoras, e 15% vieram de autores independentes, revelando que, mesmo com o predomínio das editoras, há espaço, e força, para produções autorais autônomas. Próximos passos A divulgação dos dez finalistas por categoria está prevista para setembro, e os vencedores serão anunciados na cerimônia de premiação em 31 de outubro, na Sala Martins Pena, do Teatro Nacional Claudio Santoro, mesmo local que sediou o lançamento oficial do prêmio, em 9 de maio. A curadoria da edição é de João Anzanello Carrascoza, autor premiado e referência na literatura brasileira contemporânea. Sob a coordenação do escritor e jornalista Maurício Melo Júnior, a seleção das obras será conduzida por um corpo técnico de 45 jurados: 30 na etapa inicial e 15 na fase final. Os nomes só serão divulgados após a premiação, como forma de garantir isenção e transparência. Premiação e contrapartidas O 2º Prêmio Candango de Literatura distribuirá R$ 195 mil entre sete categorias, organizadas em três eixos: Literário: Melhor Romance, Melhor Livro de Contos, Melhor Livro de Poesia e Prêmio Brasília (total de R$ 140 mil); Editorial: Melhor Capa e Melhor Projeto Gráfico (R$ 20 mil cada); Iniciativas Pedagógicas: Prêmio de Incentivo à Leitura (R$ 15 mil). Como contrapartida, os vencedores das categorias literárias e editoriais deverão doar 20 exemplares de suas obras para bibliotecas públicas do Distrito Federal. Já os premiados na categoria de incentivo à leitura oferecerão uma atividade formativa online com, no mínimo, quatro horas de duração. *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
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3ª edição do Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil será lançada com festa literária no Teatro Nacional
No próximo dia 23 de maio, às 9h, a Sala Martins Pena do Teatro Nacional Cláudio Santoro será palco do lançamento da 3ª edição do Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil, um dos mais importantes e inclusivos concursos literários voltados ao público jovem no país. A cerimônia contará com a presença de cerca de 400 crianças e adolescentes de escolas públicas, além de apresentação musical. A programação será conduzida por três nomes que representam diferentes gerações e experiências na literatura: Elise Feitosa, jovem escritora de apenas 13 anos; o poeta e fenômeno das redes sociais João Doederlein (Aka Poeta); e a escritora e professora de educação especial Cristina Gulherme. A atração musical do evento ficará por conta da banda Hey Johnny!, liderada pelo carismático vocalista João Daniel, jovem autista de 18 anos, conhecido por suas apresentações enérgicas e emocionantes em grandes eventos como o Brasília Capital Moto Week, Na Praia e performances com a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional. A curadoria da 3ª edição do Prêmio Candanguinho ficará a cargo de Roger Mello, renomado ilustrador e escritor brasiliense | Foto: Divulgação/Secec-DF O prêmio é uma realização da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec-DF), em parceria com a Voar Arte para a Infância e Juventude, por meio de Termo de Colaboração. O secretário Cláudio Abrantes destacou que o Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil chega à sua terceira edição como uma verdadeira celebração à criatividade das crianças e dos adolescentes. “Em um tempo em que os jovens estão cada vez mais conectados às redes sociais e, ao mesmo tempo, distantes dos livros, iniciativas como essa são fundamentais para reacender o encantamento pela leitura e fortalecer a relação com a palavra escrita”, disse. [LEIA_TAMBEM]“Mais do que um concurso literário, o Candanguinho é uma resposta sensível e necessária a um dos maiores desafios da nossa geração: reaproximar os jovens da leitura. Ao valorizar a poesia feita por crianças e adolescentes, damos espaço à imaginação, ao pensamento crítico e à expressão de mundos interiores que, muitas vezes, não encontram voz em outros lugares”, acrescenta Abrantes. As inscrições para o concurso estarão abertas a partir do dia do lançamento e se estenderão até 31 de agosto. A divulgação dos finalistas ocorrerá até 15 de outubro, e a cerimônia de premiação será realizada no dia 7 de novembro, também na Sala Martins Penna. A curadoria da 3ª edição do Prêmio Candanguinho ficará a cargo de Roger Mello, renomado ilustrador e escritor brasiliense. Em 2014, Mello tornou-se o primeiro ilustrador latino-americano a receber o Prêmio Hans Christian Andersen, a mais alta honraria internacional concedida a autores e ilustradores de livros infantis. Com investimento total de R$ 90 mil, o Prêmio Candanguinho contemplará três categorias de estudantes da rede pública e particular do DF e da Ride: * Crianças de 6 a 12 anos * Adolescentes de 13 a 17 anos * Crianças e adolescentes com deficiência (6 a 17 anos) Os três primeiros colocados de cada categoria receberão prêmios de R$ 15 mil, R$ 10 mil e R$ 5 mil, além de troféus e livros de autores de Brasília. Ao todo, 90 poesias serão selecionadas para compor uma coletânea, que será publicada em diferentes formatos: impresso, digital, em Braille e em audiobook narrado por jovens atores - assegurando a acessibilidade e democratização da leitura. A coletânea terá mil exemplares impressos distribuídos gratuitamente para bibliotecas públicas, escolares e comunitárias do DF e da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride), incentivando o uso desses espaços como polos de cultura e formação cidadã. A iniciativa contempla ainda ações culturais e oficinas literárias em diversas regiões administrativas do DF e da Ride, garantindo a inclusão de crianças e adolescentes de diferentes contextos sociais e realidades, com plena acessibilidade nos eventos (Libras, audiodescrição e estrutura física adaptada). Para Marcos Linhares, coordenador-geral do projeto, o Candanguinho surge como uma resposta direta ao grave cenário de leitura entre jovens. “Pesquisas recentes mostram um panorama alarmante: apenas 28% das crianças e adolescentes do DF têm o hábito de leitura semanal, enquanto 38% dos adolescentes brasileiros nunca leram um livro por iniciativa própria. Essa crise é mais severa entre estudantes da rede pública, que têm acesso três vezes menor a livros em comparação aos de famílias com maior poder aquisitivo”, enfatizou, lembrando que estamos diante de uma geração que consome redes sociais massivamente, mas se desconecta dos livros. “Isso compromete sua capacidade crítica e formação cidadã. O Candanguinho não é só um concurso, é uma estratégia de transformação social”. Com previsão de 1.500 inscrições, o Candanguinho destaca-se como uma das raras iniciativas no Brasil totalmente voltadas à produção poética infantojuvenil, ganhando destaque não só nacionalmente, mas também no cenário internacional, ao lado de prêmios como o D.H. Lawrence Children's Prize e os concursos da Young Poets Network, ambos no Reino Unido. 3º Prêmio Candanguinho de Poesia Infantojuvenil · Lançamento: 23 de maio, às 9h · Local: Sala Martins Pena, Teatro Nacional Cláudio Santoro · Inscrições: De 23 de maio a 31 de agosto · Categorias: - Crianças de 6 a 12 anos - Adolescentes de 13 a 17 anos - Crianças e adolescentes com deficiência (6 a 17 anos) · Valor total dos prêmios: R$ 90 mil (R$ 15 mil, R$ 10 mil e R$ 5 mil por categoria) · Premiação: 7 de novembro, na Sala Martins Pena · Abrangência: Crianças e adolescentes residentes no DF e Ride-DF · Publicação: Coletânea com 90 poesias premiadas em formatos acessíveis (impresso, Braille, digital e audiobook) · Informações e regulamento neste link · Instagram/Facebook: @premiocandanguinhopoeta *Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF)
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Abertas inscrições para o 2º Prêmio Candango de Literatura
Brasília se prepara para reconhecer e celebrar a produção literária em língua portuguesa com o 2º Prêmio Candango de Literatura. O prêmio abrange livros publicados em 2024 e projetos de incentivo que estejam em curso há, pelo menos, dois anos. A iniciativa, realizada pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF), em parceria com o Instituto Casa de Autores (ICA), busca valorizar autores, editoras, designers e agentes de leitura do Brasil e de todos os países de língua portuguesa, reforçando o compromisso com a diversidade e a circulação de obras que ecoam em português, idioma que une continentes, culturas e vozes. Entrega do 2º Prêmio Candango de Literatura será no dia 31 de outubro, na Sala Martins Pena do Teatro Nacional | Foto: Divulgação/Secec-DF Com inscrições gratuitas abertas entre 10 de maio e 25 de junho de 2025, o 2º Prêmio Candango de Literatura, lançado oficialmente em 9 de maio, tem premiação confirmada para 31 de outubro, durante grande evento na Sala Martins Pena do Teatro Nacional. “Com o fortalecimento da visibilidade do prêmio desde seu lançamento em 2022, a expectativa é atrair ainda mais participantes e superar as quase duas mil inscrições da primeira edição. A campanha de divulgação tem como foco estimular o intercâmbio entre países lusófonos, incentivar a leitura e valorizar a escrita como expressão do patrimônio cultural”, afirmou o secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes. Serão R$ 195 mil distribuídos entre os vencedores, com sete categorias divididas entre três pilares principais: Obras de caráter literário Melhor Romance de 2024 (R$ 35 mil) Melhor Livro de Contos de 2024 (R$ 35 mil) Melhor Livro de Poesia de 2024 (R$ 35 mil) Prêmio Brasília de Literatura – voltado a autores nascidos e/ou residentes no Distrito Federal (R$ 35 mil) Obras de caráter editorial Melhor Capa de 2024 (R$ 20 mil) Melhor Projeto Gráfico de 2024 (R$ 20 mil) Projeto de caráter pedagógico Melhor Projeto de Incentivo à Leitura, incluindo ações voltadas a pessoas com deficiência. Podem concorrer pessoas físicas ou jurídicas com iniciativas em andamento há pelo menos dois anos (R$ 15 mil) Quem pode participar Livros de romance, contos ou poesia, escritos, originalmente, em português, e publicados pela primeira vez em 2024 em qualquer país de língua portuguesa. A obra deve ter formato impresso, com ISBN (International Standard Book Number), emitido por entidades reconhecidas no Brasil ou em outros países da Comunidade Lusófona. Cada obra pode ser inscrita apenas em uma das categorias literárias, com exceção de “Melhor Capa” e “Melhor Projeto Gráfico”, que aceitam inscrições simultâneas. É permitida a inscrição de autores com coautoria, desde que a obra não seja uma compilação. Para o Prêmio Brasília, o autor deve comprovar nascimento ou residir no DF desde 2023, pelo menos. Já o Prêmio de Incentivo à Leitura exige documentação que comprove a atuação do projeto por, pelo menos, dois anos. Inscrições e documentação As inscrições serão realizadas, exclusivamente, pelo site, com envio de documentos em PDF, como identidade (ou documento equivalente para estrangeiros), CPF (se for o caso), cópias da obra completa (ou capa, conforme a categoria), declarações obrigatórias e, no caso de projetos de incentivo à leitura, um portfólio detalhado da ação. Coordenação, deliberação e compartilhamento A coordenação geral do certame estará a cargo de quatro profissionais de reconhecida experiência e conhecimento na área de literatura, entre eles o curador João Anzanello Carrascoza. Escritor, professor e redator publicitário, considerado uma das revelações da ficção brasileira e um dos maiores contistas contemporâneos, Carrascoza foi o vencedor na categoria “Contos” na primeira edição do Prêmio Candango de Literatura. A seleção das obras será conduzida por um corpo técnico formado por até 45 profissionais renomados da literatura - 30 na primeira etapa e 15 na final. Os nomes dos jurados serão divulgados após a premiação, garantindo transparência e isenção. Como forma de ampliar o acesso às obras vencedoras e fortalecer o compromisso com a democratização da leitura, os premiados nas categorias literárias e editoriais deverão doar 20 exemplares dos livros para bibliotecas públicas do Distrito Federal. Já os vencedores na categoria de incentivo à leitura vão oferecer uma atividade de formação online, com no mínimo 4 horas de duração, como contrapartida educativa. As informações completas e inscrições estão disponíveis na página do 2º Prêmio Candango de Literatura. Serviço 2º Prêmio Candango de Literatura * Inscrições: de 10 de maio a 25 de junho de 2025 * Categorias: Melhor livro de Romance, Melhor livro de Contos, Melhor livro de Poesia, Prêmio Brasília, Melhor Capa, Melhor Projeto Gráfico e Melhor Projeto de Incentivo à Leitura (incluindo PCD) * Valor total distribuído: R$ 195 mil * Premiação: 31 de outubro de 2025 * Local: Sala Martins Pena do Teatro Nacional Cláudio Santoro *Com informações da Secec-DF
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Projeto Bebê que Lê incentiva leitura desde a primeira infância
Instigar a imaginação, a curiosidade e, acima de tudo, o gosto pela leitura é o principal objetivo do projeto Bebê que Lê, promovido pela Biblioteca Escolar Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira, na SQS 108/308. As oficinas ocorrem desde 2023, às terças e quintas-feiras, com participação de 30 crianças de 4 meses a 2 anos, divididas em três turminhas. Não há vagas abertas no momento, mas os interessados podem se inscrever na lista de espera. O formulário está disponível no Instagram da biblioteca. Ana Neila Torquato idealizou o projeto Bebê que Lê para incentivar a leitura desde a primeira infância | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília “Aqui falamos sobre escritores, ilustradores, literatura, pensando em incentivar a leitura desde a primeira infância, mas também trazer a família para a biblioteca e instrumentalizar os pais a fazerem a mesma mediação em casa”, explica a idealizadora do projeto, Ana Neila Torquato, que também é professora e escritora de títulos infantis. “Com os encontros, o nosso número de leitores cresceu, já que os pais vêm para trazer as crianças e acabam pegando livros não só para os filhos, mas para eles mesmos.” Em cerca de 30 minutos, duração média das atividades, as crianças são imersas em um mundo cheio de aventuras que só a leitura é capaz de proporcionar. “Começamos com músicas e brincadeiras relacionadas aos livros, que é o objeto central da mediação, e depois tem a socialização das crianças e dos pais ou responsáveis, com o manuseio dos livros e a escolha de quais vão levar para casa. A intenção é que a mediação de leitura continue em casa, já que não adianta que a criança tenha contato com os livros apenas uma vez por semana”, esclarece Torquato. Camila Souto percebe impactos positivos do projeto nos filhos Mateus e Maria Teresa, como concentração e o interesse pela leitura em casa Os encontros fazem parte da rotina da estatística Camila Souto, 36, há cerca de seis meses. Mãe de Maria Teresa, 2, e de Matheus, 1, ela comenta os benefícios que as atividades promovem para o desenvolvimento infantil: “Eles ficam muito concentrados na apresentação e já percebi mudanças em casa também. Nós levamos alguns livros toda semana e eles têm gostado de ler durante o dia e, principalmente, à noite”. O pequeno Rafael, de 11 meses, foi recentemente contemplado com uma vaga no projeto. A mãe dele, a arquiteta Isadora Banducci, 35, conta que estava ansiosa pelos encontros. “A leitura tem que vir em primeiro lugar mesmo. Aqui temos um momento muito especial, em que a contadora consegue envolver as crianças e despertar o interesse na história com músicas e brincadeiras”, diz ela. Reduto cultural “A contadora consegue envolver as crianças e despertar o interesse na história com músicas e brincadeiras”, diz Isadora Banducci, mãe de Rafael, de 11 meses Além do Bebê que Lê, a Biblioteca Escolar Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira promove diversas atividades durante o ano. Em janeiro e fevereiro, ocorre o Férias na Biblioteca, com contação de histórias e outras atrações para a criançada. Em abril, ocorre a Semana do Livro Infantil, que neste ano vai homenagear o escritor Monteiro Lobato, com ações voltadas às crianças de até 2 anos. Esses dois eventos são abertos ao público. O mês mais caipira do ano tem uma programação especial para os leitores: o Cordel Junino recebe escritores e músicos de Brasília para um dia inteiro dedicado à expressão cultural, com participação livre. Em maio e setembro, é a vez de a Piqueteca encher a área verde da unidade. Os visitantes levam o próprio lanche e participam de atividades culturais, como apresentações de mágica, de palhaçaria, entre outras. As datas dos projetos são divulgadas no Instagram, conforme revela a articuladora do equipamento escolar, Diane Gregory Mee. Para ela, os eventos são uma forma de estreitar a relação com a comunidade e aumentar o número de empréstimos. “A leitura eleva o nível de escrita, independentemente da idade. Quando você lê, passa também a ser um bom escritor. E começando desde cedo, podemos despertar o amor das crianças pela leitura, que é o maior objetivo de qualquer biblioteca”, define. “Começamos com músicas e brincadeiras relacionadas aos livros, que é o objeto central da mediação, e depois tem a socialização das crianças e dos pais ou responsáveis, com o manuseio dos livros e a escolha de quais vão levar para casa”, relata Ana Neila Torquato Reservados para as escolas públicas, são promovidos o Hora do Conto, que ocorre ao longo do ano, e o Contos Assombrosos, previsto para agosto. Instituições interessadas devem procurar a biblioteca pelo Instagram, e-mail biblioteca108.308s@gmail.com ou pelos telefones (61) 3318-2627 e (61) 99331-9638 (Diane Mee). Para pegar livros emprestados, basta fazer o cadastro na unidade. É preciso apresentar um documento oficial com foto e um comprovante de residência. A associação é válida por um ano e é sugerida a contribuição anual de R$ 50, revertidos na compra de novas obras. O prazo é de 15 dias, sendo possível pegar até três títulos por vez, com renovação por e-mail. O acervo conta com mais de 7 mil títulos, incluindo poesia, crônicas, ficção, literatura brasileira, portuguesa, francesa, italiana e muito mais. O espaço funciona de segunda a quinta, das 8h às 22h, e às sextas, das 8h às 18h. A redução do horário ocorre devido à coordenação coletiva dos professores.
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Espaços de inclusão social, bibliotecas escolares comunitárias estão abertas à população
Oito bibliotecas escolares comunitárias – localizadas em Brazlândia, Ceilândia, Guará, Planaltina, Asa Sul, Sobradinho e Taguatinga – estão à disposição da população do Distrito Federal. Os espaços são mantidos pela Secretaria de Educação (SEEDF) com o intuito de incentivar a leitura dos alunos da rede pública de ensino e oferecer ambientes adequados para estudo à comunidade. As unidades contam com acervos repletos de títulos nacionais e internacionais disponíveis para empréstimo e desenvolvem projetos que unem cultura e diversão. Bibliotecas escolares comunitárias incentivam a leitura dos alunos da rede pública de ensino e oferecem ambientes adequados para estudo à população | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília É o caso da Biblioteca Escolar Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira, na SQS 108/308. Nesta segunda-feira (25), o equipamento recebeu alunos da Escola Parque 308 Sul para participarem da Hora do Conto, com contação de histórias da cultura africana e momento para leitura de livros infantis. A iniciativa atende alunos da rede pública de segunda a quinta-feira. As escolas interessadas em participar podem entrar em contato pelo e-mail biblioteca108.308s@gmail.com. A experiência ficará na memória dos estudantes Enzo Gomes e Isabella Rodrigues, ambos de 7 anos. “É muito legal [um espaço assim] porque quem ainda não sabe ler, pode aprender aqui. A biblioteca é um lugar muito artístico, cultural e também serve para o aprendizado”, destacou o menino. Isabella completou: “Quanto mais livros a gente lê, mais esperto a gente fica. Lendo a gente pode aprender [a fazer] letras cursivas, caixa alta, outras letras assim”. A professora da biblioteca Ana Marize Solino explicou que a Hora do Conto surgiu diante da necessidade de aproximar o público infantil dos livros. “Percebemos ao longo dos anos que as crianças não estão mais lendo por causa dos smartphones, e que grande parte do nosso público tem se tornado os concursandos. Então, para trazer as crianças para cá, criamos uma parceria com as escolas circunvizinhas para que tenham um momento de leitura e, assim, os pequenos se sintam motivados a ler”, explicou. Projetos Outras iniciativas desenvolvidas na 108/308 Sul são o Férias na Biblioteca, que oferece oficinas e contação de histórias para crianças e adultos a partir de 10 de janeiro de 2025, às sextas-feiras; e Bebê Que Lê, com foco no estímulo da leitura para pequenos de até 2 anos, com encontros às 16h nas quintas-feiras e às 9h nas sextas. Ao longo do ano, também são realizados projetos literários com cordel, encontro de leitores e lançamentos de livros. O Distrito Federal tem oito bibliotecas escolares comunitárias, localizadas em Brazlândia, Ceilândia, Guará, Planaltina, Asa Sul, Sobradinho e Taguatinga “A formação de leitores é o objetivo principal de qualquer projeto que uma biblioteca venha a propor”, salienta a articuladora da unidade, Diane Gregory Mee. Segundo ela, o espaço é frequentado por cerca de 1.500 pessoas mensalmente, que usam a área de estudos, participam das atividades e pegam livros emprestados. “Essa quadra toda é um patrimônio tombado pelo GDF, e a biblioteca não só é um patrimônio material, como é um patrimônio imaterial”, explica. O espaço funciona das 8h às 21h50 de segunda a quinta, e das 8h às 17h50 às sextas-feiras. O empréstimo de livros é simples: basta que o interessado se cadastre no sistema e escolha o título de interesse. O prazo é de 15 dias, sendo possível pegar até três títulos por vez, com renovação por e-mail. Há títulos de poesia, crônicas, ficção, literatura brasileira, portuguesa, francesa, italiana e muito mais. Localizada na SQS 108/308 Sul, a Biblioteca Escolar Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira atrai estudantes e concurseiros com um ambiente silencioso e cheio de plantas A concurseira Tainan Gonçalves, 24, frequenta a unidade há cerca de um ano. Para ela, a biblioteca consegue unir silêncio, ideal para a concentração no conteúdo, e contato com a natureza, uma vez que tem um jardim no centro da sala de livros. “Das bibliotecas a que já fui, essa é a melhor, tanto na questão do ambiente, já que tem bastante verde por dentro, mas também porque oferece silêncio e tem atividades para crianças e adultos”, pontuou. O mesmo pensamento é compartilhado pela psicóloga Amanda Leite, 26, que vai ao local no mínimo duas vezes na semana para estudar. “Vir para cá me dá muito mais produtividade e foco do que ficar em casa. É bom estar em um lugar em que outras pessoas também estão estudando, fazendo a mesma coisa que você; acho que dá uma sensação de comunidade”, concluiu. “Vir para cá me dá muito mais produtividade e foco do que ficar em casa. É bom estar em um lugar em que outras pessoas também estão estudando, fazendo a mesma coisa que você”, observou a psicóloga Amanda Leite Veja, abaixo, mais informações sobre as bibliotecas comunitárias escolares. Biblioteca Escolar Comunitária Érico Veríssimo ⇒ Endereço: Setor Sul, Área Especial 3/4 A – Brazlândia ⇒ Funcionamento: de segunda a sexta-feira, turnos matutino, vespertino e noturno www.instagram.com/crebrazlandia Biblioteca Escolar Comunitária Cora Coralina ⇒ Endereço: Escola Técnica de Ceilândia – St. N, Área Especial QNN 14 ⇒ Funcionamento: de segunda a sexta-feira, turnos matutino, vespertino e noturno www.instagram.com/cep.etc Biblioteca Escolar Comunitária Juscelino Kubitschek ⇒ Endereço: EQ 17/19 – Guará ⇒ Funcionamento: de segunda a sexta-feira, turnos matutino e vespertino Biblioteca Escolar Comunitária Monteiro Lobato ⇒ Endereço: Setor Educacional, Lotes C e D – Planaltina ⇒ Funcionamento: de segunda a sexta-feira, turnos matutino, vespertino e noturno www.instagram.com/bibliotecamlobatoplanaltina Biblioteca Infantil 104/304 Sul ⇒ Endereço: 104/304 Sul – Asa Sul ⇒ Funcionamento: de segunda a sexta-feira, turnos matutino e vespertino www.instagram.com/bibliotecainfantilsul Biblioteca Escolar Comunitária Professora Tatiana Eliza Nogueira ⇒ Endereço: SQS 108/308 Sul – Asa Sul ⇒ Funcionamento: de segunda a quinta, das 8h às 22h, e às sextas, das 8h às 18h www.instagram.com/biblioteca108.308s Biblioteca Escolar Comunitária Espaço Rui Barbosa ⇒ Endereço: Quadra 4 – Sobradinho ⇒ Funcionamento: de segunda a sexta-feira; turnos matutino e vespertino Biblioteca Escolar Comunitária Valeria Jardim ⇒ Endereço: QSA 24 – Taguatinga Sul ⇒ Funcionamento: de segunda a sexta, 7h às 22h www.instagram.com/bibvaleriajardim.
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Centro Pop Brasília promove incentivo à leitura entre pessoas em situação de rua
Com o objetivo de incentivar a leitura entre pessoas em situação de rua, o projeto Ponto de Leitura Livro Livre, desenvolvido pelo Centro Pop Brasília, completou um ano desde a sua implementação na unidade. Em comemoração à data, o espaço promoveu um show da banda Vozes da Rua, na manhã desta quinta-feira (6). “A unidade também é um espaço de lazer, cultura e conhecimento para que as pessoas em situação de rua consigam desenvolver sua autonomia. Isso contribui, de alguma forma, para o plano de desenvolvimento desse público por parte do Governo do Distrito Federal” Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social A iniciativa consiste em uma biblioteca instalada dentro do Centro Pop Brasília, localizado na Quadra 903 da Asa Sul, e é executada em parceria com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal, a Escola Meninas e Meninos do Parque e o Centro Pop de Taguatinga, responsável pela apresentação do grupo musical composto por usuários e servidores da unidade. De acordo com José Vicente, servidor do Centro Pop Brasília e organizador do projeto, a biblioteca funciona como um “trailer adaptado”, onde as pessoas podem sentar, conversar, ler e produzir textos. “O nome Ponto de Leitura Livro Livre foi escolhido porque não é necessário cadastro para pegar e devolver os livros, deixando os usuários à vontade”, explica. De acordo com José Vicente, servidor do Centro Pop Brasília e organizador do projeto, o Ponto de Leitura Livro Livre demonstra que a cultura, por meio do consumo literário, “é tão importante quanto a alimentação” | Foto: Renato Raphael/SEDES-DF Para o servidor, que está cursando doutorado em literatura, o projeto demonstra que a cultura, por meio do consumo literário, “é tão importante quanto a alimentação”. Segundo o profissional, a biblioteca também é aberta para a comunidade, inclusive para doação de livros. A secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra, visitou o local para prestigiar o projeto literário. “O Centro Pop vai muito além de atendimento socioassistencial”, declarou. “A unidade também é um espaço de lazer, cultura e conhecimento para que as pessoas em situação de rua consigam desenvolver sua autonomia. Isso contribui, de alguma forma, para o plano de desenvolvimento desse público por parte do Governo do Distrito Federal”, completa. Centro Pop A unidade é gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social e oferece serviços como guarda de pertences, higiene pessoal, alimentação, provisão de documentos e encaminhamentos para programas socioassistenciais. A unidade conta com uma equipe multidisciplinar e atende pessoas de todas as idades que utilizam as ruas como espaço de moradia ou sobrevivência. O Distrito Federal tem dois centros Pop: um localizado no Plano Piloto e outro em Taguatinga Norte, na QNF 24. O serviço funciona das 7h30 às 18h, todos os dias da semana, sem necessidade de agendamento. *Com informações da Sedes-DF
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Dia Nacional do Livro Infantil: instrumento de ensino e construção afetiva
Terreno fértil para a imaginação, a literatura é fundamental para estimular o gosto pelo ensino e pela escrita na infância. Nesta quinta-feira (18), é comemorado o Dia Nacional do Livro, marco importante para incentivar o contato com a leitura cada vez mais cedo. Na rede pública de ensino do Distrito Federal, a leitura é incentivada desde cedo, seja com a distribuição de obras literárias nas escolas, seja com o incentivo ao pensamento criativo | Fotos: Paulo H. Carvalho/ Agência Brasília Com foco no desenvolvimento socioemocional, o Governo do Distrito Federal (GDF) promove o incentivo à leitura na rede pública em várias frentes: a partir da distribuição de obras literárias às instituições de ensino, da capacitação de profissionais da educação no tema, e do incentivo ao pensamento criativo e à imaginação na infância. “Nós temos uma política bem firme com o repasse de livros de literatura infantil para instrumentalizar as bibliotecas escolares, e garantir que elas tenham um acervo sempre atualizado, que gere interesse nas crianças”, destaca Rejane Matias, gerente das Políticas de Leitura, do Livro e das Bibliotecas da Secretaria de Educação do DF. “A formação do nosso professor é muito voltada para a importância de trabalhar esses referenciais teóricos da literatura e da oralidade, principalmente os processos de criação e imaginação na infância” Rejane Matias, gerente das Políticas de Leitura, do Livro e das Bibliotecas da Secretaria de Educação do DF De acordo com a pasta, somente neste ano, 6 mil livros já foram distribuídos às unidades escolares. Levantamento do Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPE-DF) também aponta que 70% das crianças de até 6 anos do DF possuem algum livro infantil ou livro de imagens. Outros 74%, na mesma faixa etária, têm incluídos na rotina momentos de música, leitura, brincadeiras ou atividades físicas. “A secretaria prima muito pela valorização de todos os profissionais da educação infantil envolvidos nesse contexto. A formação do nosso professor é muito voltada para a importância de trabalhar esses referenciais teóricos da literatura e da oralidade, principalmente os processos de criação e imaginação na infância”, prossegue a educadora. Por trás da obra, a autora A pasta também incentiva a realização de eventos voltados para a contação de histórias e o desenvolvimento educacional dos pequenos por meio da literatura infantil. A escritora brasiliense Ana Neila Torquato, autora de 12 obras infantis, participou de uma dessas iniciativas, no Centro de Ensino Infantil (CEI) da Candangolândia. A escritora brasiliense Ana Neila Torquato participou de evento no Centro de Ensino Infantil da Candangolândia: “Esse tipo de ação é importante para o desenvolvimento, para o processo de aquisição do repertório de leitura da criança” O evento realizado na quarta-feira (17), véspera do Dia Nacional do Livro Infantil, promoveu uma imersão na literatura. Mais que uma contação de histórias, teve como objetivo aproximar as crianças da autora e do processo criativo por trás da composição de um livro. “Esse tipo de ação é importante para o desenvolvimento, para o processo de aquisição do repertório de leitura da criança. Saber que o escritor existe, que ele está pertinho, é ‘gente como a gente’, né? Porque tem muita criança que acha que todo autor já morreu. Ou todos moram longe”, destaca. “Quando a gente vai escrever um livro, pensa na obra como um objeto de cultura, que pode conduzir boas conversas e abrir portas e janelas para o mundo” Ana Neila Torquato, escritora Psicopedagoga com experiência na rede pública de ensino, Ana Neila decidiu escrever os livros que sentia falta na construção da didática em sala de aula. Foi assim que nasceu a obra Minha Cidade, trabalhada com os alunos do CEI Candangolândia. “Muita gente acha que escrever para crianças é fácil, porque tem pouco texto. Mas não é uma tarefa fácil. Você precisa resgatar a sua criança interior e prestar a atenção no mundo. Essa visão de mundo da criança precede a leitura das palavras, então quando a gente vai escrever um livro, pensa na obra como um objeto de cultura, que pode conduzir boas conversas e abrir portas e janelas para o mundo”, avalia a profissional. A pequena Sara Vasques de Oliveira, de 5 anos, é uma das crianças da turma e conta que a obra se tornou o novo livro preferido dela. “Eu achei bem legal a contação de histórias, porque eu adoro ler livros. O meu favorito é o Minha Cidade, eu aprendi todas as coisas da cidade com ele”, afirma a pequena. A estudante Sara Vasques de Oliveira conta que adora ler livros: “O meu favorito é o Minha Cidade, eu aprendi todas as coisas da cidade com ele” Não é só para crianças Mais do que palavras escritas em verso e prosa, a literatura infantil também promove momentos em família. É com essa premissa que o autor Alexandre Parente decidiu começar a escrever as primeiras obras infantis, por sentir falta da figura paterna nas histórias e nos momentos familiares. “Muitas vezes a criança, mais do que a própria história, o que ela quer é o momento. Ela quer aquele abraço, aquele aconchego com o pai, com a mãe, com os avós, com os professores da escola. Aquele fortalecimento dos laços. Por isso eu acho a literatura infantil tão importante”, destaca o engenheiro agrônomo, que encontrou na literatura uma forma de homenagear os quatro filhos e viver momentos importantes ao lado deles. O escritor Alexandre Parente defende que livros infantis não são só para crianças: “Eu já vi vários adultos se emocionarem com meus livros e com outros porque eles também despertam a memória afetiva” | Foto: Joel Rodrigues/ Agência Brasília “Eu, como escritor, tenho muita preocupação com as palavras que a gente coloca, porque é da infância que estamos cuidando. Demanda um respeito, um cuidado, um carinho. Cada palavra, cada ilustração toca no coração de uma criança – que é uma terra fértil e pura”, explica. A leitura também é uma forma lúdica e leve de introduzir temas sensíveis, como acessibilidade, doenças mentais e bullying. Em algumas obras do autor, o assunto é abordado de forma descomplicada e enriquecedora. “Nesse tipo de obra, temos que ter mais profundidade. O livro infantil não é só para crianças, ele é para todas as idades. Eu já vi vários adultos se emocionarem com meus livros e com outros. Porque eles também despertam a memória afetiva”, conta.
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Bibliotecas públicas oferecem projetos culturais para atrair frequentadores
As bibliotecas públicas cada vez mais ampliam os serviços e atraem novos públicos com projetos, atividades culturais, acessibilidade e incentivo à leitura. No Distrito Federal, existem atualmente 24 unidades que oferecem um acervo variado de livros, cultura, exposições artísticas e acesso a computadores. As ações são das mais variadas. Na próxima sexta (9), por exemplo, a Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga, especializada no atendimento a pessoas com deficiência visual, vai promover o “Carnalivro”, um Carnaval cultural que reunirá o público da biblioteca fantasiado de personagens literários. O evento será das 9h às 12h, em frente ao Espaço Cultural de Taguatinga. Na sexta-feira, a Biblioteca Braille Dorina Nowill vai promover, em Taguatinga, Carnaval cultural que reunirá o público da biblioteca fantasiado de personagens literários | Fotos: Divulgação “Será na praça em frente à biblioteca e, neste dia, lançaremos a orquestra das pessoas com deficiência. Estaremos fantasiados e vamos festejar ao som das marchinhas e ações literárias, com personagens da literatura e exposição das nossas obras”, destaca a idealizadora, Dinorá Couto. Segundo ela, há três anos o evento tem a adesão dos frequentadores. “Tentamos sempre fazer muitas atividades para dar oportunidades ao nosso público, a maioria com deficiência visual ou baixa visão, ser reconhecido como cidadão, ressaltamos o direito deles exercerem a cidadania em sua plenitude”, completa Dinorá. A única biblioteca em Braille do DF conta com um acervo de 2 mil livros acessíveis, com letras ampliadas e audiobooks, e desenvolve diversas atividades inclusivas para ampliar o acesso à arte e à leitura por pessoas com deficiência visual, entre elas um clube do livro, rodas de leitura e o projeto de Academia Inclusiva, com a participação de aproximadamente 500 autores. “Temos membros de todo o país e até de fora, são mais de mil produções entre livros, blogs, antologias, além das produções expostas. Acredito que temos o maior acervo de materiais produzidos por pessoas com deficiência visual”, diz a idealizadora da biblioteca. Entre as ações da Biblioteca Pública de Ceilândia, estão aulas de yoga todas as segundas-feiras Entre atividades para adultos e crianças, os espaços públicos também desenvolvem iniciativas voltadas para projetos de leitura, mala e clube do livro e até mesmo aulões para auxiliar em provas de vestibulares e concursos. Todas as ações procuram estimular a leitura e o acesso aos espaços. A Biblioteca Pública de Ceilândia Carlos Drummond de Andrade desenvolve diversas ações dentro dos projetos de contação de histórias, biblioteca de portas abertas e o Miniteca. “Temos muitas ações de fomento à leitura, escrita, oralidade, sustentabilidade e meio ambiente, muitas coisas relacionadas à Agenda 2030 da Unesco. A contação de história é realizada todos os sábados e levamos a ação para diversos locais, como feiras de livro, rua do lazer e para dentro das escolas públicas, somos muito solicitados nesse sentido, como ferramenta de incentivo à leitura”, conta a coordenadora da Biblioteca de Ceilândia, Pollyanna Souza. A Biblioteca Nacional adquiriu recentemente 423 títulos, num total de 1.805 exemplares, para enriquecer o acervo | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Recentemente, a biblioteca passou também a oferecer na estrutura aulas de yoga para os estudantes e para a comunidade local. “Vimos no yoga uma forma de auxiliar no intelecto. Os alunos que estão prestando concursos e vestibulares ficam muito ansiosos, muito tempo sentados, então promovemos a meditação, a consciência corporal. Tentamos atingir o leitor de uma forma integral”, explica a coordenadora. As aulas de yoga acontecem todas as segundas, às 18h, e no último sábado do mês pela manhã. Investimentos A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), por meio da Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), é a responsável por dar suporte técnico e administrativo para as bibliotecas das regiões administrativas. De acordo com a pasta, a meta é fortalecer os espaços e, dentro do planejamento estratégico de 2024/2027, informatizar todas as bibliotecas públicas com sistema acessível para gestores e usuários. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “A criação e manutenção da biblioteca é de responsabilidade da administração regional. Nós assumimos a parte técnica, que é auxiliar na organização do acervo, a capacitação técnica dos servidores, orientar sobre os projetos que podem ser desenvolvidos, assim como os caminhos para conseguir recursos para manutenção dos projetos”, explica a diretora da BNB, Marmenha Rosário. Segundo a gestora, a BNB está fortalecendo a atividade da Rede de Bibliotecas Públicas do DF por meio de doações de livros, mobiliário e computadores. Em 2023, foram repassados 31 computadores, mais de 1.300 livros e dezenas de peças de mobiliário – cadeiras principalmente, além de poltronas, balcões e estantes. “A biblioteca é o equipamento cultural mais presente nas cidades. Quando a pessoa chega à biblioteca, elas estão atrás de um sonho e isso faz com que o público tenha uma relação afetiva com o espaço e tudo que ela representa em termos de acesso à cultura e lazer. E cabe a nós fomentarmos esses espaços de esperança e promover a inclusão do público que não tem condições para comprar livros”, afirma Rosário. Para ampliar esse acesso, a Biblioteca Nacional acaba de adquirir 423 títulos, num total de 1.805 exemplares, para enriquecer o acervo próprio e o da Biblioteca Pública de Brasília (EQS 312/313 – Asa Sul), além da Mala do Livro, programa de extensão de bibliotecas residenciais. O investimento foi de R$ 77.243,53. O espaço lançou recentemente também uma arena gamer para atrair o público ao centro cultural.
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Alunos do Recanto das Emas são incentivados a escrever os próprios livros
Um lugar onde o aluno é autor e protagonista da própria história. Na Escola Classe (EC) 803 do Recantos das Emas, os estudantes da educação infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental, entre 4 e 12 anos, são incentivados a gostar de ler ao escrever seus próprios livros. A iniciativa faz parte do projeto Era uma vez, criado em 2022 com o objetivo de fomentar a produção textual dos alunos com ajuda dos professores. Quarenta delas foram lançadas em outubro deste ano, durante a II Feira Literária – Um minuto mágico de histórias infantis. No total, o projeto já desenvolveu 51 obras literárias. “É um projeto maravilhoso em que toda a escola se debruça com o propósito de mergulhar em um universo literário, onde o aluno tem total liberdade para escolher o enredo da história e os processos necessários para construção de um livro”, explica a professora da Educação Infantil Andréia Feitosa. Quarenta livros foram lançados em outubro deste ano, durante a II Feira Literária – Um minuto mágico de histórias infantis | Fotos: André Amendoeira/SEE-DF A concepção do projeto é realizada desde o primeiro dia de aula. O professor é o mediador de todo o processo, mas é o aluno o real protagonista na construção coletiva da história dos livros. A escola tem atualmente 960 alunos matriculados e todos eles participam do projeto, inclusive os que estão na alfabetização. “Fazemos atividades de leitura, iniciação do processo criativo das histórias com a escolha dos temas e criação dos personagens”, conta Andréia Feitosa. A culminância do projeto é realizada no final do ano, por meio de uma feira literária com apresentação dos livros. Em 2023, o tema da feira foi Um minuto mágico de histórias infantis, com 40 livros lançados. Uma alegria só para os amigos Isaque Luna da Costa e Salatiel Silva dos Santos, ambos com 8 anos, que, junto à turma do 2º ano, apresentaram para a escola a história O Guardião da Natureza. “O livro conta a história de um menino que mora em uma chácara. Um dia, ele viu fumaça saindo de perto do rio e chamou os bombeiros para apagar o fogo. Naquele dia, ele decidiu que seria o guardião da natureza”, conta Isaque Luna. O estudante percebeu que a história é semelhante à dele, que mora em área rural. “Achei parecida comigo porque moro perto da natureza, meus colegas de turma também moram próximo das árvores e a gente precisa preservar para que elas não se acabem”, completa. A família A participação das famílias é fundamental durante o projeto na confecção dos personagens e cenários utilizados nos livros apresentados na feira literária. Os pais ajudam os estudantes a produzirem as maquetes que serão utilizadas para ilustrar os livros e apresentadas no dia da feira. É imprescindível a utilização de material reciclável como garrafas pets, papelão e a criatividade é sempre muito bem-vinda. Os alunos do 2º ano, Isaque Luna e Salatiel Silva, ambos com 8 anos, ajudaram a escrever o livro da turma ‘O Guardião da Natureza’ A história A formiguinha Vivi, das alunas do 2º ano Maria Lopes de Barcelos, 7 anos, e Sophia Gomes de Oliveira, 8 anos, conta a aventura de uma formiga que desejava comer algo diferente e um dia, após um sonho, encontraram um bolo de chocolate. “Eu gostei da história porque minha mãe fez um bolo de chocolate que a gente comeu na escola”, lembra Sophia. O projeto propõe ainda atividades pedagógicas além do desenvolvimento dos livros. Em março deste ano, foi inaugurado o Espaço Palavras na biblioteca. Pelo menos uma vez na semana, os alunos visitam o lugar para ouvir histórias e folhear os livros. A Hora do Conto é outra atividade especial onde uma vez por semana os professores e alunos trabalham a dramatização das histórias por meio da leitura dos livros com os professores e recebem a visita de autores e escritores da cidade, que vão até a escola falar sobre suas obras literárias. “É um momento especial quando o aluno conhece o autor por trás das histórias. Recebemos a visita de grandes escritores do Distrito Federal como Sara do Vale, Lair França, Simão de Miranda, Claudinha Flor de Cacau”, destaca Fabiana Carvalho, coordenadora da educação infantil. Para a coordenadora, a leitura é uma prática que traz inúmeros benefícios para os leitores e quando estimulada desde a infância os impactos positivos podem ser ainda maiores. “A leitura permite que a criança conheça a si mesma, ao mundo em que vive e a sua cultura, construindo sentido e significado. Isso estimula a criatividade, melhora a escrita, aumenta o vocabulário, diminui o estresse, solta a imaginação, amplia o conhecimento, melhora a memória”, finaliza. *Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE-DF)
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