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injúria racial

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Mais de 500 estudantes do Gama participam de palestra sobre letramento racial

Mais de 500 estudantes do 3º ano do Centro de Ensino Médio (CEM) 01 do Gama participaram, nesta quarta-feira (17), de uma palestra de letramento racial promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF). A atividade, realizada no auditório da escola, integra o programa desenvolvido pela Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e Igualdade Racial, que desde o início do ano leva formações sobre o tema a escolas públicas do DF. A ação ganhou ainda mais relevância diante do episódio registrado no fim de agosto, quando um estudante de 17 anos afirmou ter sido vítima de injúria racial durante uma partida de futsal nos Jogos Interclasse. O caso gerou mobilização dos alunos e abriu espaço para debates internos na comunidade escolar. Victor Almeida Maciel: "O letramento é superimportante para que a gente saiba como lidar com situações de racismo, tanto dentro da escola quanto fora dela. Para os não negros, é importante para aprender como agir e intervir" | Fotos: Jhonatan Vieira/Sejus Durante a palestra, os jovens puderam esclarecer dúvidas, expor opiniões e participar das dinâmicas propostas. O presidente do grêmio estudantil, Victor Almeida Maciel, de 17 anos, destacou a importância da iniciativa. "É muito importante trazer representatividade e segurança para os alunos. Eu, como negro, vejo que o letramento é superimportante para que a gente saiba como lidar com situações de racismo, tanto dentro da escola quanto fora dela. Para os não negros, é importante para aprender como agir e intervir". O pedagogo Eric Marques reforçou o caráter educativo da formação: “Apresentamos o conceito de racismo, as formas como ele se manifesta e os meios de denúncia. O letramento é um convite ao diálogo e ao antirracismo, porque combater o racismo é tarefa de toda a sociedade.” Os estudantes levantaram cartões vermelhos em alusão ao combate ao racismo no DF Ao longo da palestra, os estudantes receberam cartilhas, folders e o cartão vermelho de combate ao racismo — símbolo da campanha da Sejus nos estádios e arenas esportivas — e, juntos, ergueram o cartão em gesto simbólico de repúdio à discriminação. “Trabalhar o letramento racial com os estudantes é investir no futuro. Queremos que esses jovens compreendam o impacto do racismo e se tornem agentes de transformação, comprometidos com uma sociedade livre de discriminação”, disse a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani. O subsecretário de Direitos Humanos e Igualdade Racial, Juvenal Araújo, reforçou: “O racismo estrutural muitas vezes é praticado sem que as pessoas percebam. O letramento mostra que tanto a injúria racial quanto o racismo são crimes graves, imprescritíveis e inafiançáveis. Mais do que punir, é preciso conscientizar para que todos adotem práticas antirracistas.” [LEIA_TAMBEM]O Programa de Letramento Racial da Sejus-DF tem como objetivo desenvolver a capacidade crítica para identificar, compreender e enfrentar o racismo estrutural. A formação propõe reflexões sobre identidade, ancestralidade, diversidade e inclusão, além de oferecer ferramentas pedagógicas para que educadores apliquem práticas antirracistas em sala de aula. Antes de chegar às escolas, o programa já havia capacitado servidores da Sejus, de outros órgãos do Governo do Distrito Federal, do sistema socioeducativo, do Senado Federal e representantes de entidades da sociedade civil envolvidas em eventos públicos do GDF. Agora, com a expansão para instituições de ensino, a iniciativa alcança um público ainda mais amplo, impactando diretamente a formação das novas gerações e contribuindo para a construção de uma sociedade mais equânime e respeitosa. *Com informações da Sejus-DF

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Distrito Federal intensifica combate a casos de injúria racial

As ocorrências de injúria racial – quando uma pessoa é ofendida por sua raça, etnia ou procedência nacional – registraram um aumento de 10% no Distrito Federal entre 2022 e 2023. Ao contrário do que se pode imaginar, o crescimento não se deve à impunidade, e sim à investigação dos casos, ao acolhimento às vítimas e ao fortalecimento de políticas públicas. O foco do trabalho da Decrin é no amparo às vítimas, que faz investigação dos casos, o acolhimento às vítimas e o fortalecimento de políticas públicas | Foto: Divulgação/PCDF Essas são algumas das razões levantadas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para explicar os números de um crime inafiançável, imprescritível e que exige atenção e vigilância do governo e da sociedade diariamente. De janeiro a outubro deste ano foram registradas 572 ocorrências, contra 518 em 2022, e 463 em 2021. Ou seja, um aumento de 10% e que representa uma média de quase dois casos de injúria registrados por dia. Delegada-chefe da Decrin, Ângela Maria dos Santos: “Ouvimos a vítima sem julgamento. Quando fazemos isso, ela se sente segura no papel da polícia, tanto de falar bem para outras pessoas procurarem, quanto delas mesmas, se forem vítimas novamente, nos procurarem” | Foto: Divulgação/PCDF “O que tenho observado nesses aumentos são as políticas públicas criadas, faladas, a informação que a mídia transmite. Isso leva mais informação às pessoas sobre o que é injúria e racismo para elas se entenderem nesse processo e se perceberem vítimas”, explica a delegada-chefe da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa, ou por Orientação Sexual, ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), Ângela Maria dos Santos. Para entender um crime enraizado na sociedade se faz necessário compreender o que é injúria racial e o que é racismo. Injúria é a ofensa praticada contra um indivíduo, um xingamento referente à raça, à etnia, à procedência nacional de uma pessoa. Já o racismo é quando se ofende toda a população negra, quando alguém diz que uma conduta é coisa de negro, e também quando uma pessoa negra é impedida de acessar um local por ser negra. No Distrito Federal, a Decrin é um dos locais de acolhimento das vítimas deste crime. E um dos pilares do atendimento é a escuta ativa, sem julgamento, conforme explica a titular da delegacia. “Ouvimos a vítima sem julgamento. Quando fazemos isso, ela se sente segura no papel da polícia, tanto de falar bem para outras pessoas procurarem, quanto delas mesmas, se forem vítimas novamente, nos procurarem”, acrescenta Ângela Santos. Segundo a delegada, os registros colaboram para o governo estabelecer as políticas públicas de combate ao racismo. Por isso, é importante que as vítimas procurem os canais de denúncia: seja pelo telefone 197; presencialmente na Decrin, de segunda a sexta-feira, das 12h às 19h; via delegacia eletrônica ou presencialmente nas delegacias do DF. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Uma vítima de racismo está contando não só o caso de racismo daquele dia, mas sim de toda uma vida, os olhares que ela já sofreu, os atos discriminatórios. Aquilo traz um processo muito forte e emocional e o policial deve estar preparado para a escuta. Entender que aquela dor é legítima, que ela tem razão em falar, validar, tudo isso faz parte do processo”, complementa. Ainda segundo a delegada, o foco do trabalho da Decrin é no amparo às vítimas, mas os casos não deixam de ser investigados. Ela lembra que injúria e racismo são crimes inafiançáveis, imprescritíveis e podem chegar a até cinco anos de detenção. Publicada em janeiro deste ano, a Lei nº 14.532/2023 equiparou a injúria racial ao crime de racismo. Como forma de reunir provas, a recomendação é que para os casos presenciais a vítima junte testemunhas e procure saber se o local do crime tinha câmeras. Em casos virtuais, deve-se buscar o link ou print e encaminhá-los à Polícia Civil.

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