Novas edições de informativo técnico indicam tendências do agronegócio no DF
A Emater-DF publicou, nesta terça-feira (17), mais três edições do AgroEmater — boletim técnico que traz tendências de mercado do agronegócio. Cada informativo analisa com detalhes uma cadeia produtiva, apontando expectativas de custos, preços, demandas e outros índices. O objetivo é levar cada vez mais conhecimento sobre o negócio rural aos extensionistas e produtores rurais, auxiliando na tomada de decisões que podem determinar o sucesso da atividade. O boletim técnico AgroEmater traz tendências de mercado do agronegócio para ajudar os produtores rurais a tomar melhores decisões | Foto: Divulgação/Emater-DF A partir de agora, o boletim passa a ser por cultura. As edições lançadas são sobre mirtilo, milho e flores. De acordo com o extensionista Carlos Goulart, que atua na Gerência de Desenvolvimento Econômico (Gedec) da Emater-DF, o novo formato do AgroEmater busca integrar conhecimento técnico e econômico à prática no campo, permitindo que produtores não sejam apenas agricultores, mas empreendedores rurais capazes de compreender e atuar sobre os movimentos de mercado. O novo modelo do boletim é dividido em três partes principais: → Análise de cenário econômico: Avalia o histórico e projeta preços, custos e Valor Bruto da Produção (VBP) da cultura no DF. A correlação dessas tendências auxilia na tomada de decisões → Viabilidade econômica: Aponta indicadores financeiros, como margem de contribuição, ponto de equilíbrio e lucro operacional, para medir a lucratividade da atividade. → Análise técnica: Traz a percepção de especialistas da Emater-DF, com base em análises internas e externas das cadeias produtivas e das propriedades rurais. Todo o conteúdo é apresentado de forma clara e objetiva, sendo organizado em um anuário ao final de cada ano. Originário da Europa e da América do Norte, o mirtilo, por exemplo, é a cultura abordada na edição 4/2024 do AgroEmater. Introduzida no Brasil na década de 80, a fruta começa a ganhar espaço no Distrito Federal, oferecendo boas perspectivas de renda para os produtores locais devido à crescente demanda por alimentos funcionais. “Essa iniciativa não apenas fortalece a memória institucional, mas também consolida informações históricas para consultas futuras, ampliando a visão estratégica dos agentes do setor rural”, afirma Carlos Goulart. Os boletins estão disponíveis para consulta neste link. *Com informações da Emater-DF
Ler mais...
Produção de mirtilo impulsiona renda de agricultores do DF
Produzir mirtilo como forma de desenvolver o turismo rural. Foi assim que, há um ano, a produtora rural Leandra Alvarenga e a família dela decidiram iniciar esse cultivo na região da Rota do Cavalo, em Sobradinho. Também conhecida como blueberry, a fruta típica da América do Norte e de regiões frias tem ganhado espaço na gastronomia e nos lares brasilienses. Cultivo da fruta vem ganhando impulso no meio rural do DF, com o devido apoio técnico da Emater | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília A ideia, conta Leandra, é unir memória afetiva com um produto com bom retorno financeiro. Foram três anos de estudos até começar o plantio ao lado do marido, Evaldo, e da irmã, Zuilene Soares, que são servidores públicos. Hoje, com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), são mais de 2 mil mudas plantadas em 2,5 mil metros quadrados. Embora tenham tido alguns percalços no início, eles já estão na segunda safra, que promete já ser bem melhor que a primeira. A Emater-DF tem nove produtores de mirtilo cadastrados, oito dos quais com o plantio em formação. Com isso, existe uma expectativa de produção de cerca de 48 toneladas de mirtilo para serem comercializadas já em 2025. A média de produção por hectare é de 16 toneladas. Fruta saudável Zuilene Soares, produtora: “O mirtilo é a fruta da longevidade” Cada pé de mirtilo, conta Leandra, pode chegar a produzir quatro quilos ao ano. E o retorno financeiro vale a pena. O pacote com 150 gramas sai da propriedade a R$ 12,50. Por enquanto, eles focam a venda direta do produto in natura, mas também começaram a produzir geleias, sucos e doces, além de firmarem parcerias com outros produtores que preparam de cucas a licor de mirtilo. “Nunca fomos produtores; quando chegamos aqui, começamos a pesquisar, escolhemos a planta e buscamos apoio da Emater-DF”, conta Leandra, que deixou o mercado financeiro para uma mudança completa de vida com a família. Zuilene, irmã de Leandra, lembra que o mirtilo foi escolhido também por ser uma fruta de grande potencial para a saúde. “O mirtilo é a fruta da longevidade”, aponta. “Vários estudos mostram que auxilia no combate à depressão, diabetes e problemas cardíacos. Além disso, é uma fruta de valor agregado. Demanda pouca área e é bem valorado”. Assessoria técnica “Apesar de ser uma planta rústica e resistente, o mirtilo é delicado, e a colheita precisa ser feita à mão, com armazenagem em área fria logo depois” Clarissa Campos, extensionista rural da Emater-DF A extensionista rural e agrônoma Clarissa Campos, da Emater-DF, dá o suporte técnico para a produção de Leandra. Ela conta que, por se tratar de uma cultura nova no DF, o mirtilo tem crescido no interesse dos produtores, que veem boas oportunidades no mercado. Isso porque a maior parte dos mirtilos que chega aos consumidores vem do Peru. Embora seja originária do Hemisfério Norte, a fruta tem variedades que se adaptam muito bem ao clima tropical. Duas dessas são as mesmas plantadas por Leandra e sua família: biloxi e emerald. “O plantio precisa de conhecimento técnico”, explica Clarissa. “É preciso ter uma estrutura adequada no solo, e a adubação é feita com água – mas um dos gargalos é a colheita. Apesar de ser uma planta rústica e resistente, o mirtilo é delicado, e a colheita precisa ser feita à mão, com armazenagem em área fria logo depois.” Aí entra o trabalho da Emater-DF, que acompanha da produção ao escoamento, passando pelo manejo e a agroindústria. Os produtores que quiserem contar com esse suporte podem procurar uma das 15 unidades da empresa no DF. Rota da Fruticultura Consultor do programa Rota da Fruticultura, o pesquisador Firmino Nunes de Lima ressalta que o mirtilo é uma fruta que gera alta rentabilidade para o produtor. Por isso, acredita que políticas públicas que englobem a fruta, como a própria Rota da Fruticultura, contribuem para aumentar a produção e, consequentemente, o mercado no DF. Segundo o pesquisador Firmino Nunes de Lima, o solo no DF é favorável ao cultivo: “A grande vantagem é a não competitividade com o mercado internacional, que colhe no frio” A Rota da Fruticultura é uma ação do Ministério do Desenvolvimento Regional em conjunto com órgãos parceiros, associações e entidades locais. O objetivo é elaborar estratégias para aumentar a produção e o fornecimento de frutas para mercados internos e externos, gerar emprego e renda na região, promover o intercâmbio de experiências e tecnologias, diversificar e implantar novas culturas e fomentar e motivar novos agricultores na produção de frutas no DF e Entorno. Um dos desafios é o alto custo de implantação, que ultrapassa R$ 300 mil por hectare. A variedade cultivada no DF, contudo, traz uma enorme vantagem sobre as produzidas nas regiões mais frias do país, pontua Firmino. “Conseguimos frutos o ano todo”, afirma o pesquisador. “A grande vantagem é a não competitividade com o mercado internacional, que colhe no frio”. Isso ocorre por conta das variedades plantadas aqui e em outros locais com uma produção mais tradicional. Em dezembro, durante a AgroBrasília 2023, foi assinado um acordo de cooperação técnica (ACT) com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), formalizando a atuação da Emater-DF e da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do DF (Seagri) no trabalho realizado junto aos produtores rurais do DF para aumentar a produção de frutas, como açaí e mirtilo.
Ler mais...
Emater-DF: programas elaborados em parceria aprimoram atendimento
“Foi um ano intenso, com muitas ações. O balanço social revelou que, a cada R$ 1 investido na Emater-DF, R$ 7,35 retornam para a sociedade. O Valor Bruto da Produção (VBP) chegou a R$ 5 bilhões. Por meio de parcerias, empresa pôde manter incentivos a programas de atendimento na área de produção rural | Foto: Divulgação/Emater_DF Esses resultados representam o trabalho continuado dos técnicos da Emater-DF, que prestaram 176 mil atendimentos a agricultores e suas organizações nas mais variadas formas, como visitas técnicas, reuniões, cursos e orientações sobre políticas públicas, recuperação ambiental, saneamento e agroindústria. Auxiliamos os produtores rurais com os programas de compras governamentais, como PAA, Pnae e Papa-DF, que destinaram mais de R$ 38 milhões aos agricultores. Aprovamos 142 projetos de crédito rural, totalizando R$ 10 milhões em investimentos que contribuem para o aumento da produção. No saneamento rural, instalamos 55 fossas sépticas e temos outras 254 engatilhadas, que serão destinadas à região de Brazlândia, em convênio com a Caesb. Reformamos 28,8 km de canais de irrigação, iniciativa conjunta com a Seagri. Auxiliamos os produtores na Rota da Fruticultura, com 50 hectares de açaí e os primeiros plantios de mirtilo. No programa de agricultura urbana, entregamos insumos a 28 hortas de instituições socioassistenciais, implantamos e reformamos 103 hortas escolares e adquirimos 43 sistemas de captação de água das chuvas para instalação em 2024, um investimento de R$ 700 mil. Na agroindústria, inauguramos a Unidade Didática de Processamento e a Unidade Intensiva de Produção de Peixes, ambas na sede da empresa, para oferecer cursos e oficinas. Em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social, 970 produtores e trabalhadores rurais foram atendidos nos escritórios locais pelo Cras Volante. Lançamos duas publicações que apresentam plantas-modelo de agroindústrias rurais, que facilitarão a regularização desses estabelecimentos. Essas ações contribuem para o desenvolvimento econômico sustentável do DF, melhorando a qualidade de vida dos produtores e da sociedade.” *Cleison Duval, presidente da Emater-DF
Ler mais...
Fruticultura cresce no DF em área e em quantidade produzida
Nem a crise econômica causada pela pandemia do covid-19 impediu o crescimento do agronegócio e, principalmente, da fruticultura no Distrito Federal. Relatório da equipe de estatística da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) mostra um aumento de 18% em áreas e 14% na produção de 2021 em relação a 2020. No ano passado, foram cultivados 1.420 hectares e produzidas 34 mil toneladas de frutas no DF. Em 2020, foram registrados 1.202 hectares plantados e 30 mil toneladas produzidas. No ano passado, foram cultivados 1.420 hectares e produzidas 34 mil toneladas de frutas no DF, com apoio de iniciativas da Seagri e da Emater-DF | Fotos: Divulgação/Emater-DF Para que esse crescimento se mantenha, a Secretaria de Agricultura (Seagri), em parceria com a Emater-DF, fornece subsídios para aumentar tanto as produções quanto o número de produtores existentes no DF. “É muito perceptível que o interesse aumentou, mais pessoas têm nos procurado”, conta o secretário-executivo da Agricultura, Luciano Mendes. A Seagri investe em políticas públicas nas mais variadas searas, desde a distribuição de maquinários até a maior facilidade de créditos para os produtores. “Tudo é feito de maneira bem planejada para que todos os produtores rurais sejam acolhidos da melhor maneira possível e não tenham prejuízo evidentemente”, diz Mendes. [Olho texto=”“Tudo é feito de maneira bem planejada para que todos os produtores rurais sejam acolhidos da melhor maneira possível e não tenham prejuízo evidentemente” – Luciano Mendes, secretário executivo da Agricultura” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] “Por exemplo, eles podem investir usando o Fundo de Desenvolvimento Rural (FDR) da Seagri, que visa promover evolução rural no Distrito Federal, com ações que permitam o aumento da produção e da produtividade, da renda, da segurança alimentar e a permanência do homem no espaço rural. Na modalidade crédito, são financiados projetos de investimentos e custeio agropecuários”, explica o secretário. A respeito da distribuição de máquinas, Luciano Mendes conta que só no ano passado foram enviadas 40 patrulhas agrícolas, de forma gratuita, para os profissionais do setor. Cada patrulha é composta por um trator de 75 cavalos, uma carreta agrícola, um rotoencanteirador hidráulico, uma grade aradora com disco de 26 polegadas e um arado reversível hidráulico de três discos. “O produtor já começa com apoio de maquinário, que vai facilitar a vida dele no que diz respeito ao manejo do solo. Aí chega a Emater e dá auxílio técnico”, conta Mendes. “Além disso, depois que ele começa a produzir, nos comprometemos em comprar parte da produção, em caso de se tratar de um agricultor familiar, o que é mais um incentivo para que ele siga produzindo.” Gustavo Evangelista cultiva mirtilo no Núcleo Rural Boa Esperança II, Lago Norte: “Demanda interna do DF já é alta o bastante para incentivar o produtor a vender localmente”, diz | Foto: Divulgação [Olho texto=” “Todos os setores da economia sofreram com a pandemia, isso é nítido, mas a gente percebe que está tendo uma recuperação, e com o agronegócio não é diferente” – Felipe Camargo, coordenador de Fruticultura da Emater-DF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] Coordenador de Fruticultura da Emater-DF, Felipe Camargo explica que o papel da empresa é passar aos produtores as novidades de pesquisa, por meio de assistência no dia a dia da propriedade, oficinas, cursos, excursão a centros produtores e polos na produção de frutas. Ou, ainda, por projetos para financiamento da atividade, custos de produção, receitas. Camargo crê que essa é a área do momento que tende a crescer ainda mais. “Todos os setores da economia sofreram com a pandemia, isso é nítido, mas a gente percebe que está tendo uma recuperação, e o agronegócio não é diferente. Há uma grande tendência de o comércio ir abrindo com mais força, então o agro também tem a tendência de estar crescendo”. Mais investimentos Além dos maquinários, do crédito rural, das compras institucionais, do acesso a mudas de frutas e a insumos como adubos, equipamentos para associação ou cooperativas e agricultura familiar, há um investimento para que o produtor não tenha problemas com a escassez de água. “Os canais estão sendo tubulados para evitar desperdício. A ideia é que a mesma quantidade de água que entra na produção chegue até o final. Antigamente, apenas 50% chegavam até o fim”, disse o secretário-executivo da Seagri. Cada uma das 40 patrulhas agrícolas tem o custo de R$ 300 mil. Só no ramo de irrigação, o Governo do Distrito Federal (GDF), na gestão de Ibaneis Rocha, investiu R$ 7 milhões. Nas compras de alimentos de agricultores familiares foram investidos R$ 25 milhões. “Isso mostra o tanto que o Governo do Distrito Federal aposta no agro e se importa com quem entra para esse tipo de produção. Todo o suporte é dado desde a entrada até o momento em que a pessoa estiver trabalhando na área”, pontua Luciano Mendes. Felipe Camargo faz uma previsão em relação ao crescimento da fruticultura no DF: “Está sendo criada a Rota da Fruticultura no DF. Com incentivos de diversos órgãos distritais e federais, acredito que seremos um polo de referência na produção de frutas nos próximos cinco anos”. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] O engenheiro agrônomo Gustavo Evangelista, 36 anos, cultiva mirtilo, banana e morango juntamente com um amigo no Núcleo Rural Boa Esperança II, Lago Norte, próximo à Granja do Torto. E diz que o clima local é propício para que o DF cresça ainda mais no setor em que ele atua. “A demanda interna do DF já é alta o bastante para incentivar o produtor a vender localmente. Contando ainda com o posicionamento geográfico central, quando se fala de Brasil, é um ótimo lugar para se produzir frutas pensando também na exportação para outros estados. Outro ponto forte no DF é o clima que permite uma variedade imensa de frutas”, explica o profissional.
Ler mais...