Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose alerta para prevenção da doença no DF
Manter quintais e terrenos limpos é fundamental para evitar a presença do mosquito-palha, inseto transmissor da leishmaniose. A semana nacional de controle e combate à doença, que começou no domingo (10) e vai até este sábado (16), instituída pela Lei nº 12.604/2012, reforça a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do cuidado com cães, principais hospedeiros urbanos da forma visceral. “Essa semana de controle e combate ocorre em todo o Brasil e é um momento estratégico para ampliar as informações e engajar a população. Quando todos participam, evitando acúmulo de folhas, lixo ou fezes de animais, conseguimos reduzir casos e salvar vidas”, destaca a veterinária da Gerência de Vigilância Ambiental de Zoonoses (Gvaz) da Secretaria de Saúde, Aline Zorzan. O diagnóstico em cães é oferecido gratuitamente pela Zoonoses; em humanos, a investigação começa nas UBSs | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF Manifestações da leishmaniose A doença se manifesta de duas formas: leishmaniose tegumentar americana (LTA) e leishmaniose visceral (LV). A primeira afeta a pele e, em alguns casos, as mucosas, causando feridas que não cicatrizam. É mais frequente em humanos, especialmente em indivíduos que vivem em áreas de mata e zonas rurais. Pode, contudo, atingir também animais silvestres, domésticos e, mais raramente, cães e gatos. A LV é o tipo mais grave da doença. Nos humanos, provoca febre prolongada, perda de peso, aumento do fígado e do baço, fraqueza e anemia. Nos cães, pode evoluir de maneira silenciosa ou apresentar sinais como emagrecimento, crescimento exagerado das unhas, queda de pelos, feridas na pele e apatia. De janeiro a 9 de julho deste ano, foram registradas, no Distrito Federal, 27 notificações de LTA em humanos, sendo todas confirmadas; e 21 de LV, com seis confirmações. Entre os cães, 778 foram examinados e 158 tiveram resultado positivo, segundo dados da Gvaz. Período de maior risco Transmitida pela picada de vetores fêmeas infectados, a leishmaniose não passa diretamente de animais para pessoas, nem vice-versa Transmitida pela picada de vetores fêmeas infectados, conhecidos como flebotomíneos ou “mosquitos-palha”, a leishmaniose não passa de forma direta de um animal para uma pessoa ou vice-versa, nem por objetos ou alimentos. O período mais propício para a ocorrência de casos é durante os meses quentes e úmidos, como primavera e verão, quando o inseto se reproduz mais facilmente. “É nessa época que devemos redobrar a atenção e manter os cuidados com o ambiente, pois o mosquito encontra mais condições para se multiplicar”, alerta Zorzan. Prevenção e diagnóstico [LEIA_TAMBEM]O diagnóstico em cães é oferecido gratuitamente pela Zoonoses e deve ser procurado sempre que houver suspeita. Em humanos, a investigação é iniciada nas unidades básicas de saúde (UBSs), com encaminhamento para assistência especializada, se for o caso. Entre as medidas de prevenção estão o uso de repelentes, instalação de telas de proteção em portas e janelas, coleiras repelentes em cães, evitar exposição ao entardecer e à noite e manter o ambiente limpo, sem matéria orgânica acumulada. “Cuidar do espaço onde vivemos é tão importante quanto proteger animais e pessoas. A prevenção é uma responsabilidade coletiva”, reforça a médica. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Rede pública de saúde oferece tratamento para leishmaniose
Entre os meses de janeiro e julho deste ano, já foram testados pela Zoonoses 583 cães para leishmaniose visceral, a forma da doença mais preocupante no Distrito Federal, e 80 tiveram resultados positivos. A leishmaniose, uma doença infecciosa não contagiosa, afeta cães e gatos, e também seres humanos e animais silvestres. A doença é transmitida pela picada do mosquito-palha, cujo habitat de reprodução inclui matéria orgânica em decomposição, como troncos, folhas e frutas. Transmissão da doença acontece por meio da picada do mosquito-palha contaminado | Foto: Shutterstock “A leishmaniose visceral pode causar febre persistente, anemia, perda de peso e fraqueza em humanos. Em estágio avançado, pode provocar aumento do fígado e do baço, principalmente em pessoas com o sistema imunológico comprometido. Em cães, os sintomas variam conforme a resposta imunológica do animal e incluem lesões de pele, perda de peso, crescimento anormal das unhas, sangramentos e conjuntivite”, explica a médica veterinária da Zoonoses, Marcelle Farias dos Santos de Oliveira. A veterinária explica que gatos são mais difíceis de serem picados pelo mosquito por conta de seus hábitos de ficar em locais mais altos. Outro tipo da doença é a leishmaniose tegumentar (LT), que não afeta órgãos internos e tem como principal sintoma a úlcera cutânea, que se apresenta como uma ferida na pele. Oliveira destaca a importância da prevenção: “É fundamental que as pessoas mantenham a limpeza de seus quintais, evitem trilhas e exposição em locais com presença do vetor, especialmente no final da tarde e início da noite, e façam uso de repelentes.” As principais medidas de prevenção e combate à doença incluem o controle dos vetores, limpeza de reservatórios caninos, proteção individual, diagnóstico precoce, tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde. De janeiro a julho de 2024, a Zoonoses testou 583 cães para leishmaniose visceral, e 80 tiveram resultados positivos | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Tratamento Humanos com suspeita da doença, que apresentem algum sintoma ou que tenham visitado áreas de risco como matas e cachoeiras devem procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. A rede de saúde pública do DF oferece tratamento com medicamentos para os dois tipos de leishmaniose e o acompanhamento médico é essencial. A Zoonoses funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. No caso de animais contaminados, o indicado pela Secretaria de Saúde (SES-DF), seguindo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS), é a eutanásia. “Na Zoonoses, recolhemos o sangue do animal e fazemos o teste. A partir do resultado de exame oficial positivo, oferecemos a opção de eutanásia sem nenhum tipo de custo. No caso da leishmaniose, o melhor tratamento é realmente a prevenção”, orienta Oliveira. Prevenção das Leishmanioses – Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata; – Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde; – Evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata; – Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença; – Usar mosquiteiros para dormir; – Usar telas protetoras em janelas e portas. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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Conheça os cuidados necessários para evitar a leishmaniose
A leishmaniose é uma doença infecciosa, não contagiosa, que afeta, além de cães e gatos, seres humanos. Há dois tipos da doença: a leishmaniose tegumentar (LT) ou cutânea e a leishmaniose visceral (LV) ou calazar. De janeiro até agosto deste ano, foram registrados no Distrito Federal 21 casos de leishmaniose tegumentar e dois da visceral, mas nenhum óbito. Os dados acendem um alerta, já que o período chuvoso é mais propício à contaminação e ao aumento de casos da doença. A Zoonoses do DF oferece o exame de leishmaniose para cachorros | Foto: Breno Esaki/Arquivo Agência Saúde O mosquito-palha é o principal vetor de transmissão das duas formas da leishmaniose, e os locais de reprodução utilizados pelo inseto são matéria orgânica em decomposição – troncos, folhas e frutas apodrecidas que costumam ficar embaixo das árvores. Pelo fato de o DF ter uma área verde considerável, é importante investir nas ações de prevenção. “É preciso reforçar a importância de as pessoas realizarem e manterem a limpeza de seus quintais, evitarem trilhas e exposição em locais com presença do vetor, principalmente no final da tarde e no início da noite, e incentivar o uso de repelentes”, ressalta a enfermeira Thayanne Santos, da área técnica das leishmanioses da Secretaria de Saúde do DF (SES). Segundo ela, as medidas mais utilizadas para a prevenção e o combate da doença se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, na proteção individual, no diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, no manejo ambiental e na educação em saúde. [Olho texto=”“No caso da leishmaniose, o melhor tratamento é a prevenção. Sugerimos o uso de repelentes em spray, líquido ou coleiras repelentes – essas devem ser trocadas antes de seu vencimento”” assinatura=”Isaías Chianca, gerente de Zoonoses” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Características A leishmaniose tegumentar caracteriza-se pelo surgimento de feridas incluindo erupções cutâneas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Já a leishmaniose visceral é uma doença sistêmica, pois acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea, podendo causar a morte se não for tratada corretamente. A detecção da enfermidade pode ocorrer por meio de demanda espontânea às unidades de saúde e de busca ativa de casos em áreas de transmissão. Após a identificação, a Vigilância Epidemiológica atua para conhecer as características epidemiológicas do caso (forma clínica, idade e sexo) e atividade econômica relacionada à contaminação, identificando se o paciente é originário de área endêmica ou se é um novo foco e orientando a busca ativa de novos casos para caracterizá-los clínica e laboratorialmente. “Após a confirmação diagnóstica, os casos são enviados à Dival [Diretoria de Vigilância Ambiental ], responsável pela realização da pesquisa entomológica”, detalha Thayanne Santos. “Nela, há definição das espécies de flebotomíneos envolvidos na transmissão e a avaliação se o local provável de infecção é o DF, para verificar a necessidade de adoção de medidas de controle”. Casos em humanos O empresário Thiago Sabino, morador da Asa Norte, foi diagnosticado com leishmaniose no início deste ano. Primeiro, surgiu um machucado em dedo indicador direito que não sarava com nenhum medicamento. Em consulta na rede complementar, a médica chegou a questionar se ele havia ido à zona rural; como a resposta foi negativa, a hipótese de leishmaniose foi descartada. Após a confirmação diagnóstica, os casos são enviados à Diretoria de Vigilância Ambiental, que avaliará se o local provável de infecção é o DF, por exemplo, para verificar a necessidade de adoção de medidas de controle | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF No entanto, na consulta de retorno, ao ver o ferimento, outro profissional pediu para averiguar mais profundamente. Thiago foi encaminhado ao Hospital Universitário de Brasília (HUB), referência no tratamento da doença, onde lhe pediram uma biópsia. “O resultado foi leishmaniose leve”, conta. “Comecei a fazer o tratamento na semana seguinte. Tomava a medicação nas UBSs [unidades básicas de saúde], porque precisava ser na veia. O medicamento tem muitos efeitos colaterais e deixa a gente cansado ao extremo. Tive que utilizá-lo por quase um mês. O tratamento medicamentoso terminou, mas, pelos próximos cinco anos, continuarei sendo acompanhado pela equipe do HUB.” Animais Gerente de Zoonoses, o veterinário Isaías Chianca lembra que a transmissão da doença só ocorre por meio do mosquito infectado e que o cão é um possível reservatório da enfermidade. Por isso, quando o teste sinaliza resultado positivo, a SES, seguindo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS), indica a eutanásia do animal contaminado. O tutor pode optar pelo tratamento, disponível na rede privada, mas não indicado, porque o animal continua sendo uma fonte transmissora. “Na Zoonoses, recolhemos o sangue do animal e fazemos o teste”, relata o veterinário. “A partir do resultado de exame oficial positivo, oferecemos a opção de eutanásia sem nenhum tipo de custo. No caso da leishmaniose, o melhor tratamento é a prevenção. Sugerimos o uso de repelentes em spray, líquido ou coleiras repelentes – essas devem ser trocadas antes de seu vencimento”. O local funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Cuidados básicos O gerente pontua que os gatos são mais difíceis de serem picados pelos mosquitos-palha, por conta de seus hábitos, já que costumam ficar em locais mais altos – e esses mosquitos geralmente voam a uma altura de até 70 cm. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Isaneide Silva, 31, levou a cachorra Frida para fazer o teste de leishmaniose após adotar o animal, que sofria maus tratos. Ela esteve na Zoonoses e fez o exame, que apresentou resultado negativo. “Hoje ela está com a saúde perfeita”, conta. “Já se adaptou com a nova rotina na minha casa e com a companhia das minhas outras duas cachorras. Todas estão devidamente vacinadas e saudáveis. Sou uma dona bastante cuidadosa com elas”. Confira, abaixo, algumas dicas para se prevenir contra as leishmanioses. ? Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata ? Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde ? Evitar banhos de rio ou de igarapé localizados perto da mata ? Utilizar repelentes na pele quando estiver em matas de áreas onde há a doença – Usar mosquiteiros para dormir ? Usar telas protetoras em janelas e portas. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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