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nanossatélite

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Projeto do DF impulsiona nova missão espacial para monitoramento do Cerrado

Imagine um nanossatélite brasileiro voando sobre a Amazônia e o Cerrado, coletando dados em tempo real para prever riscos ambientais e proteger os biomas mais ameaçados do país. Agora imagine esses dados sendo analisados por cientistas aqui mesmo, na Universidade de Brasília (UnB). Essa é a proposta do Sistema Perception e da missão espacial Perceive, iniciativas que transformam a forma de monitoramento dos biomas mais estratégicos para a sobrevivência humana na Terra. O projeto é desenvolvido pelo Laboratório de Simulação e Controle de Sistemas Aeroespaciais (Lodestar), que manteve no espaço entre 2022 e 2024 o nanossatélite pioneiro AlfaCrux, resultado de estudos da UnB com financiamento da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPDF). Esse foi o primeiro nanossatélite 100% fomentado por uma fundação de apoio à pesquisa, o que reforçou o papel de Brasília como polo de inovação científica e tecnológica.  O Satélite Perceive é responsável por receber informações sobre os biomas mais ameaçados do país e transmiti-las para os cientistas | Fotos: Manuel Diz-Folgar/UVigo O Sistema Perception representa uma cooperação internacional entre Brasil e Espanha, por meio da parceria com a Universidade de Vigo – que há mais de uma década trabalha com engenharia espacial junto à UnB – e a empresa Alén Space. O investimento da FAPDF por meio do edital Leaning Tech para o início dessa pesquisa foi de R$ 1,5 milhão.  A missão é liderada pelo professor Renato Borges, do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB, referência nacional em engenharia aeroespacial. A iniciativa envolve cientistas de diversas áreas, da biologia à inteligência artificial, conectando dados da Terra ao espaço. Unindo engenharia espacial e ciência ambiental, a missão tem um objetivo claro: tornar o Brasil protagonista no monitoramento remoto de seus ecossistemas. Muito além de um satélite O Sistema Perception é mais que uma missão espacial. Ele funciona como um ecossistema tecnológico que une sensores terrestres, comunicação via satélite, inteligência artificial e modelos climáticos. Tudo isso para produzir dados confiáveis, em tempo real, sobre mudanças ambientais que antes poderiam passar despercebidas. Os primeiros alvos dessa tecnologia são dois gigantes da biodiversidade: a Floresta Amazônica e o Cerrado. Em parceria com o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a equipe irá usar torres de medição em plena floresta para monitorar o carbono do ar. No Cerrado, a UnB lidera a investigação dos recursos hídricos e do solo numa região considerada hotspot de biodiversidade – e também de pressão agropecuária. A missão Perceive é liderada pelo professor Renato Borges, do Departamento de Engenharia Elétrica da UnB, referência nacional em engenharia aeroespacial Como funciona? Para entender a tecnologia, pense em duas frentes de ação: • Unidades de monitoramento remoto instaladas em áreas críticas, com sensores que medem desde a temperatura do solo até a umidade do ar; • Satélite Perceive, responsável por receber essas informações e transmiti-las para os cientistas, mesmo de locais onde não há nem sinal de celular. Os dados são processados por uma plataforma digital – também em desenvolvimento na UnB – que usa inteligência artificial para prever situações como secas extremas, risco de queimadas ou degradação do solo. Assim, políticas públicas podem ser ajustadas com base em evidências. O professor Renato Alves Borges e o engenheiro Ignacio Gonzalez-Rua durante demonstração tecnológica ponta a ponta de solução de coleta de dados para o Perceive, semelhante à utilizada na missão AlfaCrux Investimento histórico O embrião do Sistema Perception surgiu graças ao projeto AlfaCrux, uma missão espacial inédita, fruto da parceria entre a UnB e a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF). Com investimento de R$ 2 milhões, levou ao espaço, entre 2022 e 2024, o primeiro nanossatélite construído por uma equipe totalmente treinada dentro do próprio Distrito Federal. O nanossatélite AlfaCrux é um cubo de 10 centímetros e 1 kg que representa grandes avanços na tecnologia espacial, cuja réplica em tamanho real está exposta no Planetário de Brasília Luiz Cruls, para visitação do público. Durante essa missão, a equipe do Lodestar foi capacitada em todas as etapas do ciclo espacial, da concepção à operação em órbita. Essa vivência prática possibilitou a maturidade técnica necessária para o desenvolvimento do Perceive e do Sistema Perception. Além da inovação científica, o Sistema Perception tem impactos sociais e econômicos que vão muito além da academia “A FAPDF entende que não existe soberania sem ciência. Com o projeto é possível verificar que é viável formar equipes completas, com tecnologia própria, para pensar soluções brasileiras para desafios globais. Essa missão é a prova de que investir em conhecimento transforma o presente e prepara o futuro”, afirma Marco Antônio Costa Júnior, presidente da FAPDF. Em apenas 10 minutos, o nanossatélite deixou a Terra e alcançou sua órbita a cerca de 500 km de altitude. Sua missão principal era testar tecnologias voltadas para coleta de dados ambientais, como queimadas, desmatamento e dados atmosféricos, além de capacitar novos profissionais para o setor aeroespacial nacional. Durante os dois anos em que esteve ativo, o AlfaCrux completou mais de 10 mil voltas ao redor da Terra, coletando dados fundamentais para estudos ambientais. Passava duas vezes ao dia por Brasília, permitindo o monitoramento constante por parte da equipe de pesquisadores da UnB. O último pacote de dados foi recebido em 3 de abril de 2024, pouco antes de o satélite se desintegrar na atmosfera terrestre, sem deixar lixo espacial. Essa missão teve impacto direto na capacitação de mais de 30 estudantes e pesquisadores, preparando mão de obra altamente qualificada para o setor espacial. Estudantes da rede pública do DF visitam a exposição sobre o nanossatélite AlfaCrux, no Planetário de Brasília | Foto: Divulgação/FAPDF Cooperação que cruza oceanos A história desse projeto começou há mais de uma década, em 2013, quando a Universidade de Brasília participou da missão do primeiro CubeSat espanhol. Desde então, a parceria com a Universidade de Vigo (UVigo), na Espanha, só cresceu. Hoje, envolve também a Universidade de Nottingham, no Reino Unido, além da Alén Space, empresa europeia especializada em tecnologias satelitais. Inovação no espaço, impacto na Terra Além da inovação científica, o Sistema Perception tem impactos sociais e econômicos que vão muito além da academia: • Na economia, permite uma gestão mais eficiente dos recursos naturais, especialmente em áreas-chave como a agricultura e a energia; • No meio ambiente, ajuda a conservar água, biodiversidade e carbono – elementos fundamentais na luta contra a crise climática; • Na sociedade, capacita jovens e pesquisadores, gera conhecimento local e amplia a presença científica em regiões remotas; • Na política pública, oferece dados que podem transformar decisões sobre desmatamento, uso da terra e adaptação às mudanças climáticas. Próximos passos Antes de o satélite voar, a equipe testa tudo com um sistema chamado FlatSat – uma réplica do satélite que permite a realização de testes funcionais completos de toda a missão, mas em solo. É com essa versão que estão sendo experimentadas tecnologias como o uso de rádio via LoRa, comum na internet das coisas, adaptado ao ambiente espacial. Além disso, a solução testada no AlfaCrux já opera na plataforma, viabilizando demonstrações completas de coleta de dados. A ideia é garantir que o Perceive tenha comunicação robusta mesmo nos locais mais isolados do Brasil. A entrega da primeira versão da plataforma de dados está prevista para este ano. O lançamento do satélite, estimado para até o final de 2026, ainda depende da captação de recursos específicos para a missão. “Hoje, o Perception e o Perceive contam com uma equipe de 27 pessoas, mas já com novos membros sendo integrados ao grupo original, ultrapassando 32 participantes. Esse grupo contempla diferentes áreas do conhecimento – por exemplo: nas engenharias, temos elétrica, telecomunicações, aeroespacial, produção, mecânica – e ainda participação de área como administração, biologia, geociências, ciências da computação, segurança cibernética”, destaca Renato. *Com informações da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPDF)

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Nanossatélite desenvolvido em Brasília e lançado ao espaço ganha mostra no Planetário do DF

Já imaginou um satélite que se desintegra em vários pedacinhos, montando uma rede de informação para captar informações climáticas e outros dados importantes? Parece um filme futurístico, mas é o resultado real do primeiro nanossatélite totalmente desenvolvido por órgãos públicos locais e lançado com sucesso, marcando um avanço histórico na tecnologia espacial do Distrito Federal. O Alfa Crux é fruto da parceria entre o Governo do Distrito Federal (GDF), a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e a Universidade de Brasília (UnB), colocando a capital da República na vanguarda da inovação científica no Brasil e reforçando o potencial do país no cenário global. Durante a abertura oficial da exposição, o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Alexandre Augusto Villain da Silva, frisou que um dos intuitos é mostrar as atividades que estão transbordando na popularização da ciência que é tratada no Planetário | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Para comemorar o sucesso da missão, o Planetário de Brasília Luiz Cruls recebeu uma réplica em tamanho real do Alfa Crux. Durante a mostra, inaugurada nesta quinta-feira (24), os visitantes terão a oportunidade de conhecer os bastidores do projeto, explorar conteúdos interativos e ouvir depoimentos de quem participou dessa conquista. Nos três primeiros dias de evento, estão programadas também atividades educativas para crianças e jovens e entrega de brindes. A iniciativa integra as comemorações de aniversário do espaço, que completou 50 anos em 2024. “Estamos partindo para a consolidação do Distrito Federal como um polo produtor de tecnologias para o setor aeroespacial. Com a exposição do Alfa Crux, especificamente, também vamos vocacionar as crianças a ingressar nas engenharias, nas carreiras científicas ou no próprio setor aeroespacial”    Alexandre Villain, secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação O projeto teve um investimento de mais de R$ 2 milhões do FAPDF e, em dois anos de órbita, o equipamento demonstrou tecnologias estratégicas para a implementação de sistemas de coleta de dados fundamentais, como desmatamentos e queimadas. Durante a abertura oficial da exposição, o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação do DF, Alexandre Augusto Villain da Silva, frisou que um dos intuitos é mostrar as atividades que estão transbordando na popularização da ciência que é tratada no Planetário. “Estamos partindo para a consolidação do Distrito Federal como um polo produtor de tecnologias para o setor aeroespacial. Com a exposição do Alfa Crux, especificamente, também vamos vocacionar as crianças a ingressar nas engenharias, nas carreiras científicas ou no próprio setor aeroespacial”. O secretário-executivo também comentou sobre o programa Retina Space, realizado em uma parceria entre o Planetário de Brasília e a startup Ideia Space, onde 30 alunos do ensino médio vão construir um nanossatélite real que será lançado em conjunto com a Agência Espacial da Índia. O Alfa Crux é fruto da parceria entre o GDF, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal e a UnB | Foto: Divulgação “Isso vai ser muito importante para o Brasil e para o desenvolvimento econômico, científico e acadêmico dos nossos jovens. A gente já tem uma tecnologia desenvolvida aqui e algumas startups trabalhando no setor aeroespacial. Então, começamos a construir uma ampliação desse setor econômico tão importante para além das cidades onde ele já é tradicional. Agora, o Brasil de fato está dentro desse roteiro”, completou Villain. Também participando da cerimônia de abertura, o presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior, destacou a importância de ser o primeiro nanossatélite 100% fomentado por um centro de pesquisa no país. “Esta iniciativa só foi possível com a perfeita integração da tríplice hélice entre governo, academia e setor produtivo. É muito importante, porque coroa o resultado desse fomento que a fundação fez em uma área tão estratégica para o Brasil e que está na vanguarda do mundo, que é a tecnologia espacial. Além de ser uma mostra que busca inspirar novas gerações de cientistas em Brasília, é também uma prestação de contas à sociedade no Planetário, um espaço interativo que destaca os avanços científicos da capital para que as pessoas possam ter a oportunidade de conhecer mais sobre a ciência que estamos produzindo aqui”. Durante a mostra, inaugurada nesta quinta-feira (24), os visitantes terão a oportunidade de conhecer os bastidores do projeto, explorar conteúdos interativos e ouvir depoimentos de quem participou dessa conquista | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Inovação tecnológica O Alfa Crux foi desenvolvido por estudantes da Universidade de Brasília (UnB) com a finalidade de testar tecnologias de pesquisa, monitoramento climático, comunicações e outras áreas do setor espacial. Ele foi lançado ao espaço em 1º de abril de 2022, a bordo de um foguete Falcon 9, da empresa SpaceX, em Cabo Canaveral (EUA) – o mesmo lugar de onde foi lançada a Apollo 11, a principal missão que levou o homem à Lua. O nanossatélite comunicou-se perfeitamente com a Terra até abril de 2024, quando foi desintegrado após a reentrada na atmosfera terrestre, cumprindo sua missão após dois anos de operação. O equipamento possui um formato de cubo, medindo 10 cm e pesando cerca de 1 kg, feito com materiais especiais como liga de alumínio e substratos de fibra de carbono. Mesmo sem câmeras, ele possui capacidade de coletar dados sobre o que ocorre em lugares distantes, como o Cerrado e a Amazônia. O presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior, destacou a importância de ser o primeiro nanossatélite 100% fomentado por um centro de pesquisa no país | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília O vice-reitor da Universidade de Brasília, Márcio Farias, ressaltou que o projeto gerado no Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília foi premiado entre os melhores da FAPDF e é motivo de muito orgulho. Ele explicou que o nome Alfa Crux faz referência a estrela Alfa, que é a principal da constelação do Cruzeiro do Sul – por não ser um satélite único e formar uma constelação com os nanossatélites. “A ideia é, ao invés de lançar um satélite grande, que é uma carga pesada e tem um custo muito elevado, lançar uma série de pequenos satélites com dimensão de alguns centímetros, os quais se comunicam entre si formando uma rede no espaço e transmitindo a informação de volta”, detalhou. Entre os principais objetivos do equipamento está também o treinamento e formação de recursos humanos no projeto, além da operação de missão espacial para estudar a viabilidade de conexão de comunicação em áreas de interesse estratégico do país, bem como em regiões remotas. “É o primeiro passo de um projeto ousado, para que outros nanossatélites semelhantes possam ser lançados e auxiliem o Brasil e o mundo em pesquisas espaciais e terrestres. Esses pequenos satélites podem realizar missões em benefício de toda a sociedade. Gostaria de ver esse modelo replicado no Brasil inteiro”, reforçou o presidente da Agência Espacial Brasileira, Marco Antonio Chamon. Para o marítimo Lorran Aragão, que mora em Belém (PA) e decidiu visitar o Planetário de Brasília bem no dia da abertura da exposição, descobrir o equipamento público foi uma novidade enriquecedora e saber do novo lançamento despertou ainda mais admiração | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília Popularização da ciência O Planetário de Brasília é um dos espaços públicos mais visitados do Distrito Federal, recebendo em torno de 100 mil visitantes por ano. O diretor de difusão científica e cidades inteligentes no Planetário, Junior Berbet, acentuou que trazer um satélite para perto da população é uma questão totalmente inovadora, despertando novos interesses com a exposição permanente no Planetário. “Tem essa questão da população poder tocar e ver como é o tamanho, porque tem muita gente que pensa que é enorme, mas aí começa a entender as dimensões e se torna algo muito mais acessível, instigando a curiosidade. E o Planetário é um excelente ponto, porque além da exposição, nós também temos aulas e oficinas relacionadas ao tema. O espaço aqui é para todos”, observou. O marítimo Lorran Aragão, 24, mora em Belém (PA) e decidiu visitar o Planetário de Brasília bem no dia da abertura da exposição. Para ele, descobrir o equipamento público foi uma novidade enriquecedora e saber do novo lançamento despertou ainda mais admiração. “Acho que é um espaço fundamental que pode abrir zonas de interesse para pessoas que nem fazem ideia do que é isso aqui, desenvolvendo mais talentos. Trazer uma tecnologia que seja nossa nos torna cada vez mais independentes, além desse monitoramento ser necessário para manter riquezas como a Amazônia. É muito interessante descobrir que o Brasil está tendo uma oportunidade tão grande que pode mudar a gente de patamar e nos colocar em primeiro plano”. Programação Esta quinta-feira (24) foi marcada pela solenidade de abertura oficial da mostra, seguida da exibição do filme Alfa Crux e um painel de debate. O Planetário seguiu aberto a visitações, incluindo horários de oficinas para as crianças e adolescentes. Já nos dias 25 e 26 de outubro, o espaço promoverá visitações de grupos escolares com a temática Educação e Ciência para Jovens Estudantes, com as visitas programadas das 9h às 12h e também das 14h às 17h. Mais informações podem ser encontradas nas redes sociais do Planetário.

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Nanossatélite desenvolvido com fomento da FAPDF completa um ano em órbita

Em 1º de abril de 2022, o primeiro nanossatélite do Distrito Federal foi lançado para a órbita da Terra. Com apenas 10 centímetros de aresta e cerca de 1kg, o AlfaCrux ganhou o espaço para analisar e propor soluções na área das telecomunicações. O cubo fica a 500 km de altitude e dá em torno de 15 voltas no planeta por dia, captando informações e as armazenando no próprio satélite para retransmissão. Coordenador da Missão AlfaCrux, Renato Alves Borges destaca que “essa é uma missão que tem como foco a análise, investigação, avaliação de soluções de telecomunicações, desde os aspectos operacionais até a aplicação no usuário final” | Fotos: Alex Mirkhan/Divulgação Desenvolvido com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), que investiu R$ 2,2 milhões, o projeto completou um ano do lançamento com resultados animadores que são acompanhados na estação de comando e controle por uma equipe composta por professores, técnicos e estudantes da Universidade de Brasília (UnB) das áreas de engenharia e correlatas. Ao todo, participam cerca de 17 pessoas, sendo sete da equipe fixa. “Essa é uma missão que tem como foco a análise, investigação, avaliação de soluções de telecomunicações, desde os aspectos operacionais até a aplicação no usuário final. É um trabalho que contribui para a melhoria da formação, olhando pela perspectiva da universidade”, explica o coordenador da Missão AlfaCrux e professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Faculdade de Tecnologia da UnB, Renato Alves Borges. O projeto completou um ano do lançamento com resultados que são acompanhados na estação de comando e controle | Foto: Divulgação/Lodestar UnB Primeiros resultados Neste primeiro ano do projeto espacial, o principal legado foi a inserção da operação espacial no dia a dia acadêmico e o início do estudo de caso sobre a missão. “O que considero um dos grandes aprendizados são as competências que estão sendo geradas e produzidas no que diz respeito a operar e conduzir um satélite. Estar à frente de uma missão espacial nessa fase de operação é relevante para o desenvolvimento do país”, revela o engenheiro eletricista e membro sênior do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE). O projeto ajudará a validar tecnologias que possam gerar soluções para situações que o setor produtivo enfrenta diariamente. “Podemos fazer o monitoramento de ativos estratégicos e coletar informações para entender um pouco melhor o ciclo do carbono em diferentes biomas. Do espaço conseguimos olhar características que não conseguiria perceber da superfície da Terra. Também conseguimos levar comunicação para uma área remota sem comunicação em solo”, revela. A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal incentivou financeiramente a missão desde a fase zero até o lançamento feito nos Estados Unidos pela empresa SpaceX. “A FAPDF fomentou todo o material necessário para construir a infraestrutura. A execução está dentro da Universidade de Brasília com apoio da Finatec. É um empenho de todos e uma mudança de realidade para o DF, coloca Brasília dentro desse circuito e como protagonista no contexto de soluções e serviços espaciais”, define Renato Alves Borges. O projeto conta também com o apoio da Agência Espacial Brasileira e da Agência Nacional de Telecomunicações. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Para o presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior, o projeto representa uma grande conquista para a ciência do Brasil. “FAPDF se orgulha de ter fomentado essa iniciativa inovadora. Ela representa a produção de tecnologia de alta performance no DF e, além disso, pudemos proporcionar aos pesquisadores e alunos da UnB uma experiência prática incrível desde a produção e construção do satélite e, após posto em órbita, a operação, a coleta e a análise dos dados recebidos”, comenta. Futuro Com expectativa para permanecer mais alguns anos em órbita, o nanossatélite ainda vai gerar muitos novos resultados. A coordenação da Missão AlfaCrux já desenha um novo projeto que possa contar com uma constelação de satélites. “Esses outros satélites vão naturalmente trazer as lições aprendidas neste primeiro ano, com adequações em aspectos técnicos da comunicação e faixa de operação que permitam ampliar o escopo da produção”, diz o coordenador. O próximo passo é também abrir diálogo com a iniciativa privada e a sociedade civil. “Estamos conversando com setores interessados em discutir problemas específicos e soluções que passam por implementação de sistemas espaciais”, acrescenta Renato Alves Borges.

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DF lança nanossatélite com investimento 100% público

A Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF), por meio da Universidade de Brasília (UNB), desenvolveu o projeto AlfaCrux, um nanossatélite elaborado por pesquisadores e alunos da UNB, que foi lançado ao espaço nesta sexta-feira (1). Foram 2,2 milhões de reais investidos, com objetivo de aperfeiçoar o sistema de telecomunicação e fortalecer a ciência. Batizado de AlfaCrux, o nanossatélite padrão CubeSat 1U foi lançado pela SpaceX de Cabo Canaveral. A expectativa é que em órbita o equipamento possa demonstrar tecnologias via satélite para aperfeiçoar: sistema de coleta de dados, comunicação tática (defesa nacional) em banda estreita, além de ofertar uma experiência prática para alunos e professores no desenvolvimento e operação de uma missão espacial. A FAPDF lançou 11 editais públicos esse ano, sendo que três deles vão beneficiar alunos de ensino médio. Os editais abertos atendem também pesquisadores graduandos, mestrandos e doutores, criando uma cadeia produtiva com potencial | Foto: Arquivo/Agência Brasília “O projeto tem um grande potencial de impacto social ao demonstrar soluções que podem contribuir para melhorar o monitoramento agrícola e promover comunicação em zona de desastres. O Alfa Crux é muito estratégico, pois permite coletar informações em larga escala sobre nossos ativos naturais, parâmetros climáticos e desta forma apoiar tomadas de decisão no contexto da agricultura de precisão, planejamento social, entre outros benefícios”, afirma o Coordenador do Alfa Crux, Renato Borges. [Olho texto=”“Estamos muito satisfeitos em apoiar o projeto Alfa Crux, pois ele envolve alunos, na faixa etária de 20 a 24 anos, o que potencializa esse despertar tão importante para ciência. O nosso objetivo hoje é transformar o Distrito Federal na terra da oportunidade e por isso resolvemos financiar 100% esse projeto” – Marco Antônio Costa Junior, presidente da FAPDF” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] A estação de comando e controle em solo, desenvolvida no âmbito projeto, é mais uma vantagem, pois viabilizará novos lançamentos sem custos adicionais, além de cooperações em outras missões nacionais e internacionais, garantindo o desenvolvimento científico contínuo. A equipe do Alfa Crux é formada por aproximadamente 30 integrantes, sendo dez professores, dois analistas na área de tecnologia da informação da UnB, dois engenheiros oficiais da defesa, e vinte e quatro estudantes dos diferentes cursos de Engenharia da UnB. “Estamos muito satisfeitos em apoiar o projeto Alfa Crux, pois ele envolve alunos, na faixa etária de 20 a 24 anos, o que potencializa esse despertar tão importante para ciência. O nosso objetivo hoje é transformar o Distrito Federal na terra da oportunidade e por isso resolvemos financiar 100% esse projeto”, destaca o diretor presidente da FAPDF, Marco Antônio Costa Júnior. O projeto conta ainda com o apoio da Agência Espacial Brasileira, que teve um papel importante nas tratativas para liberação do equipamento, que chegará a 500 km de altitude em relação à superfície terrestre. “O Alfa Crux é a demonstração de que os investimentos, sejam públicos ou privados, em setores inovadores de nossas universidades, podem gerar não só conhecimentos, mas também produtos de alto valor agregado com benefícios para a sociedade. O AlfaCrux parte de uma proposta acadêmica que pode, sim, resultar em aplicações concretas em comunicação tática e outros serviços de conectividade em áreas remotas”, afirmou o Presidente da Agencia Espacial Brasileira, Carlos Moura. A tecnologia – O nanossatélite têm o formato geométrico de um cubo, com aresta de dez centímetros. Sua massa total é em torno de 1,3kg. Na nomenclatura padrão, ele é classificado como um CubeSat 1U, ou seja, uma unidade. O nanossatélite ficará em órbita baixa, espaço onde normalmente são colocados satélites desse porte, a cerca de 500 km de altitude em relação ao nível do mar. A vida útil aproximada do equipamento é de três anos. Finatec O projeto espacial tem a gesta?o da Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec), que oferece sua expertise no gerenciamento dos recursos investidos nessa missão, com toda a parte de compra de equipamentos, busca de menor valor de material. Um passo a favor da Ciência A FAPDF lançou 11 editais públicos esse ano, sendo que três deles vão beneficiar alunos de ensino médio. Os editais abertos atendem também pesquisadores graduandos, mestrandos e doutores, criando uma cadeia produtiva com potencial. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] As oportunidades injetam inicialmente, no Distrito Federal, pouco mais de 27 milhões de reais. Soma-se ainda, aos investimentos do ano, uma nova chamada pública, vinculada ao IBRAM, que inclui um 1 milhão de reais do orçamento da FAPDF. A política pública de incentivo à ciência é estabelecida pela legislação, que vincula percentual da receita bruta do Distrito Federal. *Com informações da FAPDF

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Satélite vai ajudar produtores rurais

Nanossatélite terá o formato de um cubo, com aresta de 10 centímetros e peso em torno de 1,5 quilo | Imagem: Universidade de Brasília Primeira missão espacial financiada pelo Governo do Distrito Federal (GDF), o projeto Alpha Crux avança mais uma etapa. A iniciativa que vai permitir a comunicação de voz e texto (SMS) – por meio de um satélite – em regiões com baixa infraestrutura está na fase de aquisição de peças para montagem da estação de solo. A previsão é de que o conjunto de antenas e rádios, além de outros componentes necessários para rastreamento e controle do equipamento, estejam montados até o início do próximo ano. [Olho texto=”“Brasília tem capacidade de ser um grande polo do setor espacial. Essa missão permite que a gente possa interagir com outros projetos”” assinatura=”Renato Borges, coordenador da missão espacial” esquerda_direita_centro=”centro”] Financiada no valor de R$ 1,6 milhão (R$ 1.686.943,76, mais precisamente) pela Fundação de Apoio à Pesquisa do DF (FAP-DF), instituição vinculada à Secretaria de Ciência e Tecnologia e Inovação (Secti), a missão também é uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a Agência Espacial Brasileira (AEB). “Nós temos a missão de transformar Brasília na primeira cidade inteligente da América Latina e de posicioná-la como uma referência em inovação no Brasil. E, para isso, o desenvolvimento em áreas estratégicas como a telecomunicações, segurança e mobilidade são essenciais”, destaca o titular da Secti, Gilvan Máximo. “A missão Alfa Crux é um passo importante nessa caminhada, pois, além de desenvolver uma importante solução de comunicação para essas e outras áreas, assinala o potencial que a capital federal tem na produção de novas tecnologias e conhecimentos capazes de solucionar as principais demandas não apenas do DF, mas de todo o país”, acrescenta o secretário. Projeto Coordenador da missão espacial, Renato Borges explica que o nanossatélite terá o formato geométrico de um cubo, com aresta de dez centímetros. O peso será em torno de 1,5 quilo. “Será possível coletar dados e fornecer ferramentas ao usuário para que ele consiga monitorar áreas rurais, por exemplo”, informa o também chefe do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB). Ele acrescenta que a tecnologia vai se comunicar com a estação de solo, que será construída na Faculdade de Tecnologia do campus Darcy Ribeiro, na UnB. Renato Borges: “Projeto é peça fundamental para novas tendências tecnológicas” | Foto: Instituto de Engenheiros Eletrotécnicos Além do docente, o projeto é desenvolvido por mais 13 membros, entre professores, alunos e servidores técnico-administrativos no Laboratório de Simulação e Controle de Sistemas Aeroespaciais (Lodestar). Renato Borges salienta a dimensão da iniciativa para o desenvolvimento tecnológico da capital. “Brasília tem capacidade de ser um grande polo do setor espacial. Essa missão permite que a gente possa interagir com outros projetos. É uma peça fundamental para novas tendências tecnológicas”, aponta. Investimento O GDF tem fomentado os estudos científicos na busca para solucionar as principais necessidades locais. De 2018 para 2019, houve aumento de 64,5% no total empenhado (confira na ilustração abaixo). Até junho deste ano já foram investidos R$ 93,4 milhões, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAPDF), entidade vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). Para conter a pandemia do novo coronavírus, causador da Covid-19, o governo local investe R$ 48 milhões em pesquisas. Além da FAP-DF, fazem parte da parceria a Secti, a Fundação de Empreendimentos Científicos e Tecnológicos (Finatec) e a Universidade de Brasília (UnB). No ano passado, a fundação investiu R$ 4,8 milhões na participação em eventos científicos, tecnológicos e de inovação – e ainda lançou três chamadas que contemplaram 83 pesquisadores. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] Diretor-presidente da FAP-DF, Marco Costa Júnior destaca a importância do projeto para o desenvolvimento de soluções práticas eficientes contra os problemas da sociedade, nas mais variadas áreas. “Com o conhecimento de ponta gerado pelos pesquisadores da UnB e a parceria estratégica da AEB seremos inovadores ao lançar um nanossatélite com tecnologia embarcada capaz de contribuir para o aumento da conectividade em escala global”, reforça. Marco acrescenta que o projeto também reforça o potencial da mão de obra científica. “Não apenas contribuímos para o avanço da tecnologia aeroespacial, como daremos um grande salto para colocar a capital na rota dos pólos irradiadores de inovação e soluções baseadas em ciência e tecnologia aplicáveis a questões como segurança nacional, comunicações, agricultura e educação, entre outras”, conclui.

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