Festa junina e aniversário movimentam a neurocirurgia do Hospital de Base
A tradicional festa junina da unidade de neurocirurgia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) teve um significado especial este ano. Além de reunir colaboradores e pacientes em um ambiente de confraternização, o evento celebrou o aniversário da técnica de enfermagem Maria Neusa Batista, carinhosamente conhecida como Neusinha, que há 29 anos se dedica ao hospital. Conhecida por ser a noiva da tradicional quadrilha junina todos os anos, Neusinha leu um poema emocionante sobre a própria trajetória no hospital, destacando a importância de seu trabalho e o amor pela equipe. “Hoje é um dia especial para mim. Vinte e nove anos atrás, comecei a trabalhar aqui. Tenho o maior orgulho de fazer parte dessa equipe,” declarou Neusinha, visivelmente emocionada. Neusinha comemorou 29 anos de Hospital de Base durante a festa junina da neurocirurgia | Foto: Divulgação/ IgesDF A festa, realizada na última sexta-feira (28), teve comidas típicas, música, agradecimentos, oração e a tradicional quadrilha junina, levando alegria e um espírito de união aos presentes. A chefe da enfermagem da neurocirurgia, Carine Guimarães, também emocionada, falou sobre a importância de cada colaborador e o quanto a unidade é significativa: “Cada membro desta equipe é fundamental para o funcionamento da nossa unidade. O comprometimento e a dedicação de todos fazem do nosso setor um lugar especial.” “Esses momentos mostram o quanto somos fortes juntos. A festa junina não é apenas uma comemoração, mas um símbolo de nossa união e dedicação”, completa Carine. *Com informações do IgesDF
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Equipamentos modernos são testados em cirurgias complexas de coluna
Para a aquisição de neuronavegadores, equipamento tecnológico que auxilia e orienta os profissionais em procedimentos cirúrgicos complexos, a equipe do Hospital da Região Leste (HRL-Paranoá) usou quatro aparelhos diferentes em cirurgias de coluna para comparação. No Distrito Federal, a unidade é referência na área. Pela primeira vez a rede de saúde utilizou materiais adquiridos por meio de contrato de consignação, que reduz desperdícios | Fotos: Illa Balzi/Agência Saúde-DF A utilização dos equipamentos faz parte do processo de aquisição pela Secretaria de Saúde (SES-DF). “Com essas cirurgias demonstrativas, construiremos relatórios sobre os aparelhos para embasar a compra pelo melhor custo-benefício”, explica a colaboradora da Referência Técnica Distrital (RTD) em neurocirurgia de coluna, Rosana Coccoli. O neuronavegador oferece um sistema de cirurgia guiada por imagem com mais segurança e qualidade técnica Entre as quatro experiências no HRL com o auxílio do aparelho – todas finalizadas neste mês, com sucesso –, estão duas cirurgias cervicotorácica e duas de escoliose complexa, patologia caracterizada pela curvatura anormal da coluna. Foram testados equipamentos de quatro diferentes fornecedores no Brasil. Como funciona O neuronavegador é um sistema de cirurgia guiada por imagem. Como um GPS, ele orienta o cirurgião no posicionamento de implantes durante o procedimento. A utilização do equipamento proporciona mais segurança e qualidade técnica ao profissional e resulta em um serviço de alta qualidade para o usuário da rede. “Em procedimentos complexos como escoliose ou casos de neoplasias, o aparelho aumenta as chances de sucesso na recuperação do paciente”, afirma Coccoli. Além de aumentar a precisão, a aquisição do neuronavegador pela SES-DF permitirá um aumento no número de atendimentos a pacientes com enfermidades mais complicadas. Em funcionamento há 11 anos, a unidade de cirurgias de coluna do HRL realiza uma média de 300 procedimentos por ano. As cirurgias, que podem durar 12 horas, exigem profissionais qualificados, que passam por atualizações frequentes. Equipe do HRL fez quatro cirurgias complexas de coluna com uso de neuronavegador. Equipamento foi testado em etapa do processo de aquisição Reforço na rede A equipe responsável pelas cirurgias também usufruiu do novo aparelho de anestesia adquirido recentemente pela SES-DF. Mais moderno, ele possibilita um controle mais preciso dos parâmetros do paciente durante todo o procedimento. “Em uma operação longa como essa, onde o paciente encontra-se de bruços, a monitoração constante é fundamental para que ocorra tudo dentro da normalidade”, explica a RTD. Além do equipamento tecnológico, uma das cirurgias de escoliose com o uso de neuronavegador teve a presença do médico neurologista do Hospital Regional de Taguatinga (HRT) Manoel Sousa. “Quando manipulamos uma região tão importante como a coluna, é necessário observar se não houve nenhuma lesão à medula”, explica o profissional, que monitorou os movimentos dos membros superiores e inferiores da paciente durante todo o procedimento. Para o superintendente da Região Leste de Saúde, Sidney Sotero, as melhorias significam avanços importantes para o atendimento. “A busca de inovações tecnológicas que facilitem o trabalho dos cirurgiões e tragam melhores resultados e conforto para o usuário é uma preocupação constante na SES-DF”, avalia. “Os equipamentos ajudarão a aumentar a produtividade cirúrgica do hospital e a estender a carteira de serviços prestados, de forma economicamente responsável”, complementa. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] ?Contrato de consignação Outra novidade na pasta é a inovação com contratações por meio de consignação. O modelo, firmado em 2023 e com duração de cinco anos, evita o desperdício de materiais. O acordo prevê o pagamento do material à medida em que for utilizado, evitando excedentes e gerando economia à secretaria. Em uma das cirurgias demonstrativas no HRL com o neuronavegador, ocorreu o primeiro uso de materiais adquiridos por este tipo de contrato. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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Tratamento para AVC ganha destaque em revista científica
Uma pesquisa protagonizada no Hospital de Base pela neurologista Letícia Costa Rebello e os neurocirurgiões Eduardo Waihrich e Bruno Parente, todos da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, foi reconhecida e validada na revista The New England Journal of Medicine (NEJM), considerada o periódico de maior impacto na medicina mundial. O estudo, chamado de Resilient, foi desenvolvido em conjunto com outros pesquisadores e especialistas brasileiros, sendo financiado pelo Ministério da Saúde para comprovar a eficácia da trombectomia mecânica em casos de Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico agudo no Brasil. Os trabalhos apontaram que os pacientes submetidos ao tratamento tiveram mais chances de reduzir sequelas (ou até mesmo ficarem sem) e de continuarem independentes em suas atividades diárias, mesmo depois de um episódio de AVC. Foto: Breno Esaki/Saúde-DF “Com o resultado desse trabalho saindo na revista mais conceituada do mundo na medicina, validamos essa técnica na realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). O impacto desse tipo de tratamento na rede pública de saúde é imensurável, pois pode beneficiar um número enorme de pacientes, devolvendo qualidade de vida para ele e seus familiares”, afirmou Letícia Rebello. A neurologista lembrou que os pacientes com AVC que passam por esse tratamento ainda tiveram uma recuperação melhor após o procedimento, reduzindo a necessidade de reinternação e de reabilitação. “Com isso, os gastos com saúde pública ficam menores. É um dos tratamentos mais modificadores na vida de uma pessoa. Pessoas que entraram no hospital sem mexer parte do corpo saíram de lá normais. Pacientes que chegaram sem falar, recuperaram essa importante habilidade. Por isso foi tão importante o reconhecimento deste tratamento nesta publicação”, destacou. Realidade do SUS Apesar de ser uma prática consolidada em outros países considerados de alta renda e já realizada em hospitais estrangeiros, o Ministério da Saúde entendia que não seria possível reproduzir a trombectomia mecânica de forma automática na realidade SUS. Por isso, o ministério promoveu a pesquisa, iniciada em 2017, para trazer a prática ao Brasil de forma mais segura e viável. Nela, foi avaliada a equidade e a reprodutibilidade em relação aos dados já demonstrados dos outros países. Esse é o primeiro estudo com essas características realizado em país de baixa renda, que atualmente representam 80% da população mundial. Das 12 unidades do SUS habilitadas a participar do estudo, somente oito de fato incluíram pacientes. Entre eles, o Hospital de Base, onde Letícia Rebello atuou junto dos neurocirurgiões Eduardo Waihrich e Bruno Parente. Eles a ajudaram no estudo ao fazerem o tratamento endovascular por trombectomia mecânica. “Inclusive, o Base teve uma grande expressão no estudo, pois foi o segundo hospital do Brasil em volume de pacientes incluídos, ficando atrás somente do HGF em Fortaleza”, ressaltou a neurologista. Agora, com o resultado da pesquisa publicado, o próximo passo é o Ministério da Saúde incorporar o tratamento ao SUS. Como todos os esforços no momento estão focados no combate ao coronavírus, Rebello acredita que um passo importante será apresentar mais sobre esse trabalho aos gestores da Secretaria de Saúde e do Instituto de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF). Como é realizado Foto: Breno Esaki/Saúde-DF Na trombectomia mecânica, um cateter é usado no AVC isquêmico para desobstruir um vaso sanguíneo no cérebro de forma mecânica, removendo o coágulo com o uso de um cateter de tromboaspiração. A prática é indicada para os casos mais graves, que correspondem entre 30% a 40% dos pacientes que têm AVC. De acordo com a especialista da Secretaria de Saúde, a técnica é utilizada apenas quando a medicação sozinha não é suficiente. “Um exemplo que costumo usar é quando se tem um cano entupido. Se pode jogar soda cáustica para desentupir. Mas quando isso não funciona, você chama um bombeiro. Caso a medicação não funcione, fazemos o procedimento de trombectomia, para retirada mecânica do coágulo de sangue responsável por obstruir um vaso sanguíneo”, explica a neurologista. Atualmente, o único tratamento aprovado pelo SUS é a trombólise, em que os coágulos desse tipo são dissolvidos por meio de medicação, chamada Alteplase. * Com informações da Secretaria de Saúde-DF
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