Cuidados com o pé diabético: Conheça serviço da Policlínica do Gama
Uma ferida no dedão, de difícil cicatrização, seguida de infecção levou à amputação do pé e, depois, de parte da perna de Luzineide da Silva, 56 anos. Diagnosticada há 15 anos com diabetes tipo 2, ela agradece o acompanhamento que recebe há três anos no Ambulatório do Pé Diabético da Policlínica do Gama. “Me sinto acolhida. As enfermeiras e os médicos são experientes e humanos. Que bom que temos um local como esse aqui para cuidar da gente. Fiz a primeira amputação em janeiro de 2023 e a segunda em abril agora”. Luzineide está aguardando a cicatrização para receber uma prótese. O pé diabético é uma complicação do diabetes mellitus não controlado e ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés se transforma em lesão. Trata-se de um dos problemas mais graves decorrentes da doença, podendo levar à amputação do membro afetado. Luzineide da Silva, paciente do Ambulatório do Pé Diabético da Policlínica do Gama: "Me sinto acolhida. As enfermeiras e os médicos são experientes e humanos" | Fotos: Sandro Araújo/Agência Saúde DF A gerente da Atenção Secundária da Policlínica do Gama, Raquel Carneiro, destaca que o acompanhamento regular e o autocuidado são as medidas mais importantes para evitar feridas e manter a doença sob controle. “É necessária a limpeza diária e a secagem adequada dos pés após o banho, especialmente entre os dedos, além de verificar se há machucados. Com a enfermidade, a sensibilidade reduz e as feridas não são percebidas”, afirma. Somente na Policlínica do Gama, de janeiro a junho de 2025, foram realizados 2.457 atendimentos Entre os cuidados indicados estão: usar hidratantes para evitar o ressecamento da pele; optar por calçados adequados, confortáveis e firmes; cortar as unhas de forma reta; verificar a temperatura da água do banho e evitar escalda-pés. Para prevenir complicações, é essencial manter o curativo limpo, fazer trocas regulares, manter a dieta equilibrada e controlar a glicemia. Com diagnóstico de diabetes tipo 2 e doença arterial obstrutiva periférica, Francisco Belarmino de Souza, 73 anos, passou por angioplastia e desbridamento (remoção de tecido necrosado) após a piora de uma ferida no calcanhar do pé direito. Na Policlínica do Gama, ele realiza a troca semanal dos curativos. “O tratamento aqui é excelente, a equipe é muito atenciosa e profissional. Os curativos são muito bem limpos. Estou bem satisfeito”, relata. A enfermeira Cíntia Pelegrini ressalta que o plano de cuidado envolve avaliação da ferida, escolha da cobertura adequada, troca do curativo e fixação correta, e monitoramento da cicatrização, entre outros cuidados contínuos. “Nossos pacientes são pessoas com histórico recente de amputação de membros inferiores, infecções, lesões nos pés com exposição óssea ou de tendões. É preciso acompanhamento regular com o médico, controlar o diabetes, manter o autocuidado, uma alimentação equilibrada, evitar cigarro e álcool. Se recomendado, atividade física pensada para cada caso”, explica. Francisco Belarmino de Souza frequenta a Policlínica do Gama semanalmente, para troca dos curativos: “O tratamento aqui é excelente, a equipe é muito atenciosa e profissional. Os curativos são muito bem limpos. Estou bem satisfeito” Programa Pé Diabético O programa Pé Diabético conta com equipes de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que oferecem assistência aos pacientes. Somente na Policlínica do Gama, de janeiro a junho de 2025, foram realizados 2.457 atendimentos. Os sintomas mais frequentes do pé diabético incluem fraqueza nas pernas; sensação de formigamento constante; queimação nos pés e tornozelos; dormência; dor e sensação de agulhadas; e perda da sensibilidade. [LEIA_TAMBEM]O atendimento inicial do paciente geralmente é feito na Unidade Básica de Saúde (UBS). Caso seja necessário, ele é encaminhado para o serviço especializado. O programa também recebe pacientes em pós-operatório de procedimentos cirúrgicos, como amputações e desbridamentos. Além do Gama, a Secretaria de Saúde (SES-DF) oferece atendimento especializado nos Ambulatórios do Pé Diabético de Ceilândia, Taguatinga, Paranoá, Sobradinho, Planaltina, Guará e Plano Piloto, e no Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão (Cedoh). Nos ambulatórios, são realizados curativos, avaliação da ferida, verificação dos pulsos em membros inferiores, orientações para o autocuidado e acompanhamento pela equipe da unidade de saúde.
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HRT já realizou mais de 1,2 mil cirurgias graves e eletivas em 2024
Os procedimentos cirúrgicos realizados no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) ultrapassaram a marca de mil operações somente em 2024. O número representa mais de dez cirurgias por dia. Até maio deste ano, foram contabilizados 1.219 procedimentos. Segundo dados da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), o hospital realizou, em 2023, um total de 4.273 cirurgias, sendo 2.848 eletivas e 1.425 de urgência. “Nosso pronto-socorro tem uma característica ímpar, porque entram pacientes graves e de cirurgias eletivas, sem contar as diversas enfermarias. Durante um bloco cirúrgico usamos a classificação de risco, em que os mais graves precisamos atender primeiro” José Henrique de Alencar, diretor do Hospital Regional de Taguatinga “Atualmente, conseguimos fazer de dez a 12 operações eletivas diárias. Separamos dias da semana para realizar procedimentos específicos. Por exemplo, de quarta à sexta, focamos em cirurgias ortopédicas. Isso sem deixar de lado as eletivas de outras especialidades e as mais graves”, explica o diretor do HRT, José Henrique de Alencar. Para ele, o número representa o esforço dos profissionais em busca de uma gestão e organização para desafogar longas filas de espera. “Nosso pronto-socorro tem uma característica ímpar, porque entram pacientes graves e de cirurgias eletivas, sem contar as diversas enfermarias. Durante um bloco cirúrgico usamos a classificação de risco, em que os mais graves precisamos atender primeiro”, detalha o diretor. Entre as principais enfermidades tratadas no HRT, os procedimentos ortopédicos de média e alta complexidade são referências, como os de “pé diabético” e de fraturas do fêmur, rádio e úmero | Foto: Divulgação/SES-DF Entre as principais enfermidades tratadas no hospital, os procedimentos ortopédicos de média e alta complexidade são referências, como os de “pé diabético” e de fraturas do fêmur, rádio e úmero. Entretanto, outras especialidades também são atendidas pelos profissionais do HRT. Maria José Aquino Ribeiro, 68, realizou, por exemplo, uma cirurgia de remoção de pele nas pálpebras – a blefaroplastia. Ela é uma das 17 pacientes que passaram por procedimentos nesta sexta-feira (10), no HRT. A força-tarefa incluiu intervenções gerais, plásticas, ortopédicas e oftalmológicas. A moradora do Riacho Fundo II foi orientada pelo oftalmologista a realizar a operação como forma de enxergar melhor. “A cirurgia é um incômodo e a pressão é dolorida, mas fui muito bem atendida pelos médicos e pelas enfermeiras”, diz. Maria segue em recuperação pós-cirúrgica. Modernização Nesta semana, para melhor evolução e aprimoramento das cirurgias na rede pública, a SES-DF entregou seis equipamentos criostatos ao HRT, ao Hospital Materno-Infantil de Brasília (Hmib) e aos hospitais regionais de Sobradinho (HRS), Ceilândia (HRC), Gama (HRG) e Asa Norte (Hran). O investimento total foi de R$ 762 mil. *Com informações da SES-DF
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HRT procura voluntários para testar remédio
Por ser referência no atendimento aos pacientes com pé diabético no Distrito Federal, o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) foi escolhido para ser o Centro Coordenador do Estudo Nacional com o Fator de Crescimento (Heberprot®️). Trata-se de um produto farmacológico, já autorizado e registrado em vários países, que favorece a cicatrização de úlceras em pés de pacientes com diabetes. Esta fase de pesquisa clínica no Brasil é requisito para autorização e registro da medicação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O estudo precisa de pessoas voluntárias maiores de 18 anos, com úlcera (ferida) no pé, residentes no DF e com disponibilidade para ir até o HRT cerca de três vezes por semana | Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF O estudo é gerenciado pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Além do HRT, outros seis centros de serviços universitários e do Sistema Único de Saúde (SUS) participam do estudo. São elas a Policlínica Piquet Carneiro – Universidade Estadual do Rio de Janeiro (RJ); Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte (MG); Hospital Memorial Arthur Ramos (AL); Hospital Universitário Lauro Wanderley (PB); Instituto de Medicina Integral (PE); e Fundação Hospital Adriano Jorge – Universidade do Estado do Amazonas (AM). [Olho texto=”“Quem tem ou já teve a complicação pé diabético sabe que o tratamento é longo e desgastante”” assinatura=”Hermelinda Pedrosa, endocrinologista, coordenadora e investigadora principal do estudo” esquerda_direita_centro=”direita”] “O grande objetivo do estudo é verificar o tempo de cicatrização em úlceras nos pés de pessoas com diabetes. O uso reduzirá o tempo de tratamento e de internações, geralmente prolongado e oneroso. A pesquisa é uma exigência da Anvisa como pré-requisito para aprovação de uso e fabricação no Brasil e foi iniciado no 2º semestre de 2018”, explica a endocrinologista Hermelinda Pedrosa, coordenadora e investigadora principal do estudo em âmbito local e nacional. O produto farmacológico é um fator de crescimento epitelial que estimula a granulação, um passo importante para se atingir a cicatrização. Foi desenvolvido em Cuba, já foi aprovado e registrado em 18 países da Europa e passa pela fase de estudos clínicos no Brasil. De acordo com Hermelinda, a Fiocruz será a instituição que receberá a transferência de tecnologia, assim como alinhado para a vacina AstraZeneca-Oxford, em que a fabricação é feita pela instituição. No entanto, para o estudo ser finalizado e o produto aprovado pela Anvisa é necessário conseguir, pelo menos, mais 44 pacientes para participar dos testes em todo o país. [Olho texto=”“O maior objetivo do projeto é prevenir e evitar lesões decorrentes da doença, dando uma melhor qualidade de vida ao nosso paciente”” assinatura=”Karina Torres, diretora do HRT” esquerda_direita_centro=”esquerda”] A equipe do HRT faz um apelo aos pacientes com diabetes tipo 1 ou tipo 2, acima de 18 com alguma “ferida” no pé, para entrar em contato através dos telefones: (61) 2017-1700 (ramal 3423) ou (61) 99870-9090. “Precisamos de pessoas voluntárias maiores de 18 anos, com uma úlcera (ferida) no pé, residentes no DF e com disponibilidade para vir até o HRT cerca de três vezes por semana. O medicamento deve ser utilizado por oito semanas, e até 24 aplicações”, avisa Hermelinda. “Quem tem ou já teve a complicação pé diabético sabe que o tratamento é longo e desgastante. Peço que entrem em contato conosco que daremos todo o suporte”, convida a investigadora da Fiocruz e do HRT. Com a pandemia da covid-19 houve uma alteração no cronograma do estudo e ele acabou ficando prejudicado em todo o Brasil. Por isso é necessário recrutar os 44 pacientes para finalizar o estudo. A equipe de investigação do HRT é composta hoje por duas endocrinologistas (Flaviene Prado e Fernanda Tavares) e duas enfermeiras (Ione Batista e Janaina Martins) além da investigadora principal, Hermelinda Pedrosa. Além do HRT, outros seis centros de serviços universitários e do Sistema Único de Saúde (SUS) participam do estudo Para Karina Torres, diretora do HRT, o estudo exerce um papel fundamental, pois o tratamento oportuno evita a maioria das complicações e garante a qualidade de vida aos pacientes. “O maior objetivo do projeto é prevenir e evitar lesões decorrentes da doença, dando uma melhor qualidade de vida ao nosso paciente”, avalia. Pé diabético As úlceras de pé diabético são uma complicação frequente em pessoas com diabetes e precedem 85% das amputações. Além disso, uma em cada três pessoas desenvolve problemas nos pés ao longo da vida. As úlceras se complicam por infecção nos tecidos mais profundos e ossos – osteomielite – ou por má circulação – doença arterial periférica e resulta em tempo longo de tratamento ambulatorial e internação hospitalar. Como consequência, um elevado custo para o sistema de saúde. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Segundo Hermelinda, 65% dos pacientes diabéticos nunca tiveram os pés examinados e geralmente, só recorrem ao tratamento quando já têm uma complicação muito grave. Isso acaba prejudicando o tratamento e muitas vezes, chegando à necessidade de uma amputação. “Tratar a úlcera de pé diabético, acelerando o processo de cicatrização, proporciona maior qualidade de vida aos pacientes e familiares, evita sequelas e ainda reduz os gastos da rede pública com este paciente, que demanda cuidados ambulatoriais e muitas vezes, internações”, conclui. *Com informações da Secretaria de Saúde do DF
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