FAPDF apoia publicação científica e participação internacional em congresso sobre diversidade e políticas públicas
O pesquisador João Vitor Rodrigues Gonçalves, doutorando em Administração Pública e Governo pela FGV e em Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade de Brasília (UnB), teve recentemente um artigo publicado na revista internacional Development Policy Review. O trabalho foi viabilizado com fomento da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal, por meio do Edital FAPDF Publica (2023), voltado à divulgação de iniciativas científicas. Professor João Vitor Rodrigues Gonçalves apresenta estudo sobre inclusão social de pessoas trans no Congresso em Portugal, com apoio da FAPDF à mobilidade científica | Foto: Divulgação/FAPDF O artigo de João Vitor, que atua como professor voluntário em cursos de graduação na UnB e como professor assistente no mestrado da FGV-Brasília, analisa o Programa Transcidadania, da Prefeitura de São Paulo, como modelo de reintegração social voltado à população trans em situação de vulnerabilidade. Baseado em entrevistas e análises institucionais, o estudo propõe a replicação do modelo em outros contextos urbanos do Sul Global - conceito que abrange os países que enfrentaram, historicamente, maior desigualdade econômica, colonização ou marginalização geopolítica -, contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas mais inclusivas e eficazes. [LEIA_TAMBEM]O pesquisador destaca a importância de políticas públicas estruturadas para a população trans. “A sociedade brasileira tem uma dívida histórica com essa comunidade. O programa, em atividade há mais de uma década, representa um ponto de partida possível para políticas de reinserção social com base na educação e na independência socioeconômica.” João Vitor também participou, com apoio da FAPDF, do congresso internacional realizado em Lisboa, Portugal, onde apresentou um novo estudo com temática semelhante, ainda inédito, voltado à diversidade e às políticas públicas de inclusão. A viagem foi fomentada por meio da 3ª Chamada do Edital 2024 – FAPDF Participa (Difusão Científica), que incentiva a mobilidade científica e a inserção internacional de pesquisadores do Distrito Federal. Desde a graduação, João Vitor já percebia a ausência de iniciativas voltadas à diversidade sexual e de gênero nas universidades. “Minha indignação acadêmica se transformou em uma agenda de pesquisa que busca reverberar os dilemas da população LGBTQIA+ por meio de instrumentos capazes de promover mudança e alguma equidade social”, afirma. João Vitor também destaca o papel da Fundação na valorização de projetos científicos com impacto social. “A FAPDF tem sido protagonista ao investir em pesquisas de alto impacto e ao apoiar jovens pesquisadores. Sem esse suporte, projetos como o Transcidadania dificilmente teriam a visibilidade e o alcance que alcançaram.” *Com informações da FAPDF
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Ação contra o Frio: Abrigo da Asa Sul bate recorde de atendimentos
Aberto para acolher pessoas em situação de rua durante a noite no período de baixas temperaturas, na chamada Ação contra o Frio, o Centro Integrado de Educação Física (Cief), na 907 Sul, realizou mais de 100 atendimentos em todos os dias da última semana. O recorde foi registrado na terça-feira (23), quando 115 pessoas passaram a noite no local. Na Ação contra o Frio, o Centro Integrado de Educação Física (Cief), na 907 Sul, realizou mais de 100 atendimentos em todos os dias da última semana. O recorde foi registrado na terça-feira (23), quando 115 pessoas passaram a noite no local | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília Da segunda-feira passada (22) até o último domingo, foram contabilizados 775 atendimentos na Asa Sul — sendo 675 homens, 67 mulheres, 25 pessoas trans e oito crianças. No abrigo da Ceilândia, que fica na Coordenação Regional de Ensino da região, foram 251 — sendo 239 homens, nove mulheres, uma pessoa trans e duas crianças. Com isso, o número de acolhimentos semanal nos abrigos da Ação contra o Frio foi de 1.026. Quem vai aos locais tem à disposição colchão, cobertor e chuveiro quente, além de receber jantar e café da manhã balanceados e feitos sob supervisão de nutricionistas, kit higiene e agasalhos O espaço da Asa Sul foi aberto em 17 de junho e soma, desde então, 4.285 atendimentos, enquanto o da Ceilândia, que abriu as portas em 3 de julho, contabiliza 891. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, novos espaços podem ser abertos ou fechados conforme a demanda. Neste ano, houve um terceiro, no Centro de Convivência (Cecon) do Gama, que funcionou de 20 de junho a 2 de julho, com 108 acolhimentos no período. “A grande procura diária da população de rua pelos abrigos provisórios mostra que o governador Ibaneis Rocha foi muito humano ao determinar que eles fiquem abertos enquanto as temperaturas estiverem baixas. As pessoas acham que estamos oferecendo apenas um local para dormir. É mais do que isso: estamos entregando dignidade às pessoas em situação de rua, que é o objetivo maior do Plano do GDF para essa população”, enfatizou a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. Quem vai aos locais tem à disposição colchão, cobertor e chuveiro quente, além de receber jantar e café da manhã balanceados e feitos sob supervisão de nutricionistas, kit higiene e agasalhos. Em parte, esse material vem da Campanha do Agasalho Solidário, iniciativa da Chefia-Executiva de Políticas Sociais idealizada pela primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha que, neste ano, arrecadou mais de 20 mil itens de inverno. Os espaços funcionam de domingo a domingo, das 19h às 7h, com fechamento dos portões às 22h. O abrigo da Asa Sul tem capacidade para receber até 115 pessoas por noite, enquanto o de Ceilândia comporta até 40 pessoas. Iniciada em 2022, a Ação contra o Frio é realizada sempre em períodos de baixas temperaturas e segue enquanto o frio intenso durar. Na semana passada, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o DF chegou a registrar 8,2ºC. A tendência é de que o frio continue nesta semana. A mínima vai oscilar entre 12ºC e 14ºC, enquanto a máxima não passa de 28ºC.
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Creas divulga serviços para fortalecer rede de atendimento a pessoas trans
O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) da Diversidade promoveu, nesta terça-feira (30), um evento em alusão ao Dia da Visibilidade Trans, celebrado em 29 de janeiro. O encontro teve como objetivo apresentar os serviços públicos que são oferecidos a essa população, além de fortalecer a articulação da rede de atendimento para travestis, transexuais e transgêneros no Distrito Federal. [Olho texto=”“O Dia da Visibilidade Trans foi criado para isso, para dar visibilidade a uma população que sempre foi tão invisibilizada, que sofre violações de direitos. É um dia de celebrar, mas é também um dia de luta e de avaliação para planejar políticas públicas efetivas para atender e acolher essa população”” assinatura=”Ana Paula Marra, secretária de Desenvolvimento Social” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Foram convidados usuários da unidade e representantes dos órgãos e instituições que compõem essa rede. Cerca de 50 pessoas participaram do bate-papo. “É uma reativação de serviços de pessoas que trabalham com essa questão da diversidade. Nós estamos aqui há mais de dez anos como Creas da Diversidade e ainda hoje há pessoas que desconhecem o nosso serviço. Os usuários precisam ter conhecimento de toda a rede. Estamos falando de várias políticas públicas e organizações da sociedade civil. Esse trabalho de politização na unidade nós sempre fizemos para que as pessoas conheçam todos os serviços”, explicou a gerente substituta do Creas da Diversidade, Maria Alice Saad. Servidora pública e mulher trans Rubi Martins: “O papel do Creas, além do social, é de orientação, de empoderar as pessoas para que elas conheçam e lutem pelos seus direitos” | Foto: Cynthia Ribeiro/Sedes Quem fez questão de participar do encontro desta terça e compartilhar um pouco da sua experiência com os participantes foi a servidora pública Rubi Martins, 36 anos. “O fato de termos um Creas da Diversidade em Brasília é um privilégio em relação a outros estados que não têm essa importante política pública. O papel do Creas, além do social, é de orientação, é de empoderar as pessoas para que elas conheçam e lutem pelos seus direitos”, reiterou. Rubi é mulher trans e começou a ser atendida pelo Creas da Diversidade em 2015. Com o apoio da unidade, ela atuou na equipe de abordagem social no atendimento à população em situação de rua. Hoje, trabalha no governo federal e é estudante de serviço social. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] “Já fui usuária do Creas há muitos anos. O Creas me abriu portas para o mercado de trabalho, me ensinou a correr atrás dos meus objetivos. Então, eu sou a prova viva de que o Creas da Diversidade muda histórias, muda vidas. Foi um divisor de águas. O Creas da Diversidade me deu as ferramentas para que pudesse conquistar meu futuro e meu destino”, comemorou Rubi. Gerenciado pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), o Creas da Diversidade foi criado para atender pessoas em situação de violência e discriminação por orientação sexual, identidade de gênero, raça, etnia ou religiosidade. A unidade fica localizada na 614/615 Sul e atende pelos telefones 3773-7498 e 3773-7499. “O Dia da Visibilidade Trans foi criado para isso, para dar visibilidade a uma população que sempre foi tão invisibilizada, que sofre violações de direitos. É um dia de celebrar, mas é também um dia de luta e de avaliação para planejar políticas públicas efetivas para atender e acolher essa população”, ressaltou a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. *Com informações da Sedes-DF
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Creas agiliza a retificação na certidão de nascimento de pessoas trans
Em parceria com a Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF), o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) Diversidade promoveu, nesta sexta-feira (28), um mutirão para agilizar a retificação na certidão de nascimento do nome e gênero de pessoas trans. O atendimento é voltado para o público que tem o documento de outros estados. Nesse caso, a Defensoria Pública entra com ação judicial para facilitar essa retificação e garantir a isenção das taxas nos cartórios. “São pessoas que têm certidões e registro de nascimento em outra unidade federativa, o que implica uma situação mais burocrática e um aumento de custos. E é por isso que é importante o trabalho da Defensoria Pública na garantia da assistência jurídica gratuita e integral às pessoas que necessitam”, destaca o defensor público e coordenador do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da DPDF, Ronan Ferreira Figueiredo. O Creas Diversidade convidou 28 usuários para serem atendidos no mutirão desta sexta. São pessoas trans atendidas na unidade que estão com dificuldade de pedir a certidão de nascimento no estado de origem e fazer essa retificação. Uma delas foi Angel Maria, de 25 anos. Ela é do Mato Grosso do Sul e mora há dois anos em Brasília. Há um ano ela é atendida pelo Creas Diversidade e tenta essa mudança do nome. “Quero agradecer aos Creas por essa oportunidade. Ter esse nome social na certidão é muito importante para nós, transexuais, e, hoje, foi um dia histórico para a gente. Todo mundo quer um nome, todo mundo quer viver melhor e nada melhor do que pessoa chamar a gente pelo nome que a gente gosta e se sente bem”, conta. O Creas Diversidade é voltado especificamente para atender situações de discriminação, por orientação sexual, identidade de gênero, raça, etnia ou religiosidade | Foto: Renato Raphael/Sedes O Creas Diversidade é voltado especificamente para atender situações de discriminação por orientação sexual, identidade de gênero, raça, etnia ou religiosidade. A unidade é gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). “Esses usuários já vêm com histórico de rompimento de vínculos familiares, então, fica mais difícil conseguir comunicação com o estado de origem. É o rompimento de vínculos e a situação de vulnerabilidade, sem ninguém para interceder por eles”, reforça a agente social do Creas Diversidade, Carllyne Nobrega. Esse foi o primeiro grupo a participar desse mutirão do Creas Diversidade com a DPDF. A expectativa é ampliar esse atendimento. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] “É mais uma articulação interinstitucional do poder Público com a sociedade civil. A Defensoria Pública, o Creas Diversidade, Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa também estão nessa parceria, para efetivar e trazer assistência jurídica às pessoas que precisam, buscando viabilizar o direito à identidade de gênero e o direito ao nome na certidão de nascimento. A retificação desse documento é o acesso a direitos muito básicos e ao exercício de direitos da vida comum de qualquer pessoa”, pontua o defensor público Ronan Ferreira Figueiredo. “Retificar a certidão de nascimento traz dignidade e reconhecimento formal para as pessoas trans. E é o primeiro passo para acesso à cidadania e retificação de outros documentos pessoais”, finaliza a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. *Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Social
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