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racismo estrutural

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Cartilha da Saúde da Mulher Negra é lançada no DF como mais uma política pública contra o racismo estrutural

A Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF) lançou, nesta quinta-feira (24), a Cartilha de Saúde da Mulher Negra, como parte das ações em alusão ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, celebrado no dia 25 de julho. A iniciativa tem como objetivo reconhecer as especificidades e os direitos das mulheres negras, com foco especial naquelas que vivem em regiões periféricas do Distrito Federal. O material foi produzido com a participação do Conselho Distrital de Promoção da Igualdade Racial (Codipir).  A programação incluiu palestras e atividades voltadas à valorização da saúde, da beleza e do cuidado com o corpo da mulher negra. O material busca valorizar a estética, promover o cuidado com a saúde e fortalecer a cidadania dessas mulheres. O lançamento integra as ações da Subsecretaria de Políticas de Direitos Humanos e Igualdade Racial (Subdhir), da Sejus.  O evento reuniu lideranças comunitárias, afroempreendedoras, servidoras públicas, terapeutas, profissionais da saúde e educadoras. A iniciativa tem como objetivo reconhecer as especificidades e os direitos das mulheres negras, com foco especial naquelas que vivem em regiões periféricas do Distrito Federal | Fotos: Roberto Peixoto/Sejus-DF Um material que salva vidas A cartilha, segundo a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, surge como resposta à invisibilidade da mulher negra nos espaços de cuidado e formulação de políticas públicas. “O material foi pensado para valorizar a existência e a estética dessas mulheres, que muitas vezes são invisibilizadas, e para desconstruir estigmas e desmistificar informações equivocadas sobre a saúde da população negra”, explicou. Entre os temas abordados, estão doenças prevalentes desse público, como anemia falciforme, diabetes mellitus, hipertensão e a violência obstétrica. “É fundamental que essas mulheres saibam, por exemplo, que em casos de gravidez com doença falciforme, o risco é muito maior. Informação salva vidas”, completou a secretária. Saúde como ferramenta de empoderamento Para a arte-educadora e afroempreendedora Rosimar Muanda, da marca Conexão África, a cartilha e o evento promovido pela Sejus representam um marco. “É de suma importância falarmos da saúde da mulher negra, que é um tema muitas vezes desconhecido. Hoje, entendemos como fatores psíquicos e sociais influenciam nosso comportamento e saúde. É preciso que esse material chegue a essas mulheres”, destacou. Representatividade, autocuidado e políticas públicas Já a terapeuta integrativa Fabi Vasconcelos confessou que não sabia da existência de diferenças específicas nos cuidados com a saúde da mulher negra. “A partir de hoje, minha comunicação com meu público vai mudar. Entender essas particularidades transforma a forma como nos cuidamos. Quando uma mulher negra sabe seu valor, uma família inteira cresce junto. Políticas públicas específicas são urgentes, afirmou. Cartilha como base para novas políticas Afonso Mendes, palestrante e gerente de Populações Vulneráveis da Secretaria de Saúde, explica que a cartilha tem um papel estratégico na formulação de políticas públicas. “Ela não é apenas um material informativo, é um instrumento de transformação social. A partir da autodeclaração racial nos serviços de saúde, conseguimos levantar dados reais e pensar políticas mais eficazes para essa população”, afirmou. Mendes também reforçou que a saúde da mulher negra deve ser tratada com foco, respeito e especificidade. “Quando olhamos com atenção para essas mulheres, entendemos sua força histórica e seu potencial como agente de mudança social. Precisamos ouvi-las, acolhê-las e garantir que estejam no centro das decisões”, completou. Acesse aqui o documento. *Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF)

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Servidores do Sistema Socioeducativo participam de aula sobre letramento racial

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a população brasileira é formada, majoritariamente, por 56% de pessoas pretas e pardas. Mesmo assim, conta-se nos dedos a pouca representatividade existente nos três poderes – Legislativo, Judiciário e Executivo. Essa disparidade diz respeito às formas de racismo estrutural e institucional, disse a antropóloga Renata Nogueira, responsável pela capacitação de professores do DF no ensino de história e cultura afrobrasileira, durante aula sobre letramento racial para servidores da subsecretaria do Sistema Socioeducativo (Subsis). A convite da subsecretaria de Direitos Humanos e Igualdade Racial (Subdhir), ligada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), Renata Nogueira explicou que as diversas formas de racismo são resultado de mais 300 anos de escravidão. No Brasil, segundo ela, desde o princípio tentou-se normalizar a escravidão e, por séculos, mesmo com avanços de representatividade, o lugar de fala tem pouca ocupação. No caso específico da vivência dos servidores do Sistema Socioeducativo, o desafio é significativo porque muitos adolescentes em conflito com a lei sequer sabem quais são seus direitos. Iniciativa apresentou aula sobre letramento racial para servidores da subsecretaria do Sistema Socioeducativo (Subsis) | Foto: Divulgação/Sejus-DF “A discussão e o conhecimento sobre as formas de racismo são relevantes. O letramento racial é uma iniciativa que contribui para que os servidores e a sociedade compreendam a necessidade de combater o racismo conjuntamente”, disse Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania. Participação Priscila Correia Roquete, há 5 anos na Gerência de Esporte, Diversidade e Cultura da Subsis, participou da aula com a perspectiva de agregar conhecimento. “A maioria dos adolescentes atendidos é negra, enquanto grande parte dos servidores é branca. Por isso é fundamental participar do letramento”, disse. Segundo ela, muitos adolescentes não conhecem ou se reconhecem como negros, por isso o tema afrodescendência deve ser estudado na escola, para se entender a história, suas origens e conquistas. Thauanne Souza, junto de sua cão guia, Fênix, fez questão de participar do encontro. Ela, que é assistente social e está há 5 anos no Sistema Socioeducativo, disse que o letramento racial é mais uma ferramenta e metodologia para trabalhar com os adolescentes, por contribuir para transformar o caminho que eles vão seguir. O subsecretário da Subdhir, Juvenal Araújo Júnior, disse que o letramento racial é uma iniciativa que pretende mostrar que a luta contra o racismo deve vir da sociedade como um todo, não apenas da população negra. “A invisibilidade existe apesar de os negros serem a maioria da população”, destacou. A aula ministrada nesta segunda-feira, no Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF), faz parte das ações comemorativas do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. *Com informações da Sejus-DF

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