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reprodução em cativeiro

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Junho romântico: Casais do Zoo aumentam chances de reprodução em cativeiro

No Brasil, junho é considerado o mês mais romântico do ano. Se engana quem pensa que os animais assistidos pelo Zoológico de Brasília ficariam de fora das celebrações do Dia dos Namorados. Por lá, as expectativas são grandes em torno da reprodução de espécies consideradas ameaçadas de extinção. Recinto novo, mais privacidade e até mesmo alimentação adaptada estimulam o clima de romance entre Dudu e Anita (cervos-do-Pantanal), Macau e Saráe (ariranhas) e Zangado e Mônica (lobos-guará). “Como instituição, nós temos uma grande responsabilidade. Um dos nossos desafios é a conservação de espécies ameaçadas de extinção, que dependem dos nossos esforços em cativeiro. Então, é uma grande satisfação participar de programas nacionais e internacionais de reprodução. O nosso objetivo é ver esses animais se reproduzindo para mostrar que estamos no caminho certo”, defendeu o diretor de Mamíferos da instituição, Leandro de Souza Drigo. A reprodução em cativeiro exige estudo sobre o comportamento dos animais e cooperação entre várias instituições dentro e fora do país | Foto: Matheus H. Souza/ Agência Brasília A reprodução em cativeiro exige estudo sobre o comportamento dos animais e cooperação entre várias instituições dentro e fora do país para formar o par perfeito da vida silvestre. Chamados de studbook keepers, especialistas emitem recomendações de pareamento levando em consideração dados genéticos dos indivíduos. Após a formação dos pares e as devidas transferências de animais entre zoológicos e instituições, a equipe técnica entra em ação para estimular o clima de romance. O recinto onde os animais vão habitar deve passar pelo processo de ambientação. Isso quer dizer que técnicas serão implementadas para que o espaço fique o mais semelhante possível ao habitat natural da espécie. Depois, pontos de fuga são criados dentro do próprio recinto para que o animal tenha a liberdade de escolha entre querer ou não ser visto pelo público. A alimentação também é adaptada para os períodos reprodutivos de cada indivíduo. “Quando temos ocorrências de reprodução em cativeiro, significa que o animal está bem, que ele está em um ambiente em condições bem próximas ao habitat natural” Leandro de Souza Drigo, diretor de Mamíferos do Zoológico “A dieta desses animais é muito importante. Eles precisam de uma alimentação equilibrada, que supra as necessidades. Para isso, nós temos um setor específico com zootecnistas que elaboram o planejamento de todos os animais do plantel”, explicou Leandro. “Quando temos ocorrências de reprodução em cativeiro, significa que o animal está bem, que ele está em um ambiente em condições bem próximas ao habitat natural, e isso é um excelente sinal para nós”, concluiu. A Agência Brasília selecionou três casais emblemáticos que contam com esforços de especialistas para que ocorram reproduções. Dudu e Anita – Cervos-do-Pantanal Anita veio para Brasília da Bahia, em 2021 | Foto: Caio Cavalcante/Zoológico de Brasília Dudu chegou ao Zoo de Brasília em fevereiro de 2021 por recomendação do programa de conservação da Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (Azab) após ter sido resgatado órfão com apenas dois meses de idade em uma fazenda na cidade de Lucas do Rio Verde, Mato Grosso. Trata-se de um território que sofre forte pressão do desmatamento devido ao crescimento da agricultura e da pecuária, cenário comum nas principais áreas remanescentes em que a espécie ainda existe. Já Anita veio com a missão exclusiva de parear com o Dudu. Ela chegou ao Zoo de Brasília com 1 ano de idade, em outubro de 2021, vinda do Parque Vida Cerrado, na Bahia, também por recomendação da Azab. A idade reprodutiva dessa espécie começa por volta dos 4 anos de idade. Quando a equipe técnica observa que Anita está no cio, são realizadas algumas modificações na rotina do casal. “Ela só tem 24 horas de cio, então a gente permite que eles fiquem soltos e juntos durante a noite porque a cópula ocorre justamente no período noturno. É uma reprodução lenta porque só ocorre duas vezes por ano. A gente espera que, no segundo semestre, ocorra uma cópula”, detalhou Leandro de Souza Drigo. A fragmentação de habitat, em consequência do desmatamento e a transmissão de doenças trazidas pelo gado doméstico estão entre as principais ameaças à população de cervos-do-Pantanal, o que a torna uma espécie ameaçada de extinção pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio) e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Macau e Saráe – Ariranhas Entre 1975 e 1997, nasceram 58 filhotes de ariranha no Zoo de Brasília | Foto: Caio Cavalcante/Zoológico de Brasília Esses dois têm um valor simbólico ainda mais especial para o Zoo de Brasília. Isso porque a instituição é referência mundial na reprodução de ariranhas. Entre 1975 e 1997, nasceram 58 filhotes da espécie na instituição. Com Macau e Saráe na ativa, a expectativa é que o Zoo continue sendo considerado o mais bem-sucedido no mundo nessa área. Diretamente da Alemanha, o Zoo de Dortmund enviou um exemplar para Brasília com uma única tarefa: reproduzir. Macau chegou ao Brasil em novembro de 2019 por recomendação do programa internacional para a conservação da espécie. Primeiro, ele foi pareado com a ariranha Sí, que faleceu em maio de 2020. Para não ficar sozinho, outra recomendação foi emitida por especialistas e, meses depois, Macau deu boas-vindas a Saráe, diretamente do Aquário de São Paulo. Hoje, os dois habitam um dos melhores recintos para a espécie do país. “Além da qualificação da equipe técnica, talvez o sucesso com tantas reproduções esteja relacionado ao recinto que eles habitam, que foi muito bem planejado. O ambiente é totalmente propício para uma cópula. A ariranha precisa de água porque é um mamífero semiaquático, precisa de terra para cavar e fazer abrigos, além de troncos e tocas”, afirmou Leandro. “O recinto das ariranhas está passando por uma reforma atualmente para ficar ainda melhor. Nós estamos aumentando a profundidade do tanque e colocando um filtro para que a água tenha mais qualidade. O espaço é totalmente propício para cópulas”, disse. O último cio da Saráe foi em 14 de março deste ano e durou de sete a dez dias. A expectativa é que no próximo momento reprodutivo cheguem os filhotes do casal. Macau e Saráe são um dos casais mais bem condicionados do Zoo. Por meio de treinamentos semanais, eles aprendem a colaborar com a equipe técnica para realizar exames e tomar medicamentos, por exemplo. “Eles são muito responsivos. A gente consegue acessar a pata, fazer ultrassom e coleta de sangue sem precisar de anestesia. Tudo isso graças ao treinamento que fazemos com eles”, revelou Leandro. A ariranha é um animal classificado como ameaçado de extinção de acordo com a lista vermelha do Ministério do Meio Ambiente, que registra as espécies de fauna e flora em perigo de extinção no Brasil. A espécie desapareceu da Mata Atlântica e conta apenas com uma população no Cerrado, que habita a região do médio Rio Araguaia. Esta população enfrenta ameaças pela poluição e destruição do habitat. “O meu amor por todos os animais daqui é incondicional. Mas o meu xodó são o Dudu e a Saráe” Francisco Pereira Cardoso, cuidador de animais Para quem trabalha há mais de sete anos com ariranhas no Zoo de Brasília, as expectativas estão altas para que o casal tenha uma reprodução bem-sucedida. “O meu amor por todos os animais daqui é incondicional. Mas o meu xodó são o Dudu e a Saráe. Eles são muito dóceis e retribuem todo o carinho conosco. Eu fico muito feliz quando vejo que há a possibilidade de reprodução nos cervos e nas ariranhas. Estou esperando filhotes, serei vovô”, comemorou o cuidador de animais Francisco Pereira Cardoso. Zangado e Mônica – Lobos-guará Mônica chegou a Brasília em 2015 e já é mãe de Atena | Foto: Caio Cavalcante/Zoológico de Brasília Zangado chegou ao Zoo de Brasília em 2021 ainda filhote, quando foi resgatado órfão perto do município de Cáceres, no Mato Grosso, em uma região de queimada. Após receber todos os cuidados iniciais pela equipe técnica do Zoo, foi emitida a recomendação para parear com Mônica, loba que nasceu no Zoo de Brasília em 2015. “Essa espécie, normalmente, vive solitária na natureza. Mas como no período reprodutivo eles se encontram, nós juntamos os dois no mesmo recinto para que passem o tempo necessário juntos. Tudo indica que essa nossa iniciativa tenha dado certo, porque estamos observando uma alteração de comportamento na Mônica e ganho de peso, o que indica que talvez esteja prenha”, revelou Leandro. Essa seria a segunda ninhada no casal, que deu à luz à pequena Atena, nascida em 2023 e eleita mascote da instituição.

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Zoológico de Brasília recebe ursa ameaçada de extinção

Mais recente moradora do Zoológico de Brasília, a ursa Liz, da espécie urso-de-óculos, veio de Salvador (BA) para encontrar Ney, seu novo e primeiro parceiro, para fins de reprodução e conservação da espécie. Sob cuidados do Zoo de Brasília desde 2017, Ney foi escolhido após pesquisa científica genealógica dos ursos nos zoológicos brasileiros. Devido à maior variabilidade genética entre os dois indivíduos, recomendou-se o seu pareamento com a Liz. A expectativa é que o casal integre programas internacionais para a conservação da espécie. Com cerca de 60kg, Liz desembarcou em Brasília graças à parceria com a Latam Cargo e a Inframerica, sem custo. O urso-de-óculos é a única espécie desse animal cuja ocorrência é na América do Sul. Atualmente, encontra-se ameaçada de extinção pela perda gradual de habitat, o que a torna dependente de esforços em cativeiro para não desaparecer. Algumas estimativas sugerem que existam menos de cinco mil indivíduos na natureza, mas é uma espécie que se reproduz bem sob cuidados humanos, o que aumenta as expectativas no casal. Liz veio da Bahia especialmente para encontrar Ney. Expectativa é que o casal contribua para a preservação da espécie, ameaçada de extinção. Fotos: Marcella Lasneaux/Zoológico de Brasília “A chegada da Liz tem o objetivo de contribuir efetivamente para a conservação da espécie por meio da reprodução em cativeiro. O nosso objetivo é que tanto Liz quanto Ney e seus filhotes façam parte dos programas de conservação internacionais. Se tudo der certo na reprodução, a gestação ocorre em sete meses, com um a três filhotes”, afirma o diretor de Mamíferos do Zoológico de Brasília, Filipe Reis. Durante aproximadamente 30 dias, Liz ficará em quarentena em um recinto temporário, fora da área de visitação, para que sejam realizados todos os exames clínicos e comportamentais necessários. O recinto foi ambientado para acolher a fêmea, com estruturas que remetem a seu habitat, para garantir o seu bem-estar durante os cuidados do zoológico. Enquanto isso, a da equipe técnica elabora estratégias de aproximação entre os dois indivíduos para que dê tudo certo no primeiro encontro. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”esquerda”] Parceria Em setembro deste ano, o programa Avião Solidário da Latam, trouxe, de Mato Grosso, para o Zoológico de Brasília dois filhotes de onça-pintada, encontrados debilitados em uma propriedade rural, e um de lobo-guará, também órfão, resgatado em uma região de queimada. Criado pela empresa aérea há 10 anos, o programa já colaborou, no Brasil, com a conservação de mais de 4.500 diferentes espécies de animais, principalmente as ameaçadas de extinção. *Com informações do Zoológico de Brasília

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Nasce filhote de primata no Zoológico de Brasília

O filhote com a mãe, Bel, que recebe reforço na alimentação  | Foto: Divulgação/Jardim Zoológico de Brasília Desde 31 de agosto, o Jardim Zoológico de Brasília conta com mais um morador. O casal de primatas Lipe e Bel, da espécie bugio-de-mãos-ruivas (Alouatta belzebul), deu à luz seu primeiro filhote. O primogênito se encontra no recinto junto aos pais e conta com todos os cuidados necessários. A única intervenção feita pelos técnicos do zoo foi na alimentação da mãe, que, por estar amamentando, recebeu uma quantidade maior de suplementação em suas refeições. População em queda Lipe e Bel chegaram ao zoo ainda filhotes, em 2016, após ficarem sem habitat devido aos impactos ambientais gerados pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte (PA). Eles fazem parte de uma espécie ameaçada de extinção –  alerta levantado após a constatação de uma queda de 30% na taxa populacional em natureza nas últimas três gerações. A reprodução em cativeiro, como a que trouxe ao mundo o filhote do casal, é importante para reverter esse cenário e aumentar o número de indivíduos da espécie em vida livre com futuras reintroduções. De acordo com o diretor de mamíferos do Zoo, Filipe Reis, o filhote deve permanecer no Zoológico de Brasília, para contribuir na conservação da espécie. “A ideia é que seja feito um trabalho em conjunto com outras instituições para manter a qualidade genética e demográfica dessa espécie em busca de uma população sob cuidados humanos viável para um programa de conservação”, conta. A espécie Os bugios-de-mãos-ruivas podem ser encontrados na Amazônia e na Mata Atlântica brasileira. Herbívoros, têm como característica marcante o som emitido pelos machos, que pode ser ouvido a longa distância. Com peso entre 4,5 kg e 8,5 kg, eles medem entre 45 e 65 cm, com a cauda podendo atingir até 70 cm. Os machos são maiores do que as fêmeas. A pelagem é preta, com os pés, as mãos, a ponta da cauda e, às vezes, o dorso ruivos, variando de indivíduo para indivíduo. A reprodução ocorre o ano inteiro, e a gestação dura, aproximadamente, seis meses, dando origem normalmente a apenas um filhote. São animais sociais, vivendo em grupos familiares de três a 20 indivíduos, e a expectativa de vida em cativeiro é de, aproximadamente, 20 anos. * Com informações do Zoológico de Brasília

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