‘Sabores de Rua’, série documental com apoio do GDF, revela a alma gastronômica de Brasília
“Brasília hoje é uma cidade que não tem só nordestinos. Tem mineiros, baianos, pessoas do Sul, paulistas, tudo misturado. Tem um Brasil inteiro dentro de Brasília. Esse quadrado aqui é fora do normal. Aqui você aprende de tudo.” Assim começa Sabores de Rua, série documental produzida pela Life Studios com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF). Disponível no YouTube, a produção, apresentada pelo chef Gil Guimarães — à frente da Baco Pizzaria e Casa Baco, em Brasília, e da Sofi’, em Lisboa, Portugal — tem como protagonista a comida de rua. Em três episódios de 20 minutos, a série percorre feiras, lanchonetes e carrinhos que dão sabor à capital, mostrando que a gastronomia popular brasiliense é, na verdade, um retrato do Brasil inteiro. As delícias encontrada nas ruas do Distrito Federal são protagonistas da série documental 'Sabores de Rua' | Fotos: Divulgação “A primeira lembrança que eu tenho de comida de rua são as estradas de Minas Gerais. Eu lembro de um espetinho de carne de porco, pão com linguiça e de umas estufas que vendiam farofa de frango. Já em Brasília, lembro muito dos quebra-queixos e dos carrinhos de pamonha que passavam gritando. A comida de rua está muito ligada à cultura popular, à cozinha de cada lugar, às características de cada região”, diz Gil Guimarães, durante a apresentação do programa. O diretor cinematográfico da série, Gabriel Linhares, explica que a ideia surgiu após a experiência com outro projeto da produtora, Chefes Origens, que retratou cinco grandes nomes da alta gastronomia do Distrito Federal. “A gente percebeu que mesmo os grandes chefs têm uma ligação forte com a comida popular. Sabores de Rua surgiu para ser mais acessível, mais raiz e mostrar a cidade de ponta a ponta. O que descobrimos é que, em cada esquina, há histórias e sabores incríveis. Encontramos quiosques de rua com pratos que competem com a alta gastronomia. Isso abre a mente de muita gente. Não é preciso ir a um restaurante sofisticado para viver uma grande experiência gastronômica”, afirma Gabriel Linhares. O chef Gil Guimarães, à frente da Baco Pizzaria e Casa Baco, apresenta a série Segundo o diretor, a série apresenta mais de 12 estabelecimentos, entre eles chefs conhecidos como Karl Marx, de Ceilândia, que já esteve à frente de cozinhas de hotéis cinco estrelas; Bárbara Frazão, vencedora do MasterChef Profissionais e chef do restaurante Afeto, localizado no Quituart, Lago Norte; e Léo Hamu, responsável pelos sanduíches de embutidos da Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa). “As histórias retratadas incluem pessoas que chegaram a Brasília desde o início da cidade e outras que até participaram de programas de televisão. Moro em Brasília há sete anos e percebo um certo bairrismo: muitas pessoas frequentam sempre os mesmos lugares e não exploram a cidade. Minha sugestão é que, quem se encantar com algum sabor, dê a oportunidade de conhecer esse espaço pessoalmente”, diz Gabriel Linhares. O diretor cinematográfico adianta que o último episódio foi o mais marcante para a equipe, mas recomenda não pular os outros. “Em cada local que visitamos, a produção experimentava tudo, e cada prato era melhor que o outro. Brasília é uma cidade recente, com pouco mais de 60 anos, formada por muitas pessoas não nascidas aqui. Pais ou avós de fora trouxeram suas particularidades de cada estado. Isso se reflete na cultura gastronômica: Brasília ainda está em construção, mas já é um mosaico de sabores de todo o país”, acredita Gabriel Linhares. Sobre a produtora A Life Studios, produtora responsável pela obra, foi fundada em 2019 e se especializou em comunicação e audiovisual, criando histórias que inspiram e aproximam pessoas. O projeto Sabores de Rua foi realizado por meio de Termo de Fomento (MROSC) nº 200/2024.
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Com recursos do FAC, série narra trajetória de artistas de Brasília
[Olho texto=”“São pessoas que constroem diariamente a identidade do DF; vieram de todo o país e, juntas, criaram uma cultura única para o quadradinho”” assinatura=”Arthur Gonzaga, diretor da série” esquerda_direita_centro=”esquerda”] Mais um episódio da série documental Brasília, 60 anos de cultura será disponibilizado para o público, no formato online, nesta quinta-feira (6). A produção retrata a história de nove pioneiros no desenvolvimento e crescimento do cenário cultural do Distrito Federal. Os trechos serão lançados semanalmente até 1º de maio. Martinha do Coco, entrevistada do primeiro episódio: “Muitas outras histórias existirão, além da minha. Me senti muito honrada em participar da série e de ver que o meu trabalho é identificado como parte da cidade” | Fotos: Taís Castro/Secec O diretor da série documental, Arthur Gonzaga, conta que buscou personagens com perfis diferentes para contemplar o mosaico cultural que é Brasília. “São pessoas que constroem diariamente a identidade do DF; vieram de todo o país e, juntas, criaram uma cultura única para o quadradinho”, ressalta. Com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), o projeto começou a sair do papel em 2020, mas foi interrompido pela pandemia do novo coronavírus. “Tínhamos muita preocupação com a saúde dos entrevistados, que são idosos, então só voltamos a gravar no começo deste ano, quando nos sentimos seguros”, explica o diretor. “O FAC nos deu todo o suporte financeiro de que precisávamos”, conta. “Conseguimos fazer o trabalho com segurança, todos os profissionais receberam – sendo que muitos estavam parados por causa da pandemia – e os entrevistados também tiveram ajuda de custo. Sem o recurso, o projeto seria inviável.” Histórias Entrevistada do primeiro episódio, a pernambucana Marta Leonardo, conhecida como Martinha do Coco, chegou a Brasília aos 17 anos. Trabalhou como empregada doméstica e babá e se instalou no Paranoá, onde mora há mais de quatro décadas. O contato com a música ocorreu quando Martinha entrou para uma banda de garis que utilizava instrumentos reciclados. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] De lá para cá, deixou na capital federal sua marca registrada – o ritmo envolvente do samba de coco. Hoje aos 62 anos, Martinha reconhece que registrar o passado ajuda novos nomes a surgir: “É importante deixar caminhos. Muitas outras histórias existirão, além da minha. Me senti muito honrada em participar da série e de ver que o meu trabalho é identificado como parte da cidade”. O segundo episódio, que estreia nesta quinta-feira, apresenta o Palhaço Formiguinha, vivido há 77 anos por Ivan Portugal, fundador do Circo Real Portugal. Os dois próximos entrevistados são o fotógrafo Kazuo Okubo, atuante no DF há mais de 30 anos, e o cineasta André Luis de Oliveira, diretor do longa-metragem Meteorango Kid – o Herói Intergaláctico. O professor, escritor e poeta Gustavo Dourado (E) e o diretor da série, Arthur Gonzaga A artista plástica maranhense Ray di Castro revela detalhes da vida pública e pessoal no quinto episódio da série. Já o sexto e o sétimo são protagonizados, respectivamente, pelo produtor cultural Eduardo Cabral e pelo professor, escritor e poeta Gustavo Dourado. Ambos discorrem sobre as dificuldades de fazer arte na capital federal e contam como ajudaram a desenvolver o setor ao longo dos anos. O oitavo episódio traz o diretor, ator, cenógrafo e figurinista Zé Regino, considerado uma das figuras mais importantes do teatro de Brasília. Por fim, a última parte da série apresenta uma homenagem a um dos grandes fotógrafos da cidade, Luís Humberto, falecido em 2021, antes da conclusão do projeto. Ele foi um dos principais expoentes da fotografia da então nova capital brasileira e um dos fundadores da Universidade de Brasília (UnB). Serviço Série documental Brasília, 60 anos de cultura ? Datas de estreia dos episódios: Dias 6, 10, 13, 17, 20, 24 e 27 deste mês e 1º de maio, sempre às 20h ? Para assistir, acesse o canal da Vanguarda Cine Ateliê no YouTube.
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