Programa de saúde vocal para docentes soma mais de 3,2 mil atendimentos em dois anos
A voz é o principal instrumento de trabalho dos professores. No entanto, o uso contínuo dela em sala de aula pode levar ao desgaste vocal e ao surgimento de distúrbios que comprometem a saúde e o desempenho profissional. Com o objetivo de prevenir esses problemas e promover a qualidade de vida dos docentes, o Governo do Distrito Federal (GDF) desenvolve, por meio da Subsecretaria de Segurança e Saúde no Trabalho da Secretaria de Economia (Subsaúde/Seec), o Programa de Saúde Vocal (PSV). Entre fevereiro e abril, 11 escolas públicas receberam oficinas para prevenção de problemas vocais | Foto: Divulgação/Seec-DF Desenvolvido há mais de 10 anos, o programa tem conquistado cada vez mais adeptos. Nos últimos dois anos, mais de 3,2 mil atendimentos foram realizados. Somente em 2023, foram 1.908 ações, incluindo palestras, triagens vocais, visitas às escolas, suporte individual e avaliações. Em 2024, levantamentos do Subsaúde apontam mais 1.354 atendimentos. “Nossa meta é alcançar 100% dos servidores que necessitam desse suporte vocal. Estamos, agora, concentrados nas escolas e nos professores porque observamos uma maior incidência de problemas vocais nessa categoria. Mas a ideia é estender para servidores de outras carreiras”, avalia a subsecretária do Subsaúde, dra Luiza Barreiros. Segundo ela, só nos primeiros meses do ano, entre fevereiro e abril, 11 escolas públicas já receberam oficinas vocais, voltadas à prevenção e ao controle de distúrbios vocais. “São palestras e orientações que se multiplicam entre os colegas. É importante para professores, mas chega também nos outros servidores envolvidos na comunidade escolar”, acrescenta. O secretário-executivo de Gestão Administrativa da Seec, Ângelo Roncalli, destaca a importância da iniciativa dentro da política de bem-estar profissional dos servidores, assim como na prestação de serviço à sociedade. "Entre os anos de 2023 e 2024, registramos o afastamento de 284 professores por distúrbios da voz. Esse programa é antes de tudo preventivo para que possamos evitar doenças, melhorando a qualidade de vida dos docentes. Mas também é uma forma de evitarmos prejuízos à comunidade escolar, que também sofre com o afastamento de um professor", avalia. Cuidado especializado Fonoaudióloga da Gerência de Promoção à Saúde do Servidor da Subsaúde, Quésia Santos Pires ressalta a importância da atuação preventiva. “O mau uso ou o abuso vocal pode causar alterações laríngeas que comprometem a qualidade da voz, afetando a inteligibilidade da fala e, consequentemente, a compreensão dos alunos”, explica. Quésia também oferece orientações práticas para o dia a dia dos docentes: “É fundamental manter a hidratação, ingerindo pequenos goles de água durante as aulas. Outra recomendação é a prática regular de aquecimento e desaquecimento vocal, além de manter uma alimentação equilibrada”, orienta. Servidores elogiam Os atendimentos do PSV chegam às escolas por meio do contato direto das fonoaudiólogas da Subsaúde com os gestores educacionais. Foi assim que a professora Daniela Tenório, do Centro de Ensino Fundamental 504 de Samambaia Sul, teve acesso ao programa em 2023. “Ao iniciar o tratamento, descobri um nódulo nas cordas vocais que desapareceu com os exercícios ensinados pela fonoaudióloga. Foi um alívio enorme”, relata. Antes de se aposentar, o ex-professor de ginástica olímpica Luis Roberto Gonzaga também recorreu ao programa. Ele lembra que o uso frequente da voz em ginásios resultou em desgaste vocal. “Sentia muita rouquidão. Me inscrevi no programa, fui muito bem-atendido e aprendi técnicas de respiração que uso até hoje. Consegui me recuperar de um calo nas cordas vocais”, conta. *Com informações da Seec-DF
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Mês da Voz: rede pública do DF promove ações de cuidado com a saúde vocal
Em celebração ao Mês da Voz, comemorado em abril, a Secretaria de Saúde (SES-DF) promoveu uma série de ações voltadas à promoção da saúde vocal. Realizadas em parceria com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), as atividades ocorrem nos dias 22 e 23 de abril, integrando a campanha nacional Amigos da Voz, coordenada pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa). O tema da edição deste ano, “A sua voz informa”, reforça a importância da voz como instrumento de identidade, comunicação e saúde. A campanha, que está em sua 20ª edição, mobilizou profissionais da rede pública, instituições de ensino e unidades básicas de saúde (UBSs) em todo o DF para ampliar o acesso à informação e ao atendimento especializado. Mais de 13 mil consultas de fonoaudiologia foram realizadas em 2024 pela SES. Os principais fatores de risco para alterações vocais incluem o uso inadequado da voz, tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixa ingestão de água e doenças como refluxo gastroesofágico e hipotireoidismo. A fonoaudióloga da SES-DF, Yonara Strauss, destaca que mesmo condições infecciosas simples, como rinite, sinusite ou inflamações nas amígdalas, podem prejudicar temporariamente a qualidade vocal. “A dinâmica da voz é um forte indicador de saúde. Nosso trabalho nesta campanha é conscientizar a população e os profissionais da rede sobre a importância de escutar o que a voz está nos dizendo”, afirma. Os principais fatores de risco para alterações vocais incluem o uso inadequado da voz, tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixa ingestão de água e doenças como refluxo gastroesofágico e hipotireoidismo | Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF Segundo a especialista, rouquidão persistente deve ser interpretada como sinal de alerta. “Rouquidão não é normal. Pode ser um sintoma de doenças como o câncer de laringe, distúrbios hormonais ou alterações funcionais na produção vocal. A voz é a expressão de quem eu sou e de como estou. Alterações vocais podem refletir desequilíbrios emocionais, musculares ou sistêmicos”, explica. A campanha conta com apoio da Escola de Música de Brasília (EMB) e universidades do DF que oferecem o curso de Fonoaudiologia. Além dos atendimentos especializados, serão realizadas palestras educativas, oficinas e distribuição de material informativo à população. [LEIA_TAMBEM]“Nos organizamos para atender pacientes com doenças da laringe que aguardam avaliação, priorizando os casos classificados como vermelhos na regulação”, explica o chefe do Serviço de Endoscopia Respiratória do HBDF, Daniel Heyden Boczar. A unidade, referência em laringologia, atua com equipe multidisciplinar composta por 16 médicos, incluindo duas especialistas na área. Participaram da campanha o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), o Hospital de Base (HBDF) e as UBSs de diversas regiões administrativas também foram mobilizadas, entre elas: UBS 1 de Taguatinga, UBS 2 do Gama, UBSs 1 e 9 de São Sebastião, UBS 4 de Planaltina, UBSs 4, 5 e 6 de Arapoanga e UBS 1 do Jardim Mangueiral. Cuidados com a voz – Gritar ou falar muito alto por um longo período pode ser prejudicial para sua voz. O indicado é falar sem fazer força, abrir bem a boca para articular as palavras e usar apoio respiratório. – O consumo de álcool e o uso de cigarro, incluindo cigarros eletrônicos, além de causar alterações vocais, são prejudiciais à saúde. Evite ficar próximo a fumantes, devido à exposição aos componentes tóxicos e cancerígenos da fumaça do cigarro. – Beber água regularmente mantém a mucosa que reveste as pregas vocais hidratadas. Esse hábito simples reduz o esforço vocal e favorece uma emissão mais equilibrada. – Para profissionais da voz, os cuidados vocais devem ser constantes, já que qualquer alteração, mesmo mínima, pode prejudicar a sua atuação. – Sintomas como cansaço vocal, falhas na voz, voz fraca, pigarro constante e rouquidão merecem atenção. Se houver alteração vocal por mais de 15 dias, procure um fonoaudiólogo especialista em voz e um médico otorrinolaringologista. *Com informações da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF)
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