Audiência pública debate alteração da Base de Ativos Regulatória do saneamento
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) realizará, na segunda-feira (8), a audiência pública nº 005/2025, para obter subsídios e informações adicionais sobre a minuta de resolução que altera o Módulo I do Manual de Revisão Tarifária Periódica (MRT) dos serviços públicos de abastecimento de água e esgotamento sanitário do Distrito Federal, especificamente no que se refere à Base de Ativos Regulatória (BAR). Audiência, no dia 8, debaterá proposta que altera critérios da Base de Ativos usada nas revisões tarifárias de água e esgoto | Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília A BAR é o conjunto de bens e investimentos utilizados na prestação dos serviços públicos de saneamento e serve de referência para a remuneração da concessionária e para a definição das tarifas. A proposta de alteração do MRT busca aperfeiçoar os critérios de cálculo e atualização dessa base de ativos, a fim de garantir maior transparência, previsibilidade e equilíbrio econômico-financeiro da concessão, preservando a qualidade e a continuidade dos serviços prestados à população. [LEIA_TAMBEM]A audiência pública ocorrerá no auditório Humberto Ludovico, na sede da Adasa (SAIN, antiga Estação Rodoferroviária, térreo), com início às 10h. Os interessados poderão participar presencialmente ou à distância, por meio de transmissão simultânea por videoconferência. Os participantes poderão enviar contribuições por escrito para o e-mail AP-005-2025@adasa.df.gov.br até as 18h do dia 8. A minuta de resolução e os documentos que a fundamentam estarão disponíveis no site da Adasa, na seção “Audiências Públicas 2025”. O evento será gravado, e a gravação ficará disponível na mesma página da audiência. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (61) 3961-4900 ou no site da Adasa. *Com informações da Adasa
Ler mais...
Governador Ibaneis Rocha destaca avanços do DF em saneamento e infraestrutura durante evento em Washington
O governador Ibaneis Rocha destacou, nesta segunda-feira (8), os avanços do Distrito Federal em infraestrutura e saneamento, ressaltando políticas que garantem segurança hídrica e ampliam a cobertura de água e esgoto. A fala ocorreu durante o encontro internacional promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Washington, nos Estados Unidos. Na vanguarda do país, o Distrito Federal já universalizou o acesso ao saneamento básico. O atendimento de água alcança 99% da população e o de esgoto chega a 93%, índices que colocam a capital federal entre as líderes do país no setor. Ibaneis Rocha: "Nos meus governos, a previsão é que serão investidos R$ 5 bilhões, com a integração dos quatro sistemas de captação de água do DF" | Reprodução YouTube Lide Em seu discurso, Ibaneis Rocha destacou que a falta de investimentos no passado deixou tanto a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) como a Companhia Energética de Brasília (CEB) em situações financeiras complicadas, sendo que no caso do abastecimento e saneamento chegou-se ao ponto de faltar água na torneira da população. “Foi investido R$ 1,4 bilhão nos dois governos anteriores, e nos meus governos — e até 2029 — a previsão é que serão investidos R$ 5 bilhões, com a integração dos quatro sistemas de captação de água do DF, que não eram integrados. Eles não eram interligados e antes poderia faltar água numa região. Esse investimento produz segurança hídrica para os próximos 50 anos”, pontuou. “Entregamos, na semana passada, sistemas de água que vão beneficiar 500 mil pessoas no DF que não tinham garantia de água até a ligação dessas bacias”, acrescentou O governador referiu-se ao cenário de antes de ele assumir o Governo do Distrito Federal: “[A falta de investimentos] gerou a maior crise hídrica da história do DF, gerando aumento nas tarifas e racionamento de água. Esse era o cenário daquele período”. Ibaneis Rocha destacou, ainda, ações como o projeto de saneamento no bairro Santa Luzia, que vai levar água tratada, moradia digna e infraestrutura às famílias da região, e a parceria com produtores rurais para reflorestamento das margens de rios e nascentes, garantindo a preservação da água no DF. Ele também lembrou que a boa organização da Caesb e a saúde financeira da empresa têm permitido financiamentos junto a organizações internacionais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O presidente da Caesb, Luís Antônio Almeida Reis, ressaltou a saúde financeira da empresa: "Somos uma empresa 100% pública que tem dado resultado financeiro todo ano, distribuindo dividendos" Pelo DF, também participaram como palestrantes deste painel o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Luís Antônio Almeida Reis, que defendeu a saúde financeira e os bons índices de atuação da empresa. “Somos uma empresa 100% pública que tem dado resultado financeiro todo ano, distribuindo dividendos, nossos investimentos têm sido independentes do Tesouro do DF”, disse Almeida Reis. “Nosso desafio é continuar sendo uma empresa 100% pública que traz uma visão de eficiência para aprimorar, dentro do DF, essa produção de água num lugar delicado. E também trazer para a população do DF a segurança que precisamos ter, com governança, transparência e chegar a essas mudanças climáticas com força suficiente para trazer para os nossos netos e bisnetos a tranquilidade que eles vão precisar ter”, concluiu. [LEIA_TAMBEM]Veja abaixo destaques da atuação da Caesb: Tarifa Social: ampliada em dezembro de 2024, a medida passou a beneficiar 270 mil pessoas com desconto de 50% nas contas de água e esgoto; Programa Água Legal: criado em 2019, já regularizou quase 10 mil ligações clandestinas, beneficiando mais de 33 mil pessoas em 99 comunidades, com investimento de R$ 13,5 milhões. Novas obras vão atender regiões como São Sebastião, Arniqueira, Vicente Pires, Sobradinho, Estrutural, Sol Nascente e Pôr do Sol, alcançando mais 14 mil moradores; Adutora da EPTG: com investimento de R$ 13 milhões, a obra interliga os sistemas Santa Maria e Torto/Descoberto, garantindo abastecimento estável mesmo em períodos de seca; Novo sistema hídrico com investimento de R$ 200 milhões: inclui a Adutora Corumbá–Jardim Botânico, a Elevatória Lago Norte, a Adutora Taquari e a interligação do Setor Habitacional Nova Colina (Sobradinho) à rede principal, beneficiando mais de 500 mil moradores da região Norte do Distrito Federal; Redução de perdas: contrato de R$ 100 milhões firmado com o Banco do Brasil, via FCO, permitirá a substituição de 550 mil hidrômetros em cinco anos. A economia prevista é de 500 litros de água por segundo, volume suficiente para abastecer 225 mil pessoas; Nota máxima de agência internacional: a Caesb recebeu o rating AAA.br, nota máxima da agência internacional Moody’s, reconhecimento que a consolida como referência nacional em gestão pública no setor de saneamento, pela solidez financeira e excelência administrativa.
Ler mais...
Programa cadastra novos moradores do Residencial Tamanduá para receberem ligações de água potável
Pessoas em situação de vulnerabilidade beneficiadas, em evento nesta sexta-feira (27), com a entrega de lotes feita pelo Governo do Distrito Federal (GDF) no Recanto das Emas. A Caesb acompanhou a ação com uma campanha de adesão do Programa Água Legal, que garante acesso regular e seguro à água potável. Entre as pessoas beneficiadas na entrega, estão 30 famílias da Quadra 406 da Avenida Monjolo, que perderam suas casas em um incêndio no início deste ano. As famílias serão realocadas para o novo Residencial Tamanduá, área criada pelo GDF para garantir moradia digna à população afetada. Novos moradores do Residencial Tamanduá, no Recanto das Emas, foram cadastrados no programa Água Legal | Foto: Marco Peixoto/Caesb Os responsáveis pelos lotes foram cadastrados no programa Água Legal, apresentando apenas RG e CPF e assinando um termo de solicitação de serviços. A ligação de água será feita diretamente pela Caesb e a taxa de instalação pode ser parcelada em até oito vezes na fatura mensal. Os beneficiários do Bolsa Família não pagam a ligação de água e ainda terão a tarifa reduzida. “Estamos aqui para fazer mais entregas para a população com um lote urbanizado. Ter uma moradia com infraestrutura é algo de muito significado. Isso é vida, é dignidade”, afirmou o governador Ibaneis Rocha, que participou do evento no Recanto das Emas. “Ninguém será abandonado neste governo em momento nenhum. Sempre iremos ajudar quem mais precisa”, completou. [LEIA_TAMBEM]A diarista Marcelia dos Santos, de 46 anos, mãe de três filhos, mora de aluguel há 17 anos. “Em 2017, eu perdi o meu lote. Passei por muita dificuldade, sem ter onde morar e sem dinheiro”, explicou Marcelia. “Eu estou sendo uma das primeiras beneficiadas. Fiquei muito feliz. Só tenho gratidão, porque a espera foi longa. Mas neste governo consegui ser contemplada”, agradeceu a diarista. Sobre o Programa O Programa Água Legal tem como objetivo universalizar o acesso à água de qualidade, combater perdas e regularizar ligações clandestinas. Criado em março de 2019, o programa já beneficiou mais de 33 mil pessoas em 99 comunidades, com um investimento total de R$ 13,5 milhões e 9.959 unidades regularizadas. As próximas localidades a receberem obras de regularização são: São Sebastião (residencial Green Park e Rua Contorno do Park); Arniqueira (Residencial Bolívia, Veredas do Park, Veneza e Portal das Águas); Vicente Pires (R 08 CH 299 e R 01 CH 105H); Sobradinho (Nova Colina); Estrutural (Setor Oeste, quadras 06 e 07); Sol Nascente (CH 43B) e Pôr do Sol (chácara 76). Essas novas ações devem beneficiar diretamente mais de 14 mil pessoas, com a regularização de cerca de 4.300 unidades habitacionais. “Cada nova etapa do programa reflete o esforço do governo em estruturar melhor as comunidades e garantir direitos básicos, como o acesso à água potável”, reforçou Bruno Luiz Guimarães Vaz, gerente da Unidade de Expansão de Mercado da Caesb, responsável pelo Água Legal. *Com informações da Caesb
Ler mais...
Quadra 2 da Estrutural recebe pavimentação e alargamento de via
Consegue imaginar morar por 27 anos sem água tratada, esgoto, rede pluvial, calçamento ou iluminação pública? Essa foi a realidade enfrentada pelos moradores da Quadra 2, antiga Quadra 12, da Estrutural. Hoje, a infraestrutura básica já faz parte do cenário local, e as obras estão em fase de finalização: sete das oito ruas foram pavimentadas com bloquetes, e a última segue em execução. O avanço representa uma melhoria concreta na mobilidade e qualidade de vida local, além de reforçar o compromisso deste Governo do Distrito Federal (GDF) com a comunidade. GDF investe em obras na Estrutural para reforçar a infraestrutura da região, como pavimentação de quadras, iluminação pública e acesso à água tratada e à rede de esgoto | Fotos: Matheus H. Souza/Agência Brasília Também está em andamento o alargamento da via em frente à quadra, ao lado do campo sintético, que ligará o trecho entre o Centro Olímpico e a Quadra 2, com duas faixas pavimentadas. “Aqui vai passar a linha de ônibus escolar e transporte público, que antes não entrava. E além disso, vai reduzir poeira e lama”, explica o administrador regional, Alceu de Mattos. Segundo ele, já foram instaladas na quadra as redes de água e esgoto, além do calçamento e da iluminação pública. “Estamos finalizando essa rua e tem mais uma que também será asfaltada. Vamos colocar bocas de lobo para a drenagem da água da chuva”, relata. Ele ressalta que, com a finalização do asfalto e da segunda rua, a situação estará resolvida. Em relação ao saneamento básico, ele destaca a atuação do programa Água Legal, da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb): “A instalação da rede de água e esgoto foi feita com base nesse programa. Tivemos vários parceiros, como a Caesb, que foi essencial, a Novacap, que fez a topografia para direcionamento das águas, e a Neoenergia, que ainda precisa colocar alguns braços nos postes, mas já está instalando relógios individuais de luz e água”. O administrador regional Alceu de Mattos destacou os investimentos do GDF na infraestrutura local “A gente esperou por muito tempo, foram muitos anos vivendo na poeira, na lama. Quando chovia, era difícil até para levar as crianças para a escola. Meus filhos iam todos cheios de lama. Então, com a chegada dessas melhorias, é uma vitória para a gente”, conta a dona de casa Camila de Oliveira, 29. Mãe de quatro filhos, todos em idade escolar, ela comemora: “O ponto de ônibus era longe. Agora, com o coletivo passando aqui na porta, vai ser muito bom para a gente, principalmente para quem é mãe”. Outra melhoria importante foi a chegada da água potável. Camila é uma das beneficiadas. “Ficamos muito tempo sem água tratada. Era tudo gambiarra, umas ligações improvisadas. A água era bem fraquinha, não subia para o chuveiro, nem para a torneira. Tinha que usar uma torneirinha bem baixa e encher balde pra poder usar”. Segundo ela, já faz cerca de seis a oito meses que a nova rede está em funcionamento, e os moradores já começaram a pagar pelo serviço. Camila de Oliveira diz que o acesso à água tratada e a pavimentação da rua trouxeram mais qualidade de vida Ela lembra que a chegada da água tratada e, mais recentemente, a pavimentação da rua foram vitórias importantes: “Essa pista era um desejo antigo. Antes, para pegar o ônibus, a gente tinha que ir lá na entrada da Estrutural. Agora a parada está perto do antigo lixão. Para quem tem filho na escola, isso faz muita diferença”. Viver na informalidade traz consequências graves. Assim relata a dona de casa Tânia Medeiros, 47: “Foi muito complicado esse tempo. A gente vivia no ‘gato’, na lama, enfrentando doenças. Eu mesma já tive dengue seis vezes, porque precisávamos armazenar água em tambores. A água não subia pro chuveiro, a torneira tinha que ser bem baixinha, e às vezes a gente passava até oito dias sem água”. Com a chegada do programa Água Legal, a realidade de Tânia começou a mudar. “Hoje esse problema foi resolvido. A minha rua foi a primeira a receber água, e já tem mais de um ano. Agora a gente paga, sim, mas tem água sempre que precisa. Prefiro assim, dentro da legalidade, com segurança”, elogia. "Agora a gente paga, sim, mas tem água sempre que precisa. Prefiro assim, dentro da legalidade, com segurança", afirma Tânia Medeiros Ela comemora também a transformação na mobilidade: “Essa rua de mão dupla vai ser uma maravilha, tanto pros ônibus escolares quanto para os ônibus convencionais que devem começar a circular aqui. A gente é de uma das quadras que mais sofre preconceito. Então, ver essas melhorias é como vencer uma luta, é muito gratificante.” [LEIA_TAMBEM]Bairro Santa Luzia O programa Água Legal constrói redes de abastecimento em comunidades carentes. A Caesb está à frente também do projeto de saneamento integrado do bairro Santa Luzia, na Estrutural, que terá infraestrutura de rede de água, esgoto e energia elétrica e sistemas de drenagem e de coleta de lixo. Serão investidos R$ 85 milhões, com a aprovação no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC Seleção), para beneficiar cerca de 20 mil pessoas. Além disso, este GDF vai investir R$ 274 milhões para levar saneamento ao bairro Santa Luzia e ampliar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Recanto das Emas. Somente em Santa Luzia, serão aplicados R$ 80 milhões. Adesão ao programa Para aderir ao programa, os moradores devem apresentar documentos pessoais (RG e CPF) e preencher o Termo de Solicitação de Serviços (TSS), que funciona como contrato com a Caesb. O morador pode financiar a taxa de primeira de ligação em oito parcelas sem juros, na conta de água. Quem participa do programa paga pela água que consome, mas a tarifa é reduzida para os que estão inscritos nos programas sociais do GDF.
Ler mais...
Congresso sobre saneamento faz homenagem à Caesb
Desde domingo (25) movimentando o Ulysses Centro de Convenções, o 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (Cbesa), este ano, teve como anfitriã a Caesb. O encontro ocorreu paralelamente à Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (Fitabes). Ambos os eventos são promovidos a cada dois anos pela Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes). A próxima edição do 34º Congresso da ABES e da Fitabes será realizada em 2027 em João Pessoa (PB). O presidente da Caesb, Luis Antonio Reis (terceiro a partir da esquerda) durante congresso em que a companhia foi homenageada: “Tivemos a oportunidade de mostrar o trabalho que exercemos diariamente com capacidade científica e técnica elevadas e muita dedicação” | Foto: Cristiano Carvalho/Caesb A edição deste ano eve como tema “Saneamento para quem não tem – inovar para universalizar!”, reunindo um público estimado em 15 mil visitantes que puderam ter contato com as tecnologias mais modernas do mercado e visitar os estandes de 120 empresas expositoras. “Tivemos a oportunidade de mostrar o trabalho que exercemos diariamente com capacidade científica e técnica elevadas e muita dedicação para atender a um objetivo nobre: universalizar o serviço de saneamento a quem mais precisa”, resumiu o presidente da Caesb, Luis Antonio Reis. A companhia foi homenageada no encerramento das atividades, bem como o servidor Carlo Renan Cáceres de Brito, que tem apresentado trabalhos científicos nas edições dos congressos da Abes. Painelistas da companhia integraram mesas de diálogos setoriais sobre soluções para efluentes sustentáveis, redução de perdas, alterações climáticas e gestão de recursos hídricos, sistemas condominiais, reúso de água de efluentes, monitoramento de recursos hídricos para universalização, saneamento integrado, ações de comunicação, educação ambiental, bandeiras tarifárias, inovação no saneamento e transição energética, licenciamento ambiental, transformação digital e financiamento do setor de saneamento visando à universalização. Outros temas debatidos foram uso de ferramentas GIS para supervisão ambiental e orçamentos de obras, saneamento integrado para universalização, aplicação de inteligência artificial (IA) para tratamento de efluentes, sistema de aeração de tanques, saneamento rural, educação ambiental, geoprocessamento, uso do solo, qualidade da água, aplicação da ferramenta BI (Business Inteligence) e uso do lodo. Nesta quinta-feira (29), os congressistas vão conhecer as instalações e o funcionamento das estações de tratamento de água (ETAs) Lago Norte e Brasília e a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Sul. O grupo também vai visitar a Usina de Geração de Energia Fotovoltaica e o Centro de Comando e Operação (Cecop), na sede da Caesb, em Águas Claras. *Com informações da Caesb
Ler mais...
Da nascente ao copo: Como o DF garante água de qualidade desde a captação até as casas
A segunda parte do especial da Agência Brasília que explora como é feito o saneamento básico no Distrito Federal detalha o processo rigoroso de monitoramento e controle da qualidade da água realizado pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), tudo para que o abastecimento potável chegue às casas dos brasilienses. Com o processo de tratamento, a água chega ao consumidor com baixíssima turbidez, sem cor, sem gosto e sem cheiro, dentro de todos os parâmetros de potabilidade | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília O Distrito Federal é referência em saneamento básico do país, com 99% das residências abastecidas com água de boa qualidade para consumo. Esse índice é o mais próximo da meta do novo Marco Legal do Saneamento Básico, lei federal que prevê que 99% da população deve ser coberta com abastecimento de água até 2033. Antes de a água chegar à sua torneira, a Caesb monitora a qualidade em todas as etapas: desde a captação da água bruta, passando pelo tratamento, até a distribuição, quando ela chega às casas das pessoas. Esses procedimentos asseguram que a água distribuída atenda aos mais altos padrões de qualidade estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A gerente do Laboratório Central da Caesb, Alessandra Momesso, explica que o laboratório monitora a água bruta, antes de ser tratada, para verificar se está em condições de ser tratada com eficiência; a água tratada na rede de distribuição, para garantir que chegue com qualidade até o cliente final; e os efluentes, tanto na entrada das estações de tratamento de esgoto (ETE) quanto na saída, quando são devolvidos aos corpos-d’água. “A gente monitora desde parâmetros básicos, como pH, cor, turbidez e cloro residual, os mais visíveis e perceptíveis pela população, mas também fazemos análises microbiológicas, para garantir que a água esteja livre de microrganismos patogênicos”, explica Alessandra. Além disso, também é feita análise mais complexa, como cromatografia, para detectar agrotóxicos e o monitoramento de metais pesados, como alumínio, chumbo, zinco e cobre. “Essas análises são feitas tanto na água bruta quanto na tratada, seguindo o que determina a portaria do Ministério da Saúde, que exige esse tipo de monitoramento semestralmente”. Por conta do cuidado e do processo de tratamento, a água chega ao consumidor com baixíssima turbidez, sem cor, sem gosto e sem cheiro. Além disso, essa água tratada não contém contaminantes como agrotóxicos ou metais pesados e está dentro de todos os parâmetros de potabilidade. O biólogo Bruno Batista, que coordena o Laboratório de Análises Biológicas e Limnológicas da Caesb, ressalta que o local possui reconhecimento em nível internacional e que os processos de análise são avaliados periodicamente pela Coordenação Geral de Acreditação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (CGCRE-Inmetro). Além disso, os resultados das análises são submetidos aos órgãos de controle e fiscalização, como a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa) e o Instituto Brasília Ambiental. A água do Lago Paranoá é monitorada semanalmente por meio da coleta de amostras em 10 pontos | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília Ao todo, o Distrito Federal possui 12 estações de tratamento de água (ETAs), com capacidades variadas. “O tempo que leva da captação até a distribuição depende muito da distância entre o manancial e a ETA. Por exemplo, se a captação fica a 400 metros da estação, o processo é mais rápido. Mas há casos, como Santa Maria ou Ribeirão Pipiripau, onde a distância entre a captação e a ETA é mais longa. Nesses casos, o transporte da água até o início do tratamento leva mais tempo”, explica a coordenadora do Sistema de Produção de Água da Caesb, Cláudia Simões. [LEIA_TAMBEM]Segundo ela, esse controle é feito com base na população atendida. Por exemplo, na ETA de Brazlândia, que atende 62 mil pessoas, há um número específico de pontos de coleta que precisam ser monitorados regularmente. Para isso, o Laboratório Central verifica parâmetros como orgânicos, agrotóxicos e outros que não são detectados na estação, para garantir que a qualidade da água continue adequada até a casa do consumidor. O laboratório também atua como auditor das ETAs: faz análises na saída do tratamento e na rede com o intuito de conferir se tudo está de acordo. No último ano, 99,47% dos resultados atenderam aos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde. A Caesb realizou 35.429 ensaios de água distribuída em 2024. Entre eles, foram coletadas, em média, 590 amostras por mês em 400 pontos dos sistemas de distribuição, com cerca de 3 mil análises por mês no total. De 2019 a 2024, a Caesb investiu R$ 1 bilhão na ampliação e modernização dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Para 2025, a companhia pretende intensificar ainda mais esses aportes, dentro de um plano que prevê investimentos de R$ 3,2 bilhões em obras até 2029. As melhorias se concentram em três frentes principais: redução de perdas de água, setorização do fornecimento de água e conversão de gás metano em energia. Programa de balneabilidade do Lago Paranoá “Além do monitoramento semanal, uma vez por mês, fazemos uma coleta completa de barco, passando por 30 pontos diferentes do lago”, diz a gerente do Laboratório Central da Caesb, Alessandra Momesso | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília A água do Lago Paranoá é monitorada o ano todo. Esse trabalho é feito pelos técnicos do Laboratório Central da Caesb, que, toda semana, coletam amostras de água recolhidas em dez pontos de pesquisa, distribuídos em torno dos 48 quilômetros quadrados abrangidos pelo lago. Dois tipos de testes são feitos: um para medir o pH (grau de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água) e outro para aferir a quantidade de coliformes fecais (bactéria Escherichia coli) e de algas. O controle segue os critérios definidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que estabelece as condições para que uma água seja considerada própria para banho. Os resultados são divulgados em mapas no site da Caesb, indicando os pontos balneáveis da semana. A população pode consultar antes de usar o lago para atividades recreativas. “Além do monitoramento semanal, uma vez por mês, fazemos uma coleta completa de barco, passando por 30 pontos diferentes do lago. Esse estudo é parte do monitoramento limnológico, que avalia o nível de trofia do lago, ou seja, a tendência a desenvolver vegetações aquáticas como algas e macrófitas”, explica Alessandra Momesso. Segundo ela, é importante monitorar a entrada de nutrientes, especialmente o fósforo, pois o excesso pode causar proliferação de plantas e prejudicar o ecossistema, e quando é identificado o aumento desses níveis, adotam ações de controle, como remoção de macrófitas com embarcações especiais. Alerta à população Se for detectado algum problema grave de contaminação, a Caesb age imediatamente junto à área de comunicação, para informar a população por meio de avisos públicos. Há também atenção redobrada com áreas próximas às estações de esgoto, onde ainda pode haver zonas de mistura. Por isso, não é recomendado o banho próximo a essas áreas, mesmo que o esgoto tratado esteja dentro dos padrões legais.
Ler mais...
GDF abre licitação de R$ 92 milhões para levar saneamento à comunidade de Santa Luzia, na Estrutural
A Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) publicou nesta terça-feira (27) o edital de licitação das obras de saneamento no bairro Santa Luzia, na Estrutural. O investimento é de aproximadamente R$ 92 milhões. Atendendo a uma demanda antiga, a comunidade – considerada uma das mais vulneráveis do DF – passará a contar com rede de água tratada, esgoto, drenagem e pavimentação. O Santa Luzia não dispõe de redes regulares de água e esgoto; por se tratar de uma área em processo de regularização, o GDF pode iniciar a instalação da infraestrutura urbana | Foto: Cristiano Carvalho/Caesb O projeto prevê a instalação de 46,5 mil metros de rede de abastecimento de água, abrangendo os 89 hectares ocupados pelo assentamento. A rede de esgoto terá 35 mil metros e contará com duas estações elevatórias, que encaminharão os resíduos à Estação de Tratamento de Esgoto Norte, em Brasília. Também serão implantados cinco mil metros de galerias de águas pluviais, bacias de absorção e pavimentação asfáltica e intertravada nas vias do bairro. Todas as etapas da obra serão acompanhadas por ações sociais e de educação sanitária e ambiental, com participação de diversos órgãos do Governo do Distrito Federal (GDF). Atualmente, Santa Luzia não dispõe de redes regulares de água e esgoto. A área, vizinha ao Parque Nacional de Brasília, é considerada ambientalmente sensível. Por se tratar de uma Área de Relevante Interesse Social (Aris) em processo de regularização, o GDF pode iniciar a instalação da infraestrutura urbana. [LEIA_TAMBEM]“Esse trabalho é pioneiro no Brasil. Já houve algumas iniciativas de saneamento integrado, mas não com a dimensão do que faremos no Santa Luzia", explicou o presidente da Caesb, Luis Antonio Reis. “Seguindo o conceito de saneamento integrado, vamos fazer tudo isso junto da comunidade. Vamos nos aproximar da população, que vai participar e estar junto conosco.” Financiamento Os recursos foram obtidos por meio de empréstimo com banco privado, aprovado pelo PAC Financiamentos. A Caesb será responsável pela garantia e pelo pagamento das parcelas. O contrato foi assinado pelo governador Ibaneis Rocha em 3 de abril e garante também a modernização da estação de tratamento no Recanto das Emas, que atende 280 mil pessoas. Ao todo, o investimento será de quase R$ 300 milhões. “Esse projeto vai dar dignidade de vida para a população mais carente do Distrito Federal. Essa é a importância desse contrato com o banco Itaú. A região de Santa Luzia é a região mais carente, é onde as pessoas mais sofrem. E esse projeto de urbanização, com águas pluviais, com esgoto, vai nos dar condição de tirar essas pessoas da linha da extrema pobreza que elas vivem para que possam ter dignidade em suas moradias”, destacou o governador Ibaneis Rocha na ocasião. “Cada uma das pessoas daqueles domicílios vai receber uma conta da Caesb, ou seja, a pessoa passa a ter uma dignidade, uma cidadania que é isso que o governador determinou lá no comecinho desse projeto, no final de 2023”, explicou Luis Antonio Reis, também quando o contrato foi assinado. A Caesb elaborou os projetos em parceria com a Secretaria de Governo, Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Seduh-DF), Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes-DF), Novacap, Terracap, Codhab, SLU, Instituto Brasília Ambiental e as administrações regionais da Estrutural, do Recanto das Emas e do Riacho Fundo II. *Com informações da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb)
Ler mais...
Em painel, DF é apontado como case de sucesso na universalização dos serviços de saneamento
Durante o 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (Cbesa), o presidente da Caesb, Luis Antonio Reis, apresentou a atuação da empresa no contexto nacional do Marco Legal do Saneamento, que estabelece as metas de 99% de cobertura de água potável até 2033 e 90% de cobertura de esgoto tratado no mesmo prazo. Reis participou do Painel dos Presidentes, em que falou sobre investimento, integração e inovação no saneamento do Distrito Federal. Na vanguarda das metas, o Distrito Federal já dispõe de 99,8% de cobertura de água à população e 95,3% de esgoto coletado, conforme dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad), elaborada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF). Luis Antonio Reis detalhou o plano de investimentos da Caesb que prevê a aplicação de R$ 3,2 bilhões até 2029 | Fotos: Cristiano Carvalho/Caesb Luis Antonio Reis detalhou o plano de investimentos da Caesb que prevê a aplicação de R$ 3,2 bilhões até 2029 para a expansão de redes em áreas de crescimento urbano; melhoria contínua na eficiência operacional; foco na redução de perdas, cuja meta é reduzir para menos de 25% até 2029; requalificação de redes antigas; ampliação da cobertura de esgoto em áreas vulneráveis e a geração de energia com biogás nas estações de Tratamento de Esgoto Sul e Norte (ETE Sul e ETE Norte). Os valores a serem investidos serão captados via bancos de fomento, a exemplo das instituições KfW (Banco de Desenvolvimento Alemão) e BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), além de recursos próprios da companhia. Os investimentos integram o plano plurianual e são vinculados ao Plano Distrital de Saneamento Básico. Parcerias Outro importante tema apresentado pelo presidente da Caesb é um inovador case de saneamento integrado que irá levar qualidade de vida a populações vulneráveis do Distrito Federal, a exemplo da comunidade Santa Luzia e a do Morro da Cruz, que ainda carecem de infraestrutura. Ao final da palestra, Reis reafirmou o compromisso da Caesb em trabalhar para garantir segurança hídrica e a universalização dos serviços de saneamento no DF, por meio da busca constante por excelência na prestação de serviços, inovação e sustentabilidade. Os níveis dos reservatórios mostram o resultado do trabalho sério da companhia, assim como as diversas melhorias em andamento como, por exemplo, as obras da adutora reversível da EPTG para conectar sistemas e garantir que a população não sofrerá com crise hídrica. Nesta quarta-feira (28), Luis Antonio Reis irá apresentar o case Santa Luzia, Saneamento Integrado em Áreas Vulneráveis. Para acompanhar a programação, clique aqui. Universalização do saneamento A Caesb teve participação, no primeiro dia do congresso, em discussões sobre temas como redução de perdas na distribuição de água e alterações climáticas e gestão de recursos hídricos A Caesb teve outras participações no primeiro dia do congresso. A companhia foi representada por profissionais da área técnica e de gestão, com contribuições para temas como a sustentabilidade no tratamento de efluentes e a gestão dos recursos hídricos frente às alterações climáticas. A superintendente de Tratamento de Esgotos da Caesb, Ana Mota, foi uma das palestrantes do painel Efluentes Sustentáveis – Soluções Integradas para um Futuro Limpo. Durante a apresentação, Ana Mota mostrou as ações voltadas à gestão ambiental responsável. “A Caesb investe em tecnologias avançadas para o tratamento de esgoto, automação dos processos e reuso de efluentes. Essas práticas promovem a preservação dos recursos hídricos, redução de impactos ambientais e um ciclo sustentável da água, essencial à saúde pública e ao desenvolvimento econômico”, explicou. No painel Alterações Climáticas e Gestão de Recursos Hídricos, o superintendente de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Caesb, Glênio da Luz Lima Júnior, compartilhou os desafios impostos pelas mudanças climáticas ao saneamento e à gestão dos recursos hídricos, destacando as soluções propostas e as ações já em andamento pela Caesb. O painel discutiu a adaptação dos sistemas de abastecimento e as novas tecnologias para garantir a segurança hídrica no futuro, especialmente em um cenário de mudanças climáticas globais. Além das apresentações, o superintendente de Gestão Operacional da Caesb, Cristiano Gouveia, participou como moderador do painel Nível Econômico de Perdas, que tratou sobre a redução das perdas na distribuição de água. O painel abordou as melhores práticas e as tecnologias mais recentes para otimizar o uso da água e garantir a eficiência operacional dos sistemas de saneamento. Fitabes [LEIA_TAMBEM]O 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (Cbesa) é promovido a cada dois anos pela Associação de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), com alternância em cada uma das regiões do país. O Congresso será realizado simultaneamente à Fitabes 2025, Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental. A Fitabes é uma das maiores feiras de tecnologia de saneamento ambiental de toda a América Latina, reunindo as principais empresas do setor para expor as novidades em tecnologias, produtos, serviços e equipamentos a um público altamente qualificado. A cada edição a feira se consolida também no mercado internacional. O congresso e a feira em Brasília marcam um novo momento frente aos desafios do Marco Legal do Saneamento. A Fitabes será realizada na região central de Brasília, no Ulysses Centro de Convenções. A expectativa é que sete mil congressistas e 15 mil visitantes participem de reuniões para discutir políticas públicas, questões sociais e econômicas, além de conhecer as boas práticas de saneamento por meio de 1.500 mil trabalhos técnicos a serem apresentados ao longo dos três dias de seminário. A Fitabes 2025 deverá reunir 120 empresas que demonstrarão as novas tecnologias e os equipamentos mais avançados disponíveis no mercado. *Com informações da Caesb
Ler mais...
Das nascentes às torneiras: Como são o caminho e o tratamento da água que você bebe
Investir em saneamento básico é um princípio fundamental para garantir qualidade de vida à população. Embora muitas vezes seja associado apenas ao fornecimento de água e ao tratamento de esgoto, o saneamento básico engloba outros serviços essenciais à saúde pública e ao meio ambiente. De 2019 a 2024, a Caesb investiu R$ 1 bilhão na ampliação e modernização dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília No Distrito Federal, por exemplo, a situação é destaque: segundo estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, a região apresenta um dos melhores índices de saneamento do país, com 99% das residências abastecidas com água potável. Mas você já parou pra pensar de onde vem a água que chega até a sua torneira e como ela é tratada antes do consumo? A Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) possui 28 mananciais superficiais, que são rios e lagos, e 177 mananciais subterrâneos, que são poços profundos ou artesianos. Para a escolha desses locais de captação é feito um estudo da qualidade da água e da viabilidade de captação. Em Brasília, situada no Planalto Central, uma região de nascentes, não há rios com grandes volumes, por isso são utilizados ribeirões menores, como o do Torto e o Contagem. Desde 2017 também é utilizado o Lago Paranoá para abastecimento. Segundo o presidente da Caesb, Luis Antonio Reis, nem toda água consumida no DF vem de rios ou corpos-d’água. “É muito importante entender que estamos no alto do planalto, com nascentes muito delicadas. Não temos um rio gigantesco, caudaloso, de onde possamos pegar o que quisermos de água. Essa é a nossa realidade; não é nem bom, nem ruim, é apenas a realidade. Por isso, em 2019, concluímos e inauguramos o Sistema Corumbá, trazendo hoje 1.400 litros por segundo, o que representa praticamente 15% do que se consome no Distrito Federal”, explica. Reis ressalta que a companhia vai investir na estação de tratamento do Rio Descoberto para aprimorar o sistema de tratamento e disponibilizar mais volume. “Também estamos trocando motores na elevatória do Descoberto, porque os motores originais têm 40 anos. Por necessidade de manutenção da segurança do sistema, estamos trocando esses motores”, destalha. Os 177 mananciais subterrâneos ou poços profundos possuem diferentes capacidades de abastecimento, a depender da localização e demanda da região: há poços que captam 30 litros por segundo e outros com 1 ou 2 litros por segundo. Segundo a coordenadora do Sistema de Produção de Água da Caesb, Cláudia Simões, é um número bom para o DF, ainda mais considerando a integração com o Sistema do Corumbá, que é o mais recente e já abastece regiões como Santa Maria e Gama. Nas estações de tratamento, a água passa por processos físicos e químicos para se tornar adequada para o consumo humano | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília Para garantir a segurança hídrica do DF, a Caesb tem interligado sistemas e ampliado a infraestrutura de captação. Em parceria com a Saneago, foi concluída a obra que leva água do Corumbá até o São Bartolomeu e o Jardim Botânico, para permitir equilíbrio no abastecimento entre regiões. Também está em andamento a obra reversível, que transporta água do Descoberto para a área central e reforça o sistema Santa Maria, além de estudos para ampliar a captação no Lago Paranoá. Mesmo após 163 dias de estiagem no ano passado, os reservatórios estão em níveis seguros: o Descoberto está cheio e o Santa Maria com 80%, sem necessidade de racionamento. De 2019 a 2024, a Caesb investiu R$ 1 bilhão na ampliação e na modernização dos sistemas de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Para 2025, a companhia pretende intensificar ainda mais esses aportes, dentro de um plano que prevê investimentos de R$ 3,2 bilhões em obras até 2029. As melhorias se concentram em três frentes principais: redução de perdas de água, setorização do fornecimento de água e conversão de gás metano em energia. "Em 2019, concluímos e inauguramos o Sistema Corumbá, trazendo hoje 1.400 litros por segundo, o que representa praticamente 15% do que se consome no Distrito Federal", diz o presidente da Caesb, Luis Antonio Reis | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Brasília Há um conjunto de órgãos responsáveis por cuidar da água na capital federal, entre eles, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal (Adasa), que desempenha um papel central na gestão dos recursos hídricos da região, tanto na regulação do abastecimento humano quanto na autorização de uso da água por diversos setores. “A Adasa tem uma atuação muito especial porque acumula duas funções: é responsável pela regulação dos serviços públicos de saneamento e também atua como gestora dos recursos hídricos, conforme as políticas nacional e distrital da água”, explica o superintendente de Recursos Hídricos da agência, Gustavo Carneiro. Toda utilização de água diretamente da natureza, seja por pessoas físicas, empresas ou órgãos públicos, depende de uma autorização, chamada de outorga de direito de uso da água. Essa autorização é concedida pela Adasa. “A água é um bem de domínio público. Qualquer uso direto, de nascentes, rios, reservatórios, poços ou aquíferos, precisa de uma outorga. Isso garante que a quantidade retirada seja compatível com o que a natureza pode oferecer, promovendo um equilíbrio entre disponibilidade e demanda”, afirma Gustavo. "Nossas outorgas garantem que a empresa tenha acesso à água necessária para levar água potável à população do DF”, diz o superintendente de Recursos Hídricos da Adasa, Gustavo Carneiro | Foto: Agência Brasília No caso do abastecimento público, a Caesb é a principal usuária da água outorgada. “Cerca de metade de todo o volume de água outorgado no DF vai para o abastecimento humano, operado exclusivamente pela Caesb. Nossas outorgas garantem que a empresa tenha acesso à água necessária para levar água potável à população do DF”, destaca Gustavo. Processo de tratamento Antes de chegar à torneira, a água passa por várias etapas. Primeiro, ela é captada nos mananciais (superficiais ou subterrâneos), transportada por adutoras até as estações de tratamento de água (ETAs). Essa água ainda não tratada é chamada de água bruta. Nas ETAs, a água passa por processos físicos e químicos para se tornar potável, ou seja, adequada para o consumo humano, conforme definido pela portaria GM/MS nº 888/2021, do Ministério da Saúde. Ao todo, há 12 ETAs na região, com capacidades variadas. “O tipo de tratamento depende da qualidade da água bruta. Águas subterrâneas, por exemplo, passam por processos mais simples. Já as águas de rios, mais expostas a impurezas, exigem tratamentos mais complexos”, explica Cláudia Simões. A gestora informa que a legislação exige que toda água de consumo humano, exceto a de poços, passe por filtração. “O tipo de tratamento depende da qualidade da água bruta”, afirma a coordenadora do Sistema de Produção de Água da Caesb, Cláudia Simões | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília As principais tecnologias utilizadas para o tratamento da água são: - Tratamento convencional com decantação: ideal para águas com impurezas mais pesadas, como as dos rios; - Tratamento convencional com flotação por ar dissolvido: mais usado para águas de lagoas, que têm mais matéria orgânica e algas; - Filtração direta: usada quando a água do manancial é de boa qualidade e não precisa passar por decantação ou flotação. [LEIA_TAMBEM]A coordenadora esclarece que, nos últimos anos, o uso de membranas no tratamento de água tem crescido muito. Segundo ela, essa tecnologia, já usada há anos na indústria, agora vem sendo adotada pelas empresas de saneamento. “A Caesb foi pioneira, usando esse tipo de tratamento desde 2017 na ETA Lago Norte, que trata água captada do Lago Paranoá. Brasília é referência e recebe visitas de várias empresas de saneamento e até indústrias interessadas nessa tecnologia”, afirma. Todas as estações, desde as pequenas com 7 litros por segundo até as grandes com 6 mil litros por segundo, são altamente automatizadas. Elas possuem equipamentos de medição online de qualidade da água. Esses sensores monitoram continuamente os parâmetros e tudo é rastreável. Se houver qualquer problema, a Caesb consegue investigar exatamente quando aconteceu. As ETAs operam 24 horas por dia e todos os dias como foi o tratamento do dia anterior. “Hoje a Caesb já utiliza inteligência artificial em algumas unidades para otimizar o processo, reduzir o uso de produtos químicos e melhorar ainda mais a qualidade da água. Além disso, todo o sistema de manobras nas estações é feito de forma remota, sem esforço físico. Ou seja, o trabalho é mais seguro, eficiente e de melhor qualidade para os operadores”, afirma Cláudia. Programa de recuperação de nascentes A coordenadora de Gestão de Águas da Sema, Elisa Meireles, destaca a relação entre proteção das nascentes e qualidade e quantidade da água disponível para consumo | Foto: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília As nascentes têm importante papel ambiental, pois levam água para os córregos e rios que abastecem toda a cidade. O Distrito Federal está localizado em uma área de recarga, numa das regiões mais altas do Planalto Central. Por isso, as nascentes daqui são fundamentais para garantir a segurança hídrica, não apenas para o DF, mas também para outras bacias hidrográficas que nascem aqui, que são três ao todo. Atualmente há cerca de 6,2 mil nascentes mapeadas na capital federal com uso de ferramentas de geoprocessamento. A Secretaria de Meio Ambiente (Sema-DF) trabalha com a recuperação de nascentes desde 2015; entretanto, é desde 2021, com o programa CITinova, que a pasta conseguiu mapear as áreas prioritárias para recomposição vegetal do DF, grande parte delas em torno de nascentes. “Entre 2020 e 2023, atuamos com cerca de 70 produtores rurais, recuperando em torno de 70 hectares. Também fizemos ações dentro de unidades de conservação, em aproximadamente três parques”, afirma a coordenadora de Gestão de Águas da Sema, Elisa Meireles. A coordenadora explica que a recuperação impacta na qualidade e quantidade da água captada, por isso é essencial proteger os locais onde o lençol freático aflora, que são as nascentes. “A água brota ali e, a partir disso, forma um curso hídrico. Por isso, a proteção começa com o cercamento da área para evitar a entrada de pessoas e animais, além da recomposição da vegetação nativa”. Elisa esclarece que isso pode incluir não apenas árvores, mas também plantas típicas de veredas, como os buritis, e vegetação de mata de galeria, dependendo da área.
Ler mais...
Maior evento de saneamento ambiental da América Latina será em Brasília
A Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) será anfitriã do 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, o maior encontro do setor na América Latina. Promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), o encontro será de 25 a 28 de maio, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília. Durante os quatro dias de programação, especialistas, gestores públicos, acadêmicos e profissionais do setor vão debater temas como saneamento rural, gestão de resíduos sólidos, drenagem urbana, eficiência energética e os impactos das mudanças climáticas nos serviços de saneamento. A programação inclui painéis, mesas-redondas, debates e a apresentação de trabalhos técnicos. Além do congresso, a capital federal receberá a Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (Fitabes) | Foto: Marco Peixoto/Caesb Paralelamente ao congresso, será realizada a Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (Fitabes), que ocupará uma área de 4.000 m² e contará com mais de 120 expositores de todas as regiões do país. Com expectativa de atrair mais de 10 mil visitantes, a feira será um ponto de encontro para quem busca conhecer as inovações mais recentes em tecnologias de saneamento e meio ambiente, promovendo o networking entre empresas, startups e investidores. A Caesb participará do evento com apresentações de trabalhos técnicos de seus empregados, palestras e estande na Fitabes, mostrando a excelência do trabalho que desenvolve no setor na capital do país. Para o presidente da Caesb, Luis Antonio Reis, o evento é estratégico para o presente e o futuro do setor. “Aqui, especialistas, gestores, técnicos e instituições de todo o país vão se reunir para debater soluções, trocar experiências e impulsionar inovações que impactam diretamente a vida da população”, explicou o presidente. [LEIA_TAMBEM]“O saneamento é base da saúde, da dignidade e do desenvolvimento. Encontros como esse mostram que, juntos, podemos avançar com responsabilidade, tecnologia e compromisso social”, afirmou. 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental – Abes ⇒ Data: 25 a 28 de maio ⇒ Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília, DF ⇒ Inscrições e mais informações neste link ⇒ Jornalistas interessados em cobrir o evento devem se credenciar pelo link. *Com informações da Caesb
Ler mais...