Mais de 200 jovens em situação de vulnerabilidade de Sobradinho recebem capacitação em fotografia e marketing digital
A qualificação profissional tem mudado a realidade de adolescentes em situação de vulnerabilidade em Sobradinho e em Sobradinho II. Desde junho, mais de 200 jovens participam de cursos gratuitos que vão de fotografia e marketing digital à pilotagem de drones, consultoria de imagem e maquiagem. A iniciativa faz parte do projeto Empoder@ Galer@, executado pela Secretaria de Justiça e Cidadania do DF (Sejus-DF) em parceria com o Instituto Epuranios, por meio do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente (FDCA-DF). O Projeto Fal@ Galer@ é destinado a jovens de 12 a 17 anos e pode despertar a vocação profissional nos alunos | Fotos: Jhonatan Vieira/Sejus As aulas são presenciais, privilegiam a prática e permitem que cada estudante escolha mais de um curso, conforme o interesse. O projeto atende a adolescentes de 12 a 17 anos, oferecendo não apenas conhecimento técnico, mas também oportunidades de transformação social. Uma das participantes é Alice Sophia Ribeiro, de 13 anos, que descobriu a oportunidade na escola e escolheu fotografia. “Eu tenho gostado muito das aulas porque os professores conseguem nos ensinar de uma maneira profissional e muito dinâmica”, relata a estudante, que já sonha em seguir carreira na área. Para ampliar a vivência prática, os jovens também foram convidados a estagiar em um festival musical organizado pelo Instituto Epuranios, marcado para 15 a 18 de outubro. Além do aprendizado "Só enfrentando a desigualdade poderemos garantir às próximas gerações mais dignidade e consciência" Marcela Passamani, secretária de Justiça e Cidadania Para a presidente do Instituto Epuranios e coordenadora do projeto, Ana Paula Barbosa, a iniciativa tem se revelado um espaço de acolhimento. “Em pouco tempo, percebemos que alguns adolescentes chegavam sem comer ou precisando de apoio psicológico, e buscamos suprir essas necessidades. Aqui é um espaço de aprendizado, mas também queremos fazer a diferença na vida deles”, afirma a assistente social. Os cursos têm duração de seis meses e, em dezembro, será a formatura da primeira turma, com entrega de certificados. As aulas serão retomadas em fevereiro de 2026, e a procura já é grande: existe uma lista de espera com 200 adolescentes para o próximo ciclo. A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destaca a importância da capacitação profissional para romper ciclos de vulnerabilidade. “Investir em educação para os nossos jovens é investir no futuro de toda a comunidade. Só enfrentando a desigualdade poderemos garantir às próximas gerações mais dignidade e consciência”, afirma. *Com informações da Sejus-DF
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Samambaia recebe primeiro encontro do Programa ElavAI
Nos dias 16 e 17 de setembro, a Secretaria da Mulher do Distrito Federal (SMDF) promoveu o primeiro encontro do ElavAI, realizado no Centro Educacional CCI Sênior, em Samambaia. O evento reuniu mais de 100 participantes interessadas em tecnologia, inovação e ferramentas digitais aplicadas às vidas pessoal e profissional. O ElavAI é um programa de capacitação digital e impacto social que utiliza a tecnologia como instrumento para elevar pessoas, negócios e comunidades. A proposta é promover inclusão digital e gerar oportunidades de trabalho, renda e segurança digital. O projeto atende diferentes grupos, como mulheres, jovens, idosas e trabalhadores do campo, oferecendo aprendizado prático e acessível sobre inteligência artificial e transformação digital. “Capacitar mulheres e diferentes grupos sociais para o uso da tecnologia é investir em autonomia, inclusão e geração de oportunidades. O ElavAI fortalece essa visão ao aproximar a inteligência artificial da vida real das pessoas”, destacou a vice-governadora do DF, Celina Leão. O ElavAI é um programa de capacitação digital que utiliza a tecnologia como instrumento para promover inclusão e gerar oportunidades de trabalho | Fotos: Joel Martins/SMDF No primeiro dia, a programação abordou o tema Inteligência Emocional, com palestra de Thais Ramalho, em parceria com a Febracis. Já no segundo dia, os participantes acompanharam conteúdos sobre Marketing Digital, ministrado por Rebeca Cavalcante, e Inteligência Artificial, com Gabriela Melo. “Nosso compromisso é apoiar iniciativas que unem inovação, empreendedorismo e inclusão. O ElavAI mostra que a tecnologia pode ser uma ferramenta de transformação social, especialmente para mulheres e comunidades em maior vulnerabilidade”, afirmou a secretária da Mulher, Giselle Ferreira. "Precisamos nos reconhecer, valorizar nosso lugar e não permitir que situações do cotidiano nos reprimam. Essa vivência foi muito significativa para mim" Rebeca Oliveira, estudante Durante a segunda etapa do evento, os inscritos também tiveram acesso a um bônus voltado para imagem pessoal e comportamento, destacando a importância da apresentação, da vestimenta e da etiqueta como fatores que impactam diretamente o desenvolvimento de negócios. “Tem sido uma tarde de muito conhecimento, falando sobre tomada de decisão, com muitos aprendizados. Minha expectativa está elevadíssima, porque tenho certeza de que a semente está sendo plantada. Essas jovens, essas mulheres que estão aqui, não serão mais as mesmas a partir desse dia. Tenho plena convicção disso no meu coração”, ressaltou Thais Ramalho. Com a realização do primeiro encontro, a SMDF reforça a importância de programas que unem tecnologia, capacitação e impacto social, ampliando o acesso ao conhecimento e fortalecendo políticas públicas voltadas à inclusão digital no Distrito Federal. [LEIA_TAMBEM]“É muito importante compreender o nosso posicionamento como mulher. Precisamos nos reconhecer, valorizar nosso lugar e não permitir que situações do cotidiano nos reprimam. Essa vivência foi muito significativa para mim”, afirmou a estudante Rebeca Oliveira, de 16 anos. Continuidade do programa O curso terá sequência em formato híbrido, unindo aulas online e oficinas presenciais. A programação contará com: → Aulas virtuais de aprofundamento em Marketing Digital e Inteligência Artificial; → Oficinas presenciais voltadas à aplicação prática dos conteúdos. *Com informações da Secretaria da Mulher (SMDF)
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Preparatório para alunos com deficiência ou transtornos que vão fazer o Enem tem aula inaugural
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) representa, para milhares de jovens, a porta de entrada para o ensino superior. Pensando em garantir equidade de oportunidades a todos os estudantes da rede pública de ensino, a Secretaria de Educação (SEEDF), por meio da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral (Subin), lançou, no sábado (16), a edição 2025 do projeto Enem Inclusivo e Especial, que promove aulões preparatórios para o Enem para estudantes com deficiência ou transtornos funcionais. A aula inaugural ocorreu no auditório do Centro de Educação de Jovens e Adultos da Asa Sul (Cesas) e marcou o início de uma jornada que seguirá com encontros aos sábados, até a data do exame. O programa é resultado de um amplo esforço coletivo que envolve professores, gestores, estudantes e famílias, em um movimento de mobilização comunitária. “O Enem Inclusivo e Especial nasceu do coração da professora Vera Lúcia Barros, com um propósito muito simples e profundo: garantir que todos tenham as mesmas oportunidades de chegar onde desejam. Cada detalhe foi pensado para os estudantes, desde as aulas com intérpretes de libras até o carinho e dedicação dos professores”, destacou a secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, durante a aula inaugural. Aula inaugural do Enem Inclusivo e Especial 2025 ocorreu no auditório do CESAS, no sábado (16) | Fotos: Felipe de Noronha/SEEDF A edição deste ano trouxe uma novidade importante: a parceria com o Senac-DF, que permite o uso de uma plataforma digital totalmente acessível. O recurso amplia a autonomia dos estudantes ao disponibilizar conteúdos com tecnologia assistiva, legendas, audiodescrição e apoio de professores especializados. “Nosso diferencial é a acessibilidade integral. Queremos que cada aluno encontre um espaço de aprendizado seguro e inclusivo”, reforçou a subsecretária Vera Lúcia Barros. Em 2025, o projeto conta com 41 estudantes matriculados especificamente no Enem Inclusivo e Especial, além de outros 50 atendidos pelo eixo de empregabilidade, que complementa a formação ao preparar os jovens para o mercado de trabalho. A proposta vai além do acesso ao ensino superior, contribuindo também para que esses estudantes conquistem independência e melhores oportunidades profissionais. Mais oportunidades, mais sonhos Exemplo disso é a trajetória de Luis Felipe Sales, ex-participante do projeto, que ingressou no curso de jornalismo por meio do Enem e, recentemente, conquistou seu primeiro emprego com carteira assinada. “Não foi fácil, fiquei quase um ano desempregado depois de formado, mas graças ao apoio do programa consegui uma oportunidade. Hoje trabalho na área administrativa de um hospital e já penso em novos passos para o meu futuro”, contou. Secretária de Educação, Hélvia Paranaguá (D), participou da aula inaugural: "A educação é a chave que abre portas, mas é o coração de vocês que decide atravessá-las" [LEIA_TAMBEM]Com a experiência de quem já trilhou esse caminho, Luis Felipe também deixa um recado aos atuais estudantes do programa: “Para quem está começando no projeto, eu indico aproveitar ao máximo cada aula. Os professores e a equipe de apoio estão sempre prontos para ajudar, então não tenham vergonha de perguntar. Outra coisa importante é criar o hábito da leitura: ler todos os dias, revisar provas antigas, praticar exercícios e até usar técnicas de memorização, como a repetição. Também é fundamental cuidar da saúde, ter uma boa alimentação e reservar momentos de descanso, porque isso faz toda diferença na hora da prova. A dedicação vale a pena, porque os resultados chegam”. O Enem Inclusivo e Especial também se firma como espaço de troca, apoio emocional e motivação. Professores e monitores dedicam os sábados para garantir que os estudantes tenham reforço, estímulo e confiança no caminho até a prova. Além de aulas de conteúdo, os encontros promovem orientações sobre autocuidado, rotina de estudos e técnicas de memorização. “A educação é a chave que abre portas, mas é o coração de vocês que decide atravessá-las”, afirmou Hélvia Paranaguá ao incentivar os alunos. Mais do que preparar para um exame, o projeto representa um passo concreto rumo à universalização da educação pública, que acolhe as diferenças e valoriza talentos. “Nosso trabalho é mostrar que todos têm competências e capacidades, e que a inclusão é uma prática que transforma vidas. Sou muito grata a toda a equipe da Subin, aos professores, por poder fazer parte desse acontecimento tão importante que é o Enem Inclusivo e Especial”, celebrou a subsecretária Vera Lúcia Barros. *Com informações da Secretaria de Educação
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Carreta do Na Hora nas Cidades atende mais de 300 pessoas no Recanto das Emas
Entre os dias 14 e 17 deste mês, o que para alguns poderia ser apenas uma carreta estacionada na Quadra 406 do Recanto das Emas representou, para muitas famílias, o acesso facilitado à cidadania e a chance de resolver problemas do dia a dia. Durante os três dias, mais de 300 pessoas buscaram a Carreta do Na Hora para obter documentos, orientações e benefícios sociais. Luiz Junior: “Resolvi em um único lugar várias situações. Vim renovar meu cadastro do CadÚnico para acessar o benefício Prato Cheio e tirei dúvidas na Defensoria Pública” | Foto: José Martins/Sejus-DF Vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), a unidade móvel do Na Hora concentrou em um único espaço serviços de órgãos como o BRB, Caesb, Codhab, Detran, Neoenergia, Procon e Receita Federal, entre outros. Desde que começou a operar, em fevereiro de 2022, a carreta já prestou mais de 40 mil atendimentos, beneficiando especialmente as regiões mais vulneráveis do DF. [LEIA_TAMBEM]Luiz Junior Alves da Silva, 35 anos, é uma dessas pessoas que aproveitaram a passagem da carreta para mudar a própria rotina. “É muito importante para a população”, relatou, aliviado por ter resolvido pendências sem precisar enfrentar uma maratona de ônibus e filas. “Resolvi em um único lugar várias situações. Vim renovar meu cadastro do CadÚnico para acessar o benefício Prato Cheio e tirei dúvidas na Defensoria Pública”. A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, ressalta que levar o serviço público até as pessoas é, antes de tudo, um compromisso com a população do DF: “A Carreta do Na Hora tem sido um instrumento essencial de transformação social. Estamos comprometidos com a descentralização dos atendimentos e em garantir que os serviços alcancem quem mais precisa, com dignidade, agilidade e respeito à população”. *Com informações da Sejus-DF
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Projeto Quarta do Cidadão é oficialmente instituído
A Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF) instituiu o projeto Quarta do Cidadão, iniciativa voltada à promoção da inclusão, cidadania e transformação social, com foco em homens em situação de vulnerabilidade socioeconômica. A portaria que oficializa o projeto foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) nesta sexta-feira (14). A Quarta do Cidadão amplia o acesso à Justiça – com foco em questões como reconhecimento de paternidade, ações de cobrança e dívidas alimentares –, além de estimular a capacitação e a empregabilidade | Foto: Divulgação/DPDF A iniciativa oferece acesso a serviços jurídicos e intersetoriais, promovendo soluções concretas para a superação de desafios sociais e econômicos. O projeto, realizado desde agosto de 2024, ocorre na terceira quarta-feira de cada mês, na plataforma superior da Rodoviária do Plano Piloto. Em cinco edições, já foram registrados mais de 1,6 mil atendimentos. Um dos objetivos prioritários da Quarta do Cidadão é ampliar o acesso à Justiça, com foco em questões como reconhecimento de paternidade, ações de cobrança e dívidas alimentares, por meio de assistência jurídica gratuita e especializada. A iniciativa também fomenta o bem-estar e a saúde preventiva, oferecendo serviços médicos e ações voltadas à melhoria da qualidade de vida. “Iniciativas como essa são fundamentais para reduzir desigualdades e construir uma sociedade mais justa e inclusiva” Celestino Chupel, defensor público-geral Além disso, a ação estimula a capacitação e a empregabilidade, oferecendo cursos e serviços de inserção no mercado de trabalho, com foco na promoção da autonomia econômica, fortalecendo parcerias intersetoriais entre entidades públicas e privadas. Transformação social Para o defensor público-geral, Celestino Chupel, a iniciativa demonstra como o acesso à Justiça pode transformar vidas, proporcionando esperança e oportunidades para aqueles que mais precisam. “Iniciativas como essa são fundamentais para reduzir desigualdades e construir uma sociedade mais justa e inclusiva”, destacou. O chefe da Assessoria Especial da DPDF e coordenador da ação, Celso Murilo de Britto, explica que a abordagem inovadora e inclusiva do projeto tem um papel essencial na garantia do acesso à Justiça e na promoção da dignidade de pessoas em situação de vulnerabilidade: “A Quarta do Cidadão possibilita que homens vulneráveis tenham acesso a diversos serviços gratuitos, reunidos em um único local, facilitando a assistência a quem precisa”. O podador de árvores Marco Andrade Araújo, morador de Arapoanga, participou da segunda edição do Quarta do Cidadão em busca de oportunidades profissionais. “Com essa ajuda, os desempregados ganham força para buscar uma vida melhor e mais digna, com mais oportunidades de sustento. É uma forma concreta de inclusão social e de garantir que todos tenham uma chance justa de recomeçar”, observou. O projeto Quarta do Cidadão está vinculado ao programa Novo Horizonte, instituído pela portaria nº 4, de 9 de janeiro de 2025, e seguirá um cronograma anual a ser elaborado e aprovado pela DPDF. *Com informações da Defensoria Pública do Distrito Federal (DPDF)
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Conheça o BSBJJ, projeto social que transforma vidas por meio do jiu-jítsu
No tatame do Centro de Ensino Fundamental (CEF) Dra. Zilda Arns, diversos jovens encontram, por meio da luta, transformação social e desenvolvimento pessoal. Funcionando há oito anos em parceria com a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL-DF), o Projeto BSBJJ oferece aulas gratuitas de jiu-jítsu, promovendo a inclusão a partir de treinos que combinam técnicas de defesa pessoal e atividades educativas, reforçando o aprendizado escolar e desenvolvendo habilidades emocionais por meio do esporte. Além do Itapoã, o projeto está presente em mais duas unidades no Distrito Federal, localizadas em Samambaia e no Paranoá, onde a comunidade tem acesso a treinos na administração regional e nos batalhões da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). Com um termo de fomento de aproximadamente R$ 300 mil da SEL, o apoio contempla a disponibilização de materiais esportivos, um educador especializado e serviços para o projeto, que já alcança uma média de 200 alunos impactados na comunidade. Projetos como o BSBJJ incentivam valores como respeito, superação e trabalho em equipe | Fotos: Tony Oliveira/Agência Brasília Segundo o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira, projetos como o BSBJJ são fundamentais para transformar a realidade de muitos jovens, incentivando não apenas a prática esportiva, mas também valores como respeito, superação e trabalho em equipe. “Apoiar iniciativas assim é essencial e um compromisso com a formação de cidadãos e com o fortalecimento do esporte como um agente de mudança social. Acreditamos no esporte como uma ferramenta poderosa para promover inclusão social, disciplina e novas oportunidades para os jovens do DF”, destaca o gestor. Os alunos matriculados na rede pública de ensino que apresentam boas notas recebem um quimono e faixas personalizadas com as marcas dos apoiadores para usar em competições e treinos. De acordo com o coordenador do projeto, Israel Costa, 23 anos, é feito um acompanhamento com os jovens dentro e fora do tatame, incentivando o bom desempenho na escola em casa. “ [O projeto] Tem mudado a realidade deles. O Itapoã é uma comunidade carente e esse é o papel mais importante do projeto e das artes marciais: pegar aquele que está na rua, trazer para o tatame, dar um quimono e uma oportunidade para transformar não só a vida dele como a da família”, ressalta. Israel Costa: “O Itapoã é uma comunidade carente e esse é o papel mais importante do projeto e das artes marciais: pegar aquele que está na rua, trazer para o tatame, dar um quimono e uma oportunidade para transformar não só a vida dele como a da família” O instrutor frisa a mudança visível nos jovens por meio do retorno de quem os acompanha. “Muitas vezes os pais chegam falando que o comportamento do filho mudou, está ajudando dentro de casa e mais disposto a mudar de vida, procurando uma melhoria para a família. É gratificante ver essa transformação. Na minha vida mesmo faz toda diferença: treino em projetos sociais desde os 8 anos e sempre notei várias iniciativas sem apoio, mas em Brasília tem sido diferente. Com o apoio deste GDF e da SEL, temos conseguido fazer a diferença e ajudar essa meninada a tomar outro rumo”. Menos rua e mais tatame Mestre Gessé Pereira dos Santos descreve o projeto como “uma ponte que mostra que eles são capazes” Indo para o terceiro ano de atuação, a unidade do Itapoã atende cerca de 50 alunos e conta com os ensinamentos do mestre Gessé Pereira dos Santos, 42. Ele descreve o BSBJJ como uma uma boia salva-vidas em meio ao caos. “Conseguimos tirar esses jovens de uma vida ociosa na frente das telas e ser uma ponte que mostra que eles são capazes, transformando-os em verdadeiros campeões não só no tatame, mas na vida. Tudo isso gera o grande lema do projeto, que é: menos rua, mais tatame”. O professor de jiu-jítsu aponta que, fora a ética comportamental que a arte marcial ensina, os alunos se tornam mais otimistas com a vida. “Para treinar uma arte marcial, você precisa respirar, se conhecer e dominar a força. Vejo a mudança na história dessas crianças e jovens. Eles conseguem ir além das diversidades, não desistir fácil, ter resiliência e respeitar o próximo – tudo por meio do que é ensinado na luta”, pontua Gessé. Asafe Ferreira Reis: “Temos amizade no tatame que nos deixam longe de coisas ruins” O jovem de 14 anos Asafe Ferreira Reis integra o projeto há um ano e reforça a importância do acesso ao esporte independente da idade, além da melhora no porte físico e a rede de apoio formada pela rotina de treinos. “Temos amizade no tatame que nos deixam longe de coisas ruins. Antes de começar a treinar, eu tinha facilidade para pegar doenças, ficava gripado com frequência e qualquer coisa vinha muito forte. Hoje em dia não sinto tanto isso e também não canso como antes”. Ana Beatriz Prata Cruz, de 12 anos, também treina há cerca de um ano no Itapoã e já ganhou dois campeonatos de jiu-jítsu no DF. A atleta ressalta que, depois que começou a praticar o esporte, passou de uma adolescente parada e desanimada para uma que ama as atividades. “O tatame me transforma. Não sei como explicar, porque é um sentimento muito grande. Quando entrei, pensei que ia ser muito difícil, mas não é. É um esporte realmente para todos”, declara. Pertencimento A instrutora Nayara Alves dos Santos reforça a importância de o projeto ajudar no empoderamento de meninas Um grande diferencial do projeto é a turma feminina de jiu-jítsu que funciona desde 2023 no Dra Zilda Arns e atende todas as idades. Responsável pelo grupo, a faixa-preta Nayara Alves do Santos, 35, é vista como um exemplo para as meninas que se espelham na luta feminina. A instrutora destaca a importância da autodefesa para as mulheres e explica que sempre viu a necessidade de existir uma turma feminina, ao perceber que muitas se sentiam mais confortáveis com a possibilidade ー ou, ainda, tinham pais ou parceiros que não aceitavam a prática delas na modalidade por não entenderem como funciona o esporte. “Trabalhamos justamente as questões da mulher na sociedade, sobre se proteger de assédios e saber que em várias situações você pode ter uma postura diferenciada. Além de trabalhar a ansiedade e autoestima, essa turma é para empoderar as mulheres e mostrar que elas conseguem sair de qualquer situação. Se defender, se impor e falar que não é não. Elas gostam de estar aqui. Mais que jiu-jítsu, é um ambiente de troca de experiências e transformação de vidas”, acentua a professora. Eduarda Almeida ressalta que, no tatame, consegue pertencimento e acolhimento Entre as alunas de Nayara, está a estudante de 18 anos Eduarda Almeida, que participou de outros projetos sociais e reforça o acolhimento e pertencimento que a turma específica trouxe ao projeto. “Muda o cenário que geralmente é mais composto por homens. É um diferencial porque a gente não vê isso em muitos lugares, então as mulheres se sentem acolhidas e com um lugar para chamar de seu. Eu raramente via uma mulher faixa preta e a Nayara faz um grande diferencial nesse caminho que o jiu-jítsu feminino está trilhando, em que a gente tem mais visibilidade em tudo”. A jovem acentua, ainda, a diferença que as aulas gratuitas fazem na vida dela, de Pessoas Com Deficiência (PCDs) e diversas pessoas da comunidade que participam do BSBJJ: “Normalmente as academias de luta são pagas e não são todos que têm dinheiro. Esse projeto acolhe todo mundo e fico muito grata por ele existir. Quando eu venho para cá, posso esquecer um pouco de tudo que acontece lá fora e só treinar e interagir com os amigos”.
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