Rede pública de saúde do DF orienta sobre novas diretrizes de pressão arterial
Nesta semana, novas diretrizes passaram a classificar a pressão arterial 12 por 8, antes considerada normal, como pré-hipertensão. Mas, na prática, o que essa mudança representa? “Isso não quer dizer que vamos começar a medicar pacientes que apresentem esse parâmetro”, esclarece a cardiologista da Secretaria de Saúde (SES-DF), Amabel Brito. Segundo a profissional, a alteração serve para reforçar a prevenção e despertar os cuidados em pessoas nessa faixa de pressão, quando há necessidade de controlar fatores de risco e adotar hábitos de vida mais saudáveis. “É importante ficar de olho no peso, no consumo de sal, sono, alimentação e, principalmente, no exercício físico constante”, pontua Brito. A cardiologista afirma que estudos relacionados ao assunto apontam um crescimento da mortalidade por doenças cardiovasculares em pessoas com pressão arterial a partir de 12 por 8. “O tratamento, porém, não muda. Só iniciamos o medicamento para hipertensão a partir de 14 por 9”, reforça. Alteração serve para reforçar a prevenção e despertar os cuidados em pessoas com pressão em 12 por 8 | Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde DF O uso de remédios, contudo, pode ser recomendado para casos específicos, como em pacientes cuja pressão média seja de 13 por 8, acompanhada de fatores de risco como diabetes, doença coronária, derrames etc. Construção de um novo parâmetro O documento que altera a pressão de patamar é resultado de cinco anos de elaboração entre a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) e Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). A diretriz atual brasileira segue uma tendência global que vai ao encontro de condutas americanas e europeias. “Todas elas consideram a pressão normal menor que 12 por 8”, destaca Brito. Para quem já sofre com a hipertensão, o texto torna a recomendação mais rígida. A meta de tratamento reconhece, agora, que manter a pressão a partir de 14 por 9 não é mais suficiente. O alvo passa a ser abaixo de 13 por 8 para todos os hipertensos, independentemente da idade, sexo ou presença de outras doenças. Arte: Agência Saúde DF O limite mais baixo, segundo os autores do documento, é essencial para reduzir riscos de complicações como infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal. Internações em queda No Distrito Federal, dados mais recentes do Infosaúde mostram a queda das internações por hipertensão arterial. Até julho de 2025, foram registradas 189 internações, uma redução de 29,2% se comparadas ao mesmo período de 2024, em que foram registradas 267. Ao todo, foram 429 internações no ano anterior. *Com informações da Secretaria de Saúde
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Setembro Vermelho alerta para cuidados com o coração
Brasília, 7 de setembro de 2022 – O mês de setembro está aí para lembrar a todos sobre os cuidados com o coração. A campanha Setembro Vermelho, criada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), alerta para a prevenção e o tratamento das doenças cardiovasculares. E não é para menos: no Brasil, segundo levantamento de 2021 realizado pela associação, cerca de 14 milhões de brasileiros têm alguma doença no coração e cerca de 400 mil morrem por ano em decorrência dessas enfermidades. [Olho texto=”Os hospitais regionais e as unidades de pronto atendimento (UPAs) prestam o socorro inicial. Dali, se necessário, o paciente é encaminhado para três unidades especializadas em coração: o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), no Hospital das Forças Armadas (HFA), e os hospitais Universitário de Brasília (HUB) e de Base (HB)” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”] No Distrito Federal, a rede pública conta com atendimento especializado para a saúde do coração e, inclusive, com atenção ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), a doença que mais mata entre os males no coração. São 102 cardiologistas em atuação na saúde pública, além dos clínicos que fazem o primeiro atendimento. Os hospitais regionais e as unidades de pronto atendimento (UPAs) prestam o socorro inicial. Dali, se necessário, o paciente é encaminhado para uma das três unidades especializadas em coração: o Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (ICDF), no Hospital das Forças Armadas (HFA), e os hospitais Universitário de Brasília (HUB) e de Base (HB). Profissionais dos hospitais regionais utilizam o programa Sprint, que permite a comunicação entre equipes médicas utilizando um aplicativo instalado em um tablet | Foto: Divulgação/Secretaria de Saúde “Nos casos de infarto, o melhor tratamento é o mais rápido. Não convém esperar duas horas para remover o paciente para uma unidade especializada, sendo que é possível tratar imediatamente”, pontua a médica Rosana Costa Oliveira, referência técnica de cardiologia da Secretaria de Saúde. Profissionais dos hospitais regionais, lembra Rosana, utilizam o programa Sprint, adotado em 2019, e que permite a comunicação entre equipes médicas utilizando um aplicativo instalado em um tablet – uma medida que os capacita ainda no início da consulta, quando se busca o diagnóstico. Mais de 14 mil consultas em 2022 As policlínicas do DF e o Centro Especializado em Diabetes, Obesidade e Hipertensão Arterial (Cedoh) são locais onde são feitas as consultas ambulatoriais com cardiologistas. Segundo a Secretaria de Saúde, foram 14.220 atendimentos até o final de junho na rede. “Podemos dizer que as doenças no coração são mais comuns em pessoas acima dos 45 anos. Mas, cada vez mais, temos visto pacientes mais jovens buscando o atendimento”, observa a cardiologista. Prevenção de doenças cardiológicas A prevenção de doenças cardiovasculares começa com a adoção de bons hábitos no dia a dia. O tabagismo, o excesso de peso, a obesidade, a hipertensão não tratada e o diabetes são ‘inimigos do coração’. “É a doença que mais mata no Brasil e no mundo, mata mais que a covid-19, por exemplo”, alerta Rosana. “Se a pessoa coloca hábitos simples em sua rotina, ela deixa de correr riscos. É a atividade física, a alimentação equilibrada. Cento e cinquenta minutos de exercícios físicos por semana já fazem muito bem para o coração”, finaliza a especialista.
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