No Dia do Motociclista, motoboy que sobreviveu a graves lesões alerta para riscos no trânsito
Na manhã do Dia das Mães de 2024, o motoboy Walysson Concheski Machado, de 35 anos, saiu para mais um dia de trabalho sem imaginar que estava prestes a enfrentar o maior desafio de sua vida. Durante uma entrega, ele sofreu um grave acidente de moto e foi levado em estado crítico para a Sala Vermelha do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF). “Fiquei 21 dias na UTI lutando pela vida”, lembra. “Quando acordei, percebi que estava vivo por um milagre e por causa de cada profissional que cuidou de mim. Renasci naquele hospital”. Walysson Machado se recupera: “Estou reaprendendo a viver e torcendo para poder voltar a rodar. Mas de um jeito novo: com mais calma, com mais prudência” | Foto: Bruno Henrique/IgesDF Walysson quebrou três vértebras da coluna, precisou usar colar cervical e perdeu temporariamente os movimentos das pernas. Passou por mais de 50 sessões de fisioterapia para recuperar a capacidade de andar. No Dia do Motociclista, comemorado neste domingo (27), ele enfatiza a importância de manter cuidados ao conduzir motocicleta. “A moto era meu ganha-pão”, conta. “Estou reaprendendo a viver e torcendo para poder voltar a rodar. Mas de um jeito novo: com mais calma, com mais prudência. Também faço um alerta para que motoristas de carro tenham mais cuidado com quem está em duas rodas, porque boa parte das vezes a culpa do acidente nem é do motociclista.” Atendimento “São adultos jovens, pais e mães de família, que saem para trabalhar e voltam em cadeiras de rodas, acamados ou com sequelas graves. São histórias que marcam toda a equipe” Renato Lins, chefe do Centro de Trauma do Hospital de Base Histórias como a de Walysson são mais comuns do que se imagina nas emergências do Distrito Federal. Só no primeiro semestre deste ano, o Centro de Trauma do HBDF, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), atendeu 1.050 vítimas de acidentes de moto. Mil foram para a Sala Amarela e 50, para a Sala Vermelha. Isso faz das motocicletas a principal causa de atendimentos graves (Sala Vermelha) e a segunda maior entre os casos moderados (Sala Amarela) no hospital. No Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), também administrado pelo IgesDF, os números seguem a mesma tendência. Foram 705 atendimentos por acidentes com motociclistas em 2024 e outros 375 apenas no primeiro semestre de 2025. Os dados reforçam a urgência de campanhas educativas e medidas de prevenção no trânsito. Gravidade Segundo o médico Renato Lins, chefe do Centro de Trauma do HBDF, o perfil dos acidentados é, em sua maioria, de pessoas entre 25 e 40 anos que utilizam a moto como ferramenta de trabalho: “São adultos jovens, pais e mães de família, que saem para trabalhar e voltam em cadeiras de rodas, acamados ou com sequelas graves. São histórias que marcam toda a equipe”. Para ele, o grande desafio no atendimento está na gravidade das lesões. “A maioria dos motociclistas chega com traumas por todo o corpo, com lesões no crânio, tórax, abdômen e membros”, relata. “Isso exige um atendimento rápido e coordenado por várias especialidades médicas. Mesmo com todo o preparo, nem sempre conseguimos devolver ao paciente a vida que ele tinha antes”. Rodrigo do Carmo, chefe da ortopedia do HBDF: “Os pacientes geralmente são jovens, sem comorbidades, e não têm reserva financeira.Isso afeta a renda, a estrutura familiar e, em muitos casos, gera depressão e afastamento definitivo da atividade profissional” Foto: Laézia Glória/IgesDF Já na ortopedia do HBDF, onde são tratadas as fraturas mais complexas, o médico Rodrigo do Carmo, chefe do setor, aponta o impacto social e econômico desses acidentes: “Os pacientes geralmente são jovens, sem comorbidades, e não têm reserva financeira. Quando quebram um osso, ficam 90 dias ou mais sem poder trabalhar. Isso afeta a renda, a estrutura familiar e, em muitos casos, gera depressão e afastamento definitivo da atividade profissional”. [LEIA_TAMBEM]Com longas jornadas e prazos curtos, Rodrigo do Carmo ressalta o aumento dos casos graves entre os entregadores por aplicativo: “Muitos não têm seguro, não usam os equipamentos adequados e dirigem sob pressão. O resultado, infelizmente, chega até nós”. Apesar dos desafios, os especialistas reforçam que muitos desses acidentes podem ser prevenidos com atitudes simples. “O trauma é uma condição evitável”, orienta Renato Lins. “Usar capacete de qualidade, respeitar os limites de velocidade, não usar celular ao volante e não conduzir sob efeito de álcool são cuidados que salvam vidas”. Neste 27 de julho, a mensagem de Walysson é sobre a urgente necessidade de mais responsabilidade na direção e valorização da vida: “Hoje, eu olho para minha família e agradeço por estar vivo. Quero voltar a andar de moto, mas com mais consciência. O que vivi me ensinou que no trânsito todo cuidado é pouco”. *Com informações do IgesDF
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Projeto promove discussão em grupo sobre masculinidade saudável
A violência dentro do núcleo familiar é uma triste realidade enfrentada nos dias atuais. Além das mulheres, que são as principais vítimas nas estatísticas, crianças e adolescentes também acabam sofrendo consequências. Todos precisam de acompanhamento psicossocial para que sejam minimizados os traumas e os danos no futuro. [Olho texto=”“A ideia é tentar interromper o ciclo de violência e dar subsídios para que este garoto desenvolva sua masculinidade de maneira saudável, sem achar normal agir com violência com os colegas da escola, com os familiares e nem em relacionamentos futuros, contra outras mulheres”” assinatura=”Lara Borges, chefe do Cepav Flor do Cerrado” esquerda_direita_centro=”direita”] Para contribuir com um desenvolvimento mais saudável, o Centro de Especialidade para Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual, Familiar e Doméstica (Cepav) Flor do Cerrado, localizado no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM), realiza vários grupos voltados para crianças e adolescentes em situação de violência doméstica. Um deles se chama Papo de Garoto, voltado para adolescentes entre 13 e 17 anos, com encontros quinzenais. Durante os encontros são tratados temas relacionados à masculinidade. Em 2023, sete meninos participaram do projeto, que ainda estava em sua primeira edição e seguirá ocorrendo como grupo de trabalho do Cepav Flor do Cerrado. O idealizador do projeto é o estagiário de Serviço Social, Luiz Felipe De Freitas Magalhães, estudante da UnB. De acordo com a assistente social Gabriela Fernandes, é essencial trabalhar a masculinidade como forma de prevenção à violência | Foto: Divulgação/IgesDF “A ideia é tentar interromper o ciclo de violência e dar subsídios para que este garoto desenvolva sua masculinidade de maneira saudável, sem achar normal agir com violência com os colegas da escola, com os familiares e nem em relacionamentos futuros, contra outras mulheres”, explica a chefe do Cepav Flor do Cerrado, Lara Borges. O Papo de Garoto possui encontros quinzenais e foi pensado para os meninos que também sofrem violência, pois muitos acabam sendo silenciados, o que acarreta em consequências negativas para a saúde mental. Dentre os temas trabalhados ao longo dos encontros estão: masculinidade; tipos de violência; racismo, sexualidade e machismo; e desconstrução da masculinidade não saudável. [Relacionadas esquerda_direita_centro=”direita”] De acordo com a psicóloga Aline Silva, alguns garotos escondem situações de violência por machismo. “A ideia é trabalhar e discutir a masculinidade porque, às vezes, eles vivem à base da violência, guardam emoções e se calam. Tanto, que estudos comprovam que o maior número de suicídios ocorre com homens, pois eles vão logo para os extremos das situações”, destaca. A assistente social Gabriela Fernandes ressalta que é essencial trabalhar a masculinidade como forma de prevenção à violência, pois assim é possível construir outras maneiras de vivenciar as relações, que a violência não seja o norte, discutindo questões importantes de gênero. Neste ano, o Papo de Garoto terá início em abril e contará com cinco encontros. *Com informações do IgesDF
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IGESDF não interromperá cirurgias eletivas durante o Carnaval
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IGESDF) manterá normalmente a realização de cirurgias eletivas, durante o Carnaval, no Hospital de Base. Para segunda-feira (4), estão previstos 21 procedimentos de diversas especialidades, entre elas trauma, ortopedia e proctologia. Já o planejamento para quarta-feira (6) está sendo finalizado. A chefe da unidade do centro cirúrgico do hospital, Patrícia Peres, informa que esta é a segunda vez que o instituto segue a determinação durante as festividades carnavalescas. “Faz parte da política do IGESDF não parar de fazer os procedimentos”, afirma. “Nossas equipes trabalharão normalmente para realizar as cirurgias agendadas.” Segundo a médica, além dessa medida, adotada após a transformação do modelo de gestão, o Hospital de Base passou a destinar quatro salas de cirurgia para operações de urgência e emergência durante feriados, quando há maior probabilidade de ocorrência de traumas. “Com isso, temos mais capacidade de resolução, caso aumente a demanda.” O diretor clínico do IGESDF, Júlio César Ferreira, lembra que o Hospital de Base atende casos de maior gravidade. “Por isso, durante o Carnaval, essa é a unidade referenciada para traumas de média e alta complexidade no Distrito Federal”, ressalta. O foco do centro de trauma do hospital, durante essa temporada, é o atendimento a casos de traumatismos encefálicos e infarto, informa o diretor de Atenção à Saúde da unidade, Rodrigo Caselli. “Nos casos simples, a orientação é que a população procure os hospitais regionais”, atenta o médico. * Com informações do IGESDF
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