GDF comprará mais dois novos aparelhos de monitoramento de qualidade do ar
Nos últimos dias, uma névoa de fumaça encobriu o céu do Distrito Federal, afetando a qualidade do ar, que, pela primeira vez, registrou condições classificadas como péssimas. O fenômeno, que trouxe fuligem de incêndios acontecidos na região Sudeste, destacou a importância do monitoramento do Índice de Qualidade de Ar (IQAr). Atualmente, o DF conta com seis estações para medir o índice e duas novas serão instaladas em breve, com investimento aproximado de R$ 4 milhões. O objetivo é expandir a capacidade de monitoramento com a adição de dois novos equipamentos: um na área central de Brasília e outro no lado Sul do DF. Os aparelhos serão semelhantes aos já existentes na Fercal, que são automáticos e fazem mensurações diárias. Os outros quatro estão localizados na Rodoviária do Plano Piloto, no Jardim Zoológico de Brasília, no IFB Riacho Fundo e no IFB Estrutural, com amostragem a cada seis dias. Segundo a vice-governadora Celina Leão, o governo mostrou agilidade nas respostas ao problema da fumaça vinda de outros estados. “Estamos monitorando 24 horas por dia a qualidade do ar no DF e, apesar de estarmos enfrentando uma situação dessa magnitude pela primeira vez, o DF tem as ferramentas necessárias para enfrentar a situação, que ganharão reforço com a criação de um grupo de trabalho que será responsável por identificar e avaliar episódios semelhantes, reforçando o compromisso com a saúde pública e a proteção animal”, detalhou. Os novos aparelhos serão semelhantes aos já existentes na Fercal, que são automáticos e fazem mensurações diárias | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília A aquisição dos novos aparelhos já faz parte das ações do GDF após a instituição, por meio de decreto, da comissão que vai elaborar o plano para episódios críticos de poluição do ar. “Nós já montamos um grupo de trabalho e estamos instruindo o processo de aquisição no Brasília Ambiental. É uma tecnologia única, um equipamento internacional. O governador Ibaneis Rocha já autorizou e cada um custa em torno de R$ 2 milhões, a depender do dia e da cotação [do dólar]. Já estamos formalizando o processo para encaminhar para Casa Civil e para a Secretaria de Economia poder destinar o recurso para fazermos as tratativas e comprar”, explica o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer. A primeira reunião da comissão está marcada para quinta-feira (29). No entanto, segundo o presidente do Brasília Ambiental, as medições desta terça-feira (27) demonstram que três quartos dos poluentes já se dissiparam da atmosfera do Distrito Federal. “A população já pode ficar tranquila, porque estamos no estágio moderado, que é o considerado normal para a época de seca que estamos vivendo. Hoje, a qualidade do ar mensurada já está próxima da mensurada na semana anterior a esses episódios que jogaram partículas no ar do nosso DF”, revela. Monitoramento Maria Lúcia de Almeida Lima ficou “apavorada” quando percebeu que poderia estar respirando fumaça no domingo A comerciante Maria Lúcia de Almeida Lima, 59 anos, disse que ficou preocupada no domingo com a chegada da fumaça. “Fiquei apavorada, principalmente às 5h da tarde, quando escureceu tudo. Naquele momento eu percebi que estava respirando fumaça e que isso poderia me prejudicar, que não era um ar normal do dia a dia”, lembra. Para ela, a presença das estações de monitoramento demonstram o cuidado do governo com os moradores da cidade. “É importante ter esse monitoramento para que a gente fique sabendo a qualidade do ar que estamos respirando. Assim, a gente vê que o governo está preocupado não só com a saúde dele, mas de toda Brasília”, comenta. Natacha Almeida elogia o investimento em novos equipamentos: “A gente vê que o governo está preocupado com a saúde de toda Brasília” A estudante Natacha Almeida, 24, também expressou receio após perceber a névoa, mas se aliviou ao descobrir que há um acompanhamento do índice de qualidade do ar. “Acho importante até para que a gente tenha mais consciência, para que a gente possa ter noção da qualidade do ar que estamos respirando”, defende. Apesar de os poluentes que afetaram o ar do DF não estarem relacionados com os incêndios florestais registrados na capital federal, o GDF solicita à população que evite qualquer tipo de queimada e que informe o Corpo de Bombeiros quando focos de incêndio forem identificados pelo número 193. “Como a missão do Brasília Ambiental é cuidar do meio ambiente e cuidar do meio ambiente é cuidar das pessoas, nós intensificamos a questão da nossa fiscalização nas áreas das unidades de conservação e também pedimos à comunidade que não maneje fogo sem autorização do Estado. É crime ambiental e a pessoa que faz isso não sabe o problema que nos causa”, acrescenta Rôney Nemer.
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Grupo de trabalho vai elaborar plano de ação para lidar com eventos críticos de qualidade do ar
Em decorrência da cortina de fumaça vinda de outros estados que se concentrou no céu da capital federal, o governador Ibaneis Rocha se reuniu com autoridades para instituir um grupo de trabalho e elaborar um plano de ação para eventos críticos de qualidade do ar. A decisão será publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF). Em abril deste ano, o chefe do Executivo já havia decretado estado de emergência ambiental no DF para o período de junho a novembro. O governador Ibaneis Rocha falou sobre a condição do ar em postagem em suas redes sociais e pediu a colaboração da população para combater os focos de incêndio: “Estamos em um período de seca e calor no DF, o que aumenta o risco de incêndios. Nossa equipe está preparada para agir rapidamente, mas a colaboração da população é essencial. Evite fogueiras em locais não permitidos e descarte materiais inflamáveis corretamente. Se avistar qualquer sinal de incêndio, denuncie imediatamente: ligue 193 para acionar o Corpo de Bombeiros ou envie uma mensagem para o WhatsApp exclusivo do Instituto Brasília Ambiental, no (61) 99224-7202, destinado a receber denúncias de incêndios em unidades de conservação”. Em 64 anos desde que foi criada, Brasília nunca havia atingido esse nível de qualidade do ar. Especialistas explicam que a fumaça no DF vem de outros estados afetados pelas chamas. “Temos focos de incêndio no DF, mas estão controlados. Essa fumaça no céu não é daqui. Essa é a primeira vez que isso acontece em Brasília, e nós temos um grupo que estuda todos esses acontecimentos na qualidade do ar. Como isso é inédito, vamos criar um plano de ação para que, caso aconteça novamente, nós saibamos agir”, afirmou o presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer. Especialistas explicam que a fumaça no DF vem de outros estados afetados pelas chamas e ressaltam que, no DF, os focos de incêndio estão controlados | Foto: Renato Alves/ Agência Brasília A autarquia dispõe de duas torres de medição automática, na Fercal, que mostram o Índice da Qualidade do Ar (IQA) no Distrito Federal. No domingo (25), os dados coletados mostraram o IQA como ruim (93 em uma medição e 82 na outra) para material particulado — que pode ser poeira, fumaça ou fuligem. Durante a noite, o IQA chegou à classificação péssima (maior que 200), por volta das 19h, permanecendo até as 3h desta segunda-feira (26). As últimas medidas da estação mostram que houve uma pequena melhora no indicativo, mas a classificação continua como muito ruim (186). Segundo o meteorologista Carlos Henrique Rocha, do Brasília Ambiental, a previsão é que a cortina de fumaça permaneça no DF: “Essa situação deve continuar até esta terça-feira [27], e a previsão é que quarta [28] ou quinta [29] isso se normalize. Tivemos uma noite complicada, com a qualidade do ar péssima, e hoje estamos na classificação ruim, então houve uma melhora”. De acordo com o especialista, não há previsão de chuva para os próximos dias. Sandro Gomes: “Infelizmente, os incêndios que temos atendido são oriundos da ação humana, que ocasiona algum tipo de queimada e acaba perdendo o controle, se tornando de grandes proporções” | Foto: Lúcio Bernardo Jr./ Agência Brasília Na avaliação do comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, coronel Sandro Gomes, a quantidade de chamados para incêndios florestais está dentro do previsto para esta época do ano: “Temos militares preparados para atender todo o DF. As ocorrências estão dentro do esperado. Infelizmente, os incêndios que temos atendido são oriundos da ação humana, que ocasiona algum tipo de queimada e acaba perdendo o controle, se tornando de grandes proporções”, explicou o militar. “Pedimos à população que não faça nenhum tipo de queimada, porque isso fará mal para ela mesma e para toda a sociedade. No último domingo, contabilizamos 93 chamados; no último sábado, foram 100. Essa é uma média esperada. Mas solicitamos que o cidadão abra um chamado somente se tiver certeza de que se trata de incêndio, porque nem sempre onde tem fumaça tem fogo”, reforçou o coronel Sandro Gomes. 500 Número de bombeiros envolvidos na Operação Verde Vivo Além do monitoramento 24 horas realizado por inteligência artificial, que detecta precocemente fogo ativo ou fumaça, o DF dispõe, por meio da Operação Verde Vivo, de 500 bombeiros, 27 caminhonetes, 24 caminhões-tanque, 22 caminhões de transporte da tropa, dois aviões e dois helicópteros para o combate aos incêndios florestais. Entre maio e julho deste ano, a operação já contabilizou 3.368 ocorrências desta natureza. “Nós contratamos antecipadamente, no início do ano, mais 150 brigadistas. Isso nos ajudou muito no combate aos incêndios florestais. A equipe da Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal [Sema-DF] também realizou diversos incêndios controlados para evitar chamas de grandes proporções nas nossas unidades de conservação neste período de estiagem”, acrescentou o titular da Sema, Gutemberg Gomes. A população deve ficar atenta, pois a exposição a esses níveis de poluição pode causar tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, no nariz e na garganta, além de falta de ar e respiração ofegante | Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília As condições meteorológicas, incluindo ventos vindos do Sul que trazem fumaça dos incêndios e uma inversão térmica, têm dificultado a dispersão dos poluentes, como poeira, fumaça e fuligem. A exposição a esses níveis de poluição pode causar sintomas graves, como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta, além de falta de ar e respiração ofegante. Esses efeitos podem ser ainda mais severos em crianças, idosos e pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares. O Brasília Ambiental recomenda que a população, especialmente do grupo mais vulnerável, evite atividades ao ar livre até que a qualidade do ar apresente melhora significativa. Confira algumas recomendações do Ministério da Saúde para amenizar os impactos da seca: – Aumentar a ingestão de água e líquidos ajuda a manter as membranas respiratórias úmidas e, assim, mais protegidas; – Reduzir ao máximo o tempo de exposição, recomendando-se que se permaneça dentro de casa, em local ventilado, com ar-condicionado ou purificadores de ar; – As portas e as janelas devem permanecer fechadas durante os horários com elevadas concentrações de partículas, para reduzir a penetração da poluição externa; – Evitar atividades físicas em horários de elevadas concentrações de poluentes do ar, e entre as 12h e as 16h, quando as concentrações de ozônio são mais elevadas; – Uso de máscaras do tipo “cirúrgica”, pano, lenços ou bandanas pode reduzir a exposição às partículas grossas, especialmente para populações que residem próximas à fonte de emissão (focos de queimadas); portanto, melhoram o desconforto das vias aéreas superiores. Enquanto o uso de máscaras de modelos respiradores tipo N95, PFF2 ou P100 são adequadas para reduzir a inalação de partículas finas por toda a população; – Crianças menores de 5 anos, idosos maiores de 60 anos e gestantes devem redobrar a atenção para as recomendações descritas acima para a população em geral. Além disso, devem estar atentas a sintomas respiratórios ou outras ocorrências de saúde e buscar atendimento médico o mais rapidamente possível. Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios, imunológicos, entre outros, devem: – Buscar atendimento médico para atualizar seu plano de tratamento; – Manter medicamentos e itens prescritos pelo profissional médico disponíveis para o caso de crises agudas; – Buscar atendimento médico na ocorrência de sintomas de crises; – Avaliar a necessidade e segurança de sair temporariamente da área impactada pela sazonalidade das queimadas.
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Brasília Ambiental lança publicações sobre tempo e clima
O Instituto Brasília Ambiental acabar de apresentar em seu site as primeiras edições dos boletins Temperatura e Umidade relativa do ar, que mostram uma análise mensal das condições de clima e tempo do mês anterior à publicação. As publicações, preparadas pela Superintendência de Fiscalização, por meio da Diretoria de Emergência, Riscos e Monitoramento, trazem informações das condições climáticas ocorridas no Distrito Federal para dar publicidade a quem tiver interesse e curiosidade em saber como foi o estado médio do tempo no DF. Os dados podem ser utilizados por profissionais interessados em identificar padrões de tempo em diversas áreas de conhecimento. “São pessoas que trabalham com hidrologia, arquitetura (conforto térmico), saúde pública e outros profissionais de diversas áreas. Servem para verificar as influências dos dados climáticos em seus respectivos estudos”, afirmou o meteorologista Carlos Henrique Eça D’Almeida Rocha. Para os exemplares de lançamento, referente ao mês de maio de 2020, foram coletados dados de seis estações meteorológicas espalhadas pelo DF, sendo cinco delas do Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (INMET), que possui acordo de cooperação técnica com o Brasília Ambiental. A periodicidade do Boletim Temperatura do Ar será mensal; publicação sobre a Umidade Relativa do ar ocorrerá somente durante os meses de seca. Clique aqui e confira as primeiras edições. Todas as publicações ficarão disponíveis no site do Brasília Ambiental, no menu Informações Ambientais – Tempo e Clima. * Com informações do Brasília Ambiental
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