Humanização marca os 65 anos do Hospital de Base do Distrito Federal
O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) chega aos 65 anos no dia 12 de setembro com muitas histórias para contar. Além de ser referência em alta complexidade, a unidade também se destaca pela forma como transforma a vivência de quem passa por seus corredores por meio da humanização da assistência. Seja em gestos simples, como oferecer um bolo de aniversário no leito do paciente, ou em iniciativas maiores, como organizar casamentos para pessoas em cuidados paliativos ou promover passeios e atividades culturais, o HBDF demonstra que o acolhimento também cura. Gestos simples, como oferecer um bolo de aniversário no leito do paciente, trazem leveza e acolhimento para a internação | Foto: Divulgação/IgesDF Segundo a gerente do Programa Humanizar do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), Anucha Soares, no Hospital de Base a prática humanizada ocorre por meio de ações concretas, como o acolhimento desde a chegada do paciente, a escuta ativa, orientações claras, melhoria nos fluxos de atendimento e apoio às famílias. “Humanizar é mais do que cuidar, é se conectar. É olhar nos olhos de quem precisa de atenção e reconhecer não apenas a dor, mas também a força. Tudo isso para que a jornada seja mais leve, segura e digna. Quando o cuidado é humano, ele transforma a experiência e cura não só o corpo, mas também a alma”, explica. Pacientes em tratamento psiquiátrico fazem aulas de boxe, mostrando que disciplina e movimento também são formas de terapia | Foto: Alberto Ruy/IgesDF Um legado de cuidado Na rotina hospitalar, momentos especiais ganham novos significados. Uma idosa internada recebeu a visita inesperada de seu cachorro de estimação, autorizada para trazer conforto durante uma internação prolongada. Em outra ocasião, uma mãe de gêmeos internados na UTI Pediátrica, em situação de vulnerabilidade, foi surpreendida com a doação de leite e fraldas — gesto que lhe deu forças e garantiu condições para voltar com mais segurança para casa. Quem está em cuidados paliativos também teve a chance de realizar sonhos. Alguns se casaram dentro da própria unidade, em cerimônias organizadas por equipes multiprofissionais, voluntários e familiares, transformando o ambiente de internação em um espaço de celebração da vida e do amor. [LEIA_TAMBEM]“Trabalhei por décadas no Hospital de Base e hoje sigo de mãos dadas com ele por meio do voluntariado. O Base é um lugar de esperança e de cura, e cada colaborador faz parte dessa grande orquestra que toca os corações daqueles que atendemos”, afirma Maria Oneide da Silva, presidente da Associação Amigos do Hospital de Base do Distrito Federal, que trabalhou durante 40 anos no administrativo da unidade. Música, esporte e esperança A música também tem sido uma ponte para a recuperação. Uma paciente que sonhava em aprender violão recebeu o instrumento após mobilização da equipe multiprofissional. Para outro grupo, as práticas esportivas abriram novos horizontes: aulas de boxe oferecidas a usuários em tratamento psiquiátrico mostraram que disciplina e movimento também são formas de terapia. “Cada trajetória é única. Temos exemplos de pessoas que não acreditavam no esporte e, após a alta, compreenderam que o boxe é totalmente terapêutico. Associado ao tratamento convencional, ele se torna essencial para a melhora clínica e emocional”, relata Régis Barros, psiquiatra do HBDF. Paciente do HBDF que sonhava em aprender violão recebeu o instrumento após mobilização da equipe multiprofissional | Foto: Divulgação/IgesDF Vidas que renascem no Base Diversas trajetórias de superação marcam o Gigante da Alta Complexidade — apelido dado ao hospital pelos colaboradores. Uma mulher baleada pelo próprio chefe sobreviveu graças à agilidade da equipe de trauma. Outro caso é o de um homem que, após perder a fala, recuperou a comunicação com o acompanhamento recebido. Há ainda quem, depois de vencer o câncer no Base, escolheu retribuir tornando-se servidor da própria unidade. “São vivências que nos inspiram todos os dias e que mostram como a assistência vai além da medicina. Mesmo dentro do hospital, onde lidamos com dor, medo e superação, é possível criar laços verdadeiros”, destaca Prys Hellen Dias, chefe de Assistência do HBDF. “Mais do que um hospital, o Base é um lugar de encontros, memórias e renascimentos. Aos 65 anos, a unidade não apenas contabiliza números e procedimentos, mas também celebra cada vida transformada”, complementa Edson Ferreira, superintendente do Base. Na reportagem de amanhã sobre os 65 anos do Hospital de Base, você vai conhecer a trajetória de superação de Gleiciane Ambrósio, paciente que encontrou não apenas um tratamento, mas a autoestima perdida e o carinho de toda uma equipe. *Com informações do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF)
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Projeto voluntário dá suporte emocional a pacientes oncológicos do Hospital de Base
A cada mês, o Hospital de Base (HBDF) atende cerca de 2.600 pessoas com câncer, sendo 180 vagas exclusivas para pacientes de primeira consulta. De acordo com o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), o atendimento conta com os tratamentos disponíveis na Secretaria de Saúde (SES-DF), como quimioterapia, imunoterapia para melanoma, terapias-alvo, anticorpos monoclonais e bloqueios hormonais, bem como acompanhamento multiprofissional com psicólogo, serviço social, nutrição oncológica, fisioterapia, odontologia e enfermagem especializada em oncologia. Grupo de voluntários do MAC: movimento foi criado há 31 anos para dar suporte a pacientes em situação de vulnerabilidade atendidos pelo Hospital de Base | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Além disso, os pacientes internados são beneficiados com uma iniciativa voluntária que os ajuda a enfrentar o momento desafiador: o Movimento de Apoio ao Paciente com Câncer (MAC). Fundado em junho de 1994, o projeto dá assistência material e emocional a pacientes oncológicos em situação de vulnerabilidade atendidos pelo HBDF. São 85 voluntários que prestam suporte como o fornecimento de cestas básicas e kits de higiene pessoal, entre outros itens de apoio ao tratamento, conforme as necessidades dos enfermos. O projeto é mantido por doações e também por um bazar de roupas usadas que funciona na sala cedida pelo hospital para sediar o projeto. O MAC também promove oficinas de bijuterias e crochê para os internos. Apoio emocional e desafios Voluntária há 26 anos, Lilian Silva atualmente preside o MAC: “Hoje em dia, graças a Deus, acho que o tratamento evoluiu e o atendimento ficou mais rápido no hospital” A dedicação não se resume à distribuição de itens materiais. Os voluntários prestam apoio emocional fazendo companhia e conversando com os pacientes. A equipe também promove eventos temáticos, para fortalecer o acolhimento. Além disso, de segunda a sexta-feira, são servidos lanches para os pacientes, de manhã e à tarde, durante as sessões de quimioterapia e radioterapia. Ao todo, são servidos 600 lanches diários. Lilian Rejane Silva, presidente do MAC, se tornou voluntária há 26 anos. Ela conta que teve câncer de mama há 32 anos, quando morava em São Paulo. Depois da remissão da doença, Lilian se mudou para Brasília acompanhando o marido, médico, que foi transferido para a capital federal. Ela nunca havia pensado em ser voluntária, mas, certo dia, viu um anúncio do MAC em um shopping da cidade e decidiu se juntar à iniciativa: “Meu marido me disse para não entrar no movimento porque isso me faria sofrer: ‘você já passou por isso, vai sofrer demais’. E não sofro nem um pouco. No início, lógico que a gente passa por um processo de reconhecimento, de tudo, mas não sofro nada. Adoro servir”. Maria de Lourdes do Nascimento resolveu participar do projeto quando enfrentou uma leucemia: “Ao vir aqui, você vai ver a luta das pessoas e ter mais força. Assim, você vai dar mais força para as pessoas, vai poder ajudar” Segundo Lilian, no fim da década de 1990, quando ela se voluntariou, a rotina no MAC era pesada: “Quando comecei aqui, a gente via muito paciente sem olho, sem nariz, sem boca. Era muito difícil. Então você tinha que olhar, mas você não podia enxergar. Hoje em dia, graças a Deus, acho que o tratamento evoluiu e o atendimento ficou mais rápido no hospital, e a gente não vê mais isso”. Acolhimento [LEIA_TAMBEM]A voluntária Maria de Lourdes Gomes do Nascimento aderiu ao projeto após enfrentar uma leucemia, em 2008. “Eu estava internada e, um dia, os voluntários passaram e eu vi o trabalho de acolhimento deles”, lembra. “Conversaram comigo, me entregaram uma sacolinha com produtos de higiene, e eu achei lindo o trabalho. Falei para as enfermeiras: ‘se eu for curada, quero ser voluntária’. A gente busca doação, visita paciente, atende aqui na sala, acolhe”. Maria de Lourdes, inclusive, faz um convite para que outras pessoas se voluntariem: “Venha! Ao vir aqui, você vai ver a luta das pessoas e ter mais força. Assim, você vai dar mais força para as pessoas, vai poder ajudar”. Ela explica que aqueles que não conseguirem se adaptar a alguma tarefa podem exercer outras funções, como cuidar do bazar, buscar doações, fazer companhia aos internados e servir lanches, entre outras. “Enquanto eu tiver condições, continuarei vindo”, conclui. André Luiz Oliveira já esteve hospitalizado e recebeu visitas de voluntários: “Isso me tocou muito. Eu disse: ‘tenho que retribuir’. Para mim, o voluntariado é uma transfusão de amor” Voluntário há oito anos, o aposentado André Luiz Góes Oliveira também convida as pessoas a participarem das ações sociais do projeto, como o bazar. “É aberto ao público e oferece produtos com preços módicos”, enfatiza. “Ao comprar, você adquire uma nova peça de roupa e ajuda o projeto”. Ele conta que entrou no projeto após ter um tumor na coluna: “Recebi visitas de voluntários quando estava no hospital. Isso me tocou muito. Eu disse: ‘tenho que retribuir’. Hoje sou voluntário do MAC. Para mim, o voluntariado é uma transfusão de amor. Às vezes, uma palavra de força ou apenas um sorriso pode fazer uma grande diferença para alguém”. Como doar O MAC aceita todos os tipos de doações, como roupas e itens diversos para o bazar. Alimentos para cestas básicas também são bem-vindos. Todos os itens podem ser entregues no próprio escritório do MAC, no estacionamento 2 do hospital. Para solicitar o recolhimento de doações em domicílio, basta ligar no telefone (61) 99219-3998.
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Projeto Acolher celebra quatro anos promovendo qualidade de vida
O projeto Acolher, do Hospital de Base, comemorou nesta sexta-feira (18) quatro anos de existência. A data foi celebrada por gestores e colaboradores em evento realizado no gramado do jardim da unidade. Durante a solenidade, o presidente do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), Cléber Monteiro, ressaltou: “O Acolher visa ao cuidado com os colaboradores, com o objetivo de oferecer as melhores condições e suporte para que todos possam desempenhar um trabalho de excelência”. Colaboradores comemoram os quatro anos do projeto, que tem como foco a qualidade de vida no ambiente de trabalho | Foto: Alberto Ruy/IgesDF A iniciativa é desenvolvida pelo IgesDF e contempla o Hospital de Base e todas as unidades geridas pelo instituto. O projeto oferece suporte em diversas especialidades de saúde, como psicologia, psiquiatria, acupuntura e nutrição, com foco na melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Também são promovidas atividades como ginástica laboral, atendimento individualizado, clube de corrida, meditação e reiki — essas últimas, oferecidas em parceria com voluntários da Associação Amigos do Hospital de Base e de outras instituições. O Acolher conta ainda com o apoio de diversas instituições e parceiros para oferecer essas ações a aproximadamente 10 mil colaboradores do instituto. Cuidado com a saúde Somente em 2024, mais de 15 mil atendimentos foram prestados em todas as especialidades contempladas. Nos últimos dois meses, os serviços foram ampliados, com a inclusão de auriculoterapia e orientação física, fortalecendo o cuidado integral com a saúde dos profissionais. “O Acolher faz diferença na vida dos colaboradores, e isso reflete em uma assistência mais qualificada”, afirmou o superintendente do Hospital de Base, Edson Ferreira. “Se temos um trabalhador saudável, o atendimento ao usuário é melhor. Trata-se de um projeto histórico e um modelo a ser replicado em outras unidades.” Paula Paiva, chefe do Núcleo de Qualidade de Vida no Trabalho (NUQVT) do IgesDF, que gerencia o hospital, reforçou: “Apesar de jovem, o projeto é robusto e pode servir de referência para outras instituições de saúde que buscam crescimento estratégico e sustentável por meio de ações voltadas à saúde integral dos profissionais”. O NUQVT tem como missão promover ações voltadas à saúde física e mental dos colaboradores do IgesDF. São atividades que contribuem diretamente para a melhoria do ambiente laboral e, consequentemente, impactam de forma positiva a vida pessoal dos profissionais. *Com informações do IgesDF
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Paciente encontra disposição para tratamento oncológico em atividades voluntárias no HRT
O café da manhã oferecido durante encontro do grupo de terapia comunitária para mães atípicas e cuidadoras de pessoas com deficiência no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), em maio, foi feito pelas mãos da pedagoga Denise de Sá. Naquela ocasião, a mulher de 43 anos era uma das parceiras da iniciativa, atuando de forma voluntária. Além do envolvimento profissional com a temática, o ambiente da unidade hospitalar também era familiar. "Estive por muito tempo nesta casa. Chamo assim porque sempre me senti acolhida e bem-cuidada aqui", alega. Quase um mês depois, em junho, eram as mãos de Denise que seguravam a senha de espera para atendimento no Ambulatório de Alta Complexidade em Oncologia no HRT. A pedagoga Denise de Sá é paciente do Ambulatório de Alta Complexidade em Oncologia no HRT | Fotos: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF A moradora de Taguatinga Sul é paciente da unidade especializada desde agosto de 2023. O pronto atendimento foi a primeira etapa de um período de mais de 40 dias de internação – sendo 18 deles em cuidados intensivos. Desde então, o câncer colorretal retirou-lhe o baço, os ovários e 17 centímetros do intestino. Contudo, foi incapaz de remover aquilo que ela tem de mais precioso: o alto astral e o ânimo para viver. "Estou bem! Vivo muito bem! Acredito muito em 'curar vivendo'. Não é esperar pela cura: é viver curando", ensina. Do trabalho voluntário realizado por suas mãos, forma-se uma enorme corrente do bem, de onde irrompe a energia aplicada para as conquistas no tratamento oncológico. A paciente oncológica é voluntária do projeto 'Cuidando de quem cuida': "Preencho meus dias tentando ajudar as pessoas, porque o amor que Deus e que as pessoas aqui me deram, de alguma forma eu tenho que retribuir" Energia que inspira A relação com a coordenadora do projeto Cuidando de quem cuida, Andréia Aquino, vem de longa data: antes que pudesse contar com os cuidados da cirurgiã-dentista no Centro de Especialidades Odontológicas do HRT. O cuidado às intercorrências bucais ocasionadas pelos métodos de combate a células cancerosas é parte da assistência multiprofissional oferecida pela rede pública de saúde do Distrito Federal. No entanto, foi o vínculo entre paciente e profissional que favoreceu a união das amigas. Logo que soube da iniciativa, iniciada em abril, durante o mês de conscientização sobre o autismo, a voluntária comprometeu-se a ajudar: primeiro, reuniu doações, preparou e ofertou o café da manhã do segundo encontro; depois, compôs a programação com palestra que vai ministrar em agosto, sobre o papel da escola e da família na educação inclusiva. No evento, subirá ao palco a mestre em educação, pós-graduação obtida em março deste ano, após acumular os períodos de estudo com o tratamento oncológico. "Denise é uma lição, uma inspiração de vida. Sempre muito determinada", define Andréia Aquino. "Ela mexe com a gente porque demonstra uma garra, uma vitalidade, um propósito de vida. Faz olharmos para a vida de outra forma". Arte: SES-DF A boa energia é uma marca identificada também pelo responsável técnico pela oncologia do HRT, José Lucas Pereira Júnior. O médico acompanha a paciente regularmente desde os estágios iniciais do tratamento. "Ela tem um astral bom, não se deixa abater diante do diagnóstico. Ela continua, está sempre em busca de outras coisas", assegura. Como parte de seu tratamento, Denise de Sá comparece ao ambulatório especializado no HRT quinzenalmente, desde setembro de 2024, para infusões de medicamentos. Aliado a isso, o alto-astral, aparentemente, é o elemento primordial para os seus bons resultados em saúde. "Na prática, o que a gente observa é que os pacientes que são positivos, que vão em frente independente das notícias, conseguem ter um resultado melhor. Ela age como se estivesse curada e, então, ela fica bem. O organismo entende que ela está disposta e responde assim", explica o especialista José Lucas. [LEIA_TAMBEM]A paciente não esconde que se trata de uma guerra contra a própria mente. Para vencer as batalhas diárias, ela é categórica: ocupa os seus dias com o bem. As ações sociais sempre foram parte da rotina da coordenadora de instituições de ensino básico e fundamental. "Preencho meus dias tentando ajudar as pessoas, porque o amor que Deus e que as pessoas aqui me deram, de alguma forma eu tenho que retribuir", afirma. Serviço de excelência Outro atributo que Denise de Sá não esconde é a gratidão, em especial, ao Sistema Único de Saúde (SUS). "Enquanto estive internada, tudo foi oferecido a mim com muita facilidade. Recebi muitas bolsas de sangue, medicamentos que são difíceis de obter por meios particulares... Aqui, tudo o que precisei, eu tive. Por isso, não admito que falem mal do SUS", reitera. A experiência junto a profissionais engajados e recursos disponibilizados pelo serviço público de saúde são capítulos prestigiados desta história de luta e superação. "Penso que isso foi desenhado por Deus. Aliás, foi o que trouxe a minha cura – porque me sinto uma pessoa curada", conclui. *Com informações da Secretaria de Saúde (SES-DF)
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Festa junina transforma rotina de pacientes psiquiátricos do Hospital de Base
As bandeirinhas no teto, o cheirinho de milho cozido no ar, o som da música caipira e o riso solto. A cena parece de qualquer festa junina comum, mas o que aconteceu nessa sexta-feira (27), na ala de psiquiatria do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), foi muito mais que um arraial. A tradicional festa junina da unidade administrada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), se transformou em um verdadeiro ato de cuidado, inclusão e resgate da dignidade para dezenas de pessoas em tratamento intensivo de transtornos mentais. “A festa tem um papel fundamental na quebra da rotina hospitalar, o que é essencial no processo de reabilitação”, diz a psicológa Alice Carvalho, ao lado de colaborador do HBDF | Fotos: Alberto Ruy/IgesDF Os pacientes participaram de quadrilhas, cantaram, se divertiram com familiares, voluntários e colaboradores do hospital. Comidas típicas, pescaria, correio elegante, boca do palhaço e outras brincadeiras deram o tom da festa. O ambiente hospitalar se transformou em um espaço de alegria, acolhimento e integração, com propósitos bem definidos do ponto de vista terapêutico. O terapeuta ocupacional Raphael Oliveira diz que atividades como essa são estratégicas para a reabilitação psicossocial. “Momentos como a festa junina promovem autonomia, reforçam habilidades sociais e ajudam a resgatar papéis sociais que o paciente vai precisar reassumir quando sair da internação. Isso é fundamental dentro do plano terapêutico.” “A festa tem um papel fundamental na quebra da rotina hospitalar, o que é essencial no processo de reabilitação. Ao participar desse tipo de atividade, o paciente exercita a socialização e pertencimento”, explica Alice Carvalho, psicóloga do IgesDF. Festa contou com a participação de familiares dos pacientes A iniciativa também encantou os familiares, que foram convidados a participar da festa. Ana Maria**, mãe da jovem Andréia**, 16 anos, se emocionou ao ver a filha vestida de noiva na quadrilha. “Hoje estou vendo minha filha sorrir, alegre, dançando”, conta, orgulhosa. A emoção também tocou Amanda**, mãe de Gabriela**, 17, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em grau severo. “Achei maravilhoso. Isso humaniza o atendimento, mostra que a equipe vê além do diagnóstico". Quebrando paradigmas Além dos impactos terapêuticos para os pacientes, o evento também promove um efeito importante dentro da própria instituição. O evento foi organizado com o apoio do Serviço de Voluntariado (SAV) e contou com a dedicação da equipe multidisciplinar da psiquiatria “Outro objetivo é provocar uma quebra de estereótipo negativo. Alguns profissionais do hospital, sem perceber, às vezes têm medo de vir aqui. E aí, quando tem a festa junina, veem que não tem o que temer. Eles percebem que os pacientes não são irracionais, estão apenas em sofrimento e precisam de cuidado. E a sociedade tem um papel fundamental nisso”, completa Alice. A colaboradora do IgesDF, Gabriela Rodrigues, assessora técnica da gerência de enfermagem, participou pela primeira vez do Arraiá da Psiquiatria e ficou tocada com o que presenciou. [LEIA_TAMBEM]“Foi incrível, bem organizado e muito divertido. O mais bonito é que houve interação e afeto entre colaboradores e pacientes. Para quem está aqui internado, essa troca é fundamental. Eu trabalho há quatro anos no Iges e foi a primeira vez que participei dessa festa”, conta Gabriela. Serviço de apoio O evento foi organizado com o apoio do Serviço de Voluntariado (SAV) e contou também com a dedicação da equipe multidisciplinar da psiquiatria. Cada colaborador levou um prato típico para o lanche coletivo, e alguns chegaram a ir em áreas verdes para buscar materiais rústicos para compor a decoração. “Foi tudo feito com muito carinho. Essa festa já é uma tradição aqui na unidade e se tornou um símbolo de cuidado humanizado”, afirma Vandelicia Rodrigues, presidente do SAV. “O objetivo do voluntariado é acolher e apoiar todos os pacientes do hospital, e com a psiquiatria não é diferente. É gratificante ver o sorriso no rosto de cada paciente, saber que estamos ajudando a transformar o ambiente hospitalar com afeto e dignidade”, compartilha Marleide Costa, vice-presidente do SAV. **Nomes fictícios *Com informações do IgesDF
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Projeto transforma escola pública em referência no enfrentamento à depressão entre jovens
Há seis anos, um movimento vem mudando a realidade de centenas de estudantes do Centro de Ensino Médio Escola Industrial de Taguatinga (Cemeit). Trata-se do Grupo de Enfrentamento à Depressão e ao Suicídio (GEDS) – carinhosamente chamado de “Gerando Amor” –, uma iniciativa coordenada com o apoio dos Educadores Sociais Voluntários (ESVs) que tem acolhido, escutado e conscientizado jovens sobre saúde mental. “Mostramos que autoestima é ação. Quando o jovem começa a praticar isso no cotidiano, ele entende que pode lidar com as emoções de outras formas, sem recorrer à comida como alívio”, disse a psicóloga Beatriz Reis, em palestra no Cemeit | Fotos: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília Com o apoio de professores, servidores e voluntários da saúde mental, o grupo aborda temas delicados, mas urgentes, como ansiedade, depressão, autoestima e comportamento alimentar. São palestras, dinâmicas de escuta ativa e ações simbólicas como “Caixa do desabafo”, “Abrace-me”, “Se expresse” e “Correio da Gratidão”. Ao todo, estima-se que cerca de 16 mil pessoas já tenham sido impactadas direta ou indiretamente pelas atividades. A coordenadora do projeto, Vitória Kalil, diz que iniciativa contribui para a expressão de emoções e a comunicação entre os jovens “Às vezes, é uma coisa tão simples, como um abraço, mas que eles não têm em casa. E quando recebem na escola, dizem: ‘Era tudo que eu precisava’”, conta Vitória Kalil, coordenadora do projeto e ex-aluna do Cemeit. Para ela, o diferencial está justamente no protagonismo estudantil: “É de jovem para jovem. Muitos não conseguem se abrir com os pais ou com o psicólogo, mas conseguem conversar com colegas”. Trabalho voluntário A aluna Catarina Benedeti elogia o projeto: "É um momento para falar sobre autoestima, sobre família" O GEDS também conta com o apoio da Secretaria de Educação do DF, por meio da atuação de Educadores Sociais Voluntários (ESVs), como Vitória. A rede pública tem hoje cerca de 7.300 ESVs em escolas de todas as regiões administrativas. [LEIA_TAMBEM]Hoje, com cerca de 20 voluntários em atuação, entre estudantes, ex-alunos e profissionais da saúde, o GEDS já foi reconhecido nacionalmente. Em 2019, o projeto foi finalista do Desafio Criativos da Escola, que celebra iniciativas lideradas por estudantes em todo o país. A psicóloga Beatriz Reis, uma das voluntárias, esteve na escola nesta quarta-feira (30) para conduzir uma palestra sobre autoestima, ansiedade e a relação emocional com a comida. “Mostramos que autoestima é ação. Quando o jovem começa a praticar isso no cotidiano, ele entende que pode lidar com as emoções de outras formas, sem recorrer à comida como alívio”, explica. A estudante Catarina Benedeti, de 17 anos, afirma que encontrou no projeto um espaço seguro para dialogar. “Gostei bastante. É um momento para falar sobre autoestima, sobre família, é um momento de conversa mesmo. Isso falta muito”, diz. Já Thiago Tavares, também de 17, acredita que projetos como o GEDS deveriam ser parte do currículo educacional: “Tinha que ter toda semana, ou pelo menos uma eletiva. Seria muito importante”.
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Histórias de dedicação na rede pública de ensino marcam Dia do Educador Social Voluntário
Uma educação de qualidade é construída em regime colaborativo. Na rede pública de ensino do Distrito Federal, os Educadores Sociais Voluntários (ESV) são parte essencial dessa construção e fazem a diferença no atendimento dos estudantes. Estabelecido pela Lei Distrital nº 6.871 de 2021, o Dia do Educador Social Voluntário, celebrado nesta segunda-feira (28), reconhece quem transforma vidas com afeto, dedicação e presença diária nas escolas. Essa é justamente a história de Kryssia Keller e Renata Santos, que atuam no apoio a alunos com necessidades especiais na Escola Classe (EC) 03 da Estrutural. Renata Santos e o estudante Davi Borges, de 6 anos. "Sem os educadores sociais, não conseguiríamos garantir o atendimento de qualidade que oferecemos" | Foto: Jotta Casttro/SEEDF Também é o caso de Thays de Oliveira, que entrou na rede pública de ensino do DF como ESV em 2024 e segue após ser aprovada no último concurso público, levando consigo a experiência e a sensibilidade que aprendeu no voluntariado. A pedagoga Kryssia Keller, de 30 anos, atua como voluntária desde o início do ano. Ela encontrou na função uma nova motivação. “Estava parada cuidando dos meus filhos e queria voltar à sala de aula, mas não sabia como. Vi uma propaganda sobre o Educador Social, me inscrevi e deu certo”, conta. Renata Santos, 43 anos, também atua na EC 03 da Estrutural. Formada em gastronomia, ela conta que antes de atuar na Educação, trabalhou na oficina mecânica do ex-marido, onde aprendeu a montar e desmontar bicicletas. “Trabalhava em uma área completamente diferente, mas tudo mudou e gosto muito do que faço. É um trabalho que exige paciência e atenção, é apaixonante. Nem todo mundo tem o preparo ou o coração para isso, mas eu me encontrei aqui”, explica. A educadora deixa um recado para os colegas que atuam como ESVs. “As crianças precisam de nós. Na escola, a nossa presença é a referência que muitos têm. Mesmo com um valor simbólico pelo dia trabalhado, a nossa função é essencial. Elas contam com a gente todos os dias.” A EC 03 da Estrutural atende 430 alunos, sendo 70 com necessidades especiais. A diretora Lucélia Abreu reconhece o papel desses profissionais no dia a dia dos estudantes. “Temos 16 atuando na escola, sem eles não conseguiríamos garantir o atendimento de qualidade que oferecemos. Além do apoio, esses profissionais conquistaram as famílias pelo cuidado e vínculo afetivo que constroem e as famílias pedem que os mesmos educadores fiquem com seus filhos, porque sabem que eles oferecem carinho, atenção e um olhar humanizado.” De educadora social voluntária a servidora pública A jornalista Thays de Oliveira atuou como ESV na EC 209, da Asa Sul, e depois foi aprovada no concurso público da SEEDF O trabalho voluntário transformou a vida de Thays de Oliveira, 29 anos, que encontrou na sala de aula o caminho para transformar sua vida profissional. Atualmente servidora da SEEDF, Thays conta que estava em busca de oportunidades e após atuar como ESV na Escola Classe (EC) 209, da Asa Sul, viu sua vida melhorar. “A ideia era complementar a renda, mas foi muito além disso”, conta Thays. “Em 2024, fui selecionada para atuar na EC 209 Sul, onde comecei oferecendo suporte geral a uma turma do 3º ano. Com o tempo, passei a acompanhar mais de perto dois alunos com necessidades especiais, um com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outro com dislexia”, lembra. [LEIA_TAMBEM] A jornalista, que tomou posse na Secretaria de Educação em janeiro deste ano, conta que a vivência com as crianças com necessidades especiais a ajudou no crescimento pessoal. "Além da bagagem profissional, a gente aprende a entender melhor as diferenças. É uma experiência que transforma.” Suporte nas escolas A rede pública conta, atualmente, com cerca de 7.300 educadores sociais voluntários (ESVs) atuando nas escolas das 14 coordenações regionais de ensino (CREs) do DF. Esses profissionais exercem suas funções sob a orientação das equipes gestoras, com dedicação e responsabilidade. O vínculo tem duração de um ano e segue critérios definidos em edital. “Já encaminhamos cerca de 7.300 educadores sociais voluntários para atuar nas nossas escolas. O limite atual é de 7.500, mas diante da crescente demanda, já solicitamos um aditivo para mais mil vagas”, destaca o chefe da Unidade de Apoio às Coordenações Regionais de Ensino (Unicre), Carlos Ney. Os ESVs colaboram no apoio às atividades da educação integral e atuam diretamente com estudantes com deficiência e/ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), auxiliando em tarefas como alimentação, locomoção e higienização. Eles também contribuem na integração de estudantes migrantes internacionais e indígenas, falantes de outras línguas, matriculados na rede pública, incluindo os Centros Interescolares de Línguas (CILs) e os Centros de Educação Profissional. *Com informações da SEEDF
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Paciente com câncer se casa na capela do Hospital de Base
A equipe de enfermagem e multiprofissional da enfermaria de hematologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) ajudou a tornar possível mais um pedido de um paciente. Na segunda-feira (14), foi realizada, em uma celebração emocionante, o casamento de Marcos Suel do Vale de Jesus, de 26 anos. “Queria agradecer muito a toda a equipe do hospital, que tem me ajudado demais”, disse Marcos; cerimônia foi celebrada pelo padre Kenneth Michael Hall, da Paróquia Divino Espírito Santo Paráclito | Fotos: Alberto Ruy/IgesDF Internado na unidade desde 28 de fevereiro, com diagnóstico de linfoma plasmablástico, Marcos expressou a vontade de oficializar sua união com a companheira Gessica dos Santos Silva, 28. Ambos já vivem em união estável e têm duas filhas — Ísis, 6, e Eloá, de apenas 2 meses. Natural de Jaguá, distrito de Guaratinga (BA), Marcos Suel trabalha como jardineiro e vive com a esposa e as filhas na região da Vargem Bonita, no Parkway. O desejo de se casar oficialmente cresceu após o nascimento da segunda filha e o diagnóstico da doença. “Queria agradecer muito a toda a equipe do hospital, que tem me ajudado demais”, disse. Gessica joga o buquê: sonho realizado “É sempre emocionante contribuir com o chamado para realizar sonhos de um paciente, pois ele é o foco do nosso trabalho” Larissa Bezerra, coordenadora da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília A cerimônia foi organizada com carinho pelas equipes do hospital, com apoio da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília. A associação de voluntários foi acionada para ajudar na organização do casamento. A Rede providenciou toda a decoração, música ao vivo, corte de cabelo e barba para o noivo, doces e alimentação para os convidados, tudo por meio de doações de voluntários e parceiros. O bolo do casamento foi uma contribuição da própria equipe multiprofissional do HBDF. Voluntariado Já a parte religiosa e documental ficou por conta da família, que foi buscar apoio na paróquia frequentada pelos noivos. A cerimônia foi celebrada pelo padre Kenneth Michael Hall, da Paróquia Divino Espírito Santo Paráclito, de Vargem Bonita, autorizado pela Chancelaria da Arquidiocese de Brasília. O casamento foi celebrado na capela ecumênica do Hospital de Base, decorada com flores e luzes para a ocasião. O buquê da noiva também veio de doações. A trilha sonora da cerimônia ficou a cargo do enfermeiro do Hospital de Base, Paulo Henrique da Costa Marceneiro, que toca violino, além dos músicos Lucas e Guilherme, da Rede Feminina, que prepararam o repertório conforme o gosto da noiva. “É sempre emocionante contribuir com o chamado para realizar sonhos de um paciente, pois ele é o foco do nosso trabalho”, afirmou a coordenadora da Rede Feminina, Larissa Bezerra. “Mesmo com pouco tempo para organizar, não medimos esforços para fazer com que o paciente se sinta bem, ouvido, acolhido e considerado”, relatou a gestora. “Quando se trata de celebrar o amor, nossa equipe se sente ainda mais motivada a transformar a experiência em um momento mágico. O beijo no final da cerimônia, as alianças trocadas com tanto carinho e até o momento de jogar o buquê — tudo isso encheu o ambiente de esperança e alegria.” *Com informações do IgesDF
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Corte de cabelo e barba leva humanização à UPA de Brazlândia
Um simples corte de cabelo ou de barba pode ir muito além da estética. Em ambientes hospitalares, esse gesto representa acolhimento, dignidade e um olhar mais humano sobre quem está enfrentando um momento de fragilidade. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Brazlândia, uma iniciativa voluntária oferece cortes de cabelo e barba gratuitos, promovendo bem-estar aos pacientes. Antônio Marcos Lima: “Quando corto o cabelo de um paciente, vejo no olhar dele uma mudança imediata. É como se ele recuperasse um pouco de si, da autoestima, da identidade” | Foto: Divulgação/IgesDF A ação é realizada pelo técnico de enfermagem e colorista Antônio Marcos Matos Lima, que já trabalhou por cerca de 10 anos como cabeleireiro em salões de beleza. “Eu acredito que o cuidado vai além do remédio. Quando corto o cabelo de um paciente, vejo no olhar dele uma mudança imediata. É como se ele recuperasse um pouco de si, da autoestima, da identidade. É muito gratificante poder doar esse tempo para fazer o outro se sentir melhor”, afirma Antônio Marcos. A gerente da UPA de Brazlândia, Célia Maria Gonçalves, destaca que ações como essa reforçam o compromisso da unidade com a humanização do atendimento e a valorização do ser humano em todas as suas dimensões. “Trabalhar na saúde é dedicar horas do nosso dia para cuidar de quem está com dor, de quem está vulnerável. Quando temos pessoas com esse olhar sensível, que se preocupam em fazer mais pelo outro, isso nos enche de esperança e nos lembra do verdadeiro sentido da nossa profissão. É bonito, é valioso, e nós incentivamos cada vez mais esse tipo de iniciativa”, diz Célia. *Com informações do IgesDF
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Voluntários ampliam capacidade de atendimento de crianças em projetos esportivos
Sara Fonseca, 10 anos, sonha ser astronauta. Enquanto não chega lá, ela abraçou outra paixão, que também a ajuda a chegar alto: a ginástica acrobática. Desde os 6 anos, a pequena faz aulas gratuitas da modalidade no Ginásio de Esportes de Sobradinho. “Minha mãe descobriu que tinha essa ginástica aqui, eu fiz a seletiva e passei. Fiquei muito feliz na hora que vi meu nome na lista de aprovados”, lembra. O Programa Esporte Social Voluntário conta atualmente com 412 voluntários, que atuam em 33 regiões do DF, com ajuda de custo para cobrir gastos com alimentação e transporte | Fotos: Joel Rodrigues/Agência Brasília Tal felicidade só foi possível graças ao projeto Esporte Social Voluntário, da Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal. Por meio dele, pessoas com a vocação de ajudar podem se inscrever e possibilitar que mais crianças sejam atendidas por projetos da pasta — o que implica em realizar ainda mais sonhos. “O Projeto Esporte Social Voluntário é uma excelente iniciativa que amplia o acesso à prática de esportes em nossa cidade. O esporte é uma ferramenta extremamente eficaz de inclusão e transformação social. Promove uma vida mais saudável e com todos os pilares que a prática esportiva nos dá, como respeito e disciplina. Valores que ultrapassam as quadras e equipamentos públicos, abrindo portas para um futuro melhor”, destaca a vice-governadora do DF, Celina Leão. “É uma iniciativa que fortalece a prática esportiva como ferramenta de transformação social. Ao reunir voluntários e incentivar a participação ativa da comunidade, buscamos promover inclusão, saúde e cidadania para todos, principalmente nas regiões que mais precisam”, acrescenta o secretário de Esporte e Lazer, Renato Junqueira. Simone Faria participa do programa desde 2022 e diz que é um trabalho muito gratificante Atualmente, são 412 voluntários ativos, que atuam em 33 regiões do DF. Um deles é Simone Faria, que entrou no programa em 2022. “Minha filha já fazia ginástica aqui [no Centro de Iniciação Desportiva de Sobradinho], a professora descobriu que eu era professora de Educação Física e falou que estava precisando muito de ajuda. Como eu estava em casa só estudando, falei para ela que eu vinha ajudar sem compromisso. Mas a gente vem sem compromisso e toma amor. Eu tomei muito amor pela ginástica”, conta. A recompensa, ela afirma, é ver a satisfação dos alunos: “Se falarem que tem que trabalhar de manhã e de tarde, a gente fica. Até de noite a gente vem, fim de semana, quando tem torneio… É tudo muito gratificante. As crianças trazem esse retorno quando elas fazem tudo tão lindo nas apresentações, quando conseguem alcançar um resultado tão esperado, fruto do trabalho de um ano inteiro”. “As professoras são muito boas, gosto muito como ajudam a gente a melhorar”, diz Sara Fonseca Mas também há um pagamento em dinheiro. Os inscritos conseguem pedir o ressarcimento de R$ 37 por dia para cobrir gastos com alimentação e transporte. Assim, a ajuda de custo pode chegar a R$ 740 por mês. O valor é um bom auxílio para a também voluntária Rayna Vasconcelos. “Nos ajuda financeiramente, até para que eu consiga colocar combustível no meu carro para poder me locomover e vir dar as aulas, para comprar um lanche. Ajuda bastante”, pontua ela, que também conheceu o projeto após levar a filha para fazer aulas no CID de Sobradinho. A sensação de gratidão, porém, é maior do que qualquer valor. “Traz para a gente um olhar de que eu faço parte, de que eu sou importante para a evolução dessas crianças, para a transformação delas por meio do esporte. É maravilhoso, é transformador”, define Rayna. “Não sou formada em Educação Física, mas já nasce dentro da gente essa vontade de fazer o curso para continuar a evoluir e crescer ainda mais.” E as próprias crianças sentem a evolução propiciada pelas voluntárias. “As professoras são muito boas, gosto muito como ajudam a gente a melhorar. Sempre que a gente erra, elas corrigem”, opina Sara Fonseca, 10. “São muito atenciosas, muito mesmo. Qualquer coisinha elas estão ali para ajudar”, emenda Bianca Bethonico, 12. “Elas ajudam bastante, orientam a gente, conversam… Às vezes a gente não sabe fazer, elas nos seguram”, arremata Lara Cavalcante, 11. Os interessados em participar do Esporte Social Voluntário podem se inscrever pela internet. É preciso apresentar documento de identidade, comprovante de residência e certidões negativas criminais, além de um currículo.
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