A ginástica acrobática é um esporte coletivo. Seus movimentos servem como uma metáfora da vida: dá para chegar alto, contanto que haja alguém lhe apoiando. Assim foi com Jéssica Aguiar, 26 anos. O Centro Olímpico e Paralímpico (COP) da Estrutural serviu de base para que ela pudesse escolher uma direção e alçar voo na carreira. Hoje, formada em Educação Física, a jovem atua como professora e dá o suporte para que outras meninas possam chegar ao topo de suas próprias pirâmides.
“O esporte me ofereceu novos horizontes. Fez com que eu pudesse viajar, abriu esse leque de oportunidades”, diz Jéssica Aguiar, que foi aluna do COP da Estrutural e hoje atua como professora | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
“O esporte tem total responsabilidade na Jéssica que eu sou hoje. Me moldou, formou o meu caráter, me fez uma pessoa melhor, mais responsável. Então, eu digo com 100% de certeza que, se eu não tivesse encontrado o esporte, eu não sei quem eu seria hoje. Não consigo olhar para trás e pensar para qual outro lado eu poderia ter ido”, conta.
“A gente tem muitas outras oportunidades de caminhos mais fáceis do que cursar uma universidade. Eu vim de uma família extremamente pobre, meu pai é motorista de caminhão e minha mãe, empregada doméstica. Eles nunca deixaram faltar nada, mas a gente sempre teve uma vida muito restrita. O esporte me ofereceu novos horizontes. Fez com que eu pudesse viajar, abriu esse leque de oportunidades. É um caminho muito mais legal. Vai ser mais difícil chegar lá, mas a recompensa, no final, vai valer a pena”, diz a professora.
Professora efetiva do COP da Estrutural desde 2022, Jéssica diz que sua maior motivação é ajudar as crianças a terem novos horizontes e oportunidades
O caminho do esporte, para ela, começou aos 13 anos, em 2011, quando foi inaugurado o COP da Estrutural. “O Centro Olímpico trouxe algo novo para a galera da comunidade, porque a gente era bem limitado em relação à atividade física”, lembra. Inicialmente, Jéssica era aluna de natação. Em 2012, por meio do projeto Futuro Campeão, conheceu a ginástica acrobática. A partir daí, passou a dedicar-se à modalidade e chegou a disputar competições fora do DF. Porém, precisou parar em 2016, quando iniciou a faculdade de Educação Física. “Na ginástica eu não tinha tempo, porque são cinco horas de treino por dia. Aí ou trabalha ou treina.”
