Heróis brasileiros entraram em campo na noite desta quinta-feira (20) na Arena BRB Mané Garrincha. E não estamos falando dos jogadores da Seleção Brasileira Masculina de Futebol que enfrentaram a Colômbia em partida das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. O timaço que roubou a cena no gramado nesta noite foi a Seleção de Guerreiros do HCB, composta por 30 pacientes em tratamento de câncer ou de doenças raras no Hospital da Criança de Brasília (HCB). Carregando as bandeiras ou ao lado dos jogadores das duas seleções, os pequenos deram um show de alegria, emocionando todos os presentes.
O timaço que roubou a cena no gramado nesta noite foi a Seleção de Guerreiros do HCB, composta por 30 pacientes em tratamento de câncer ou de doenças raras no Hospital da Criança de Brasília (HCB) | Fotos: Renato Alves/Agência Brasília
A preparação das crianças começou cedo. Por volta das 17h, elas já aguardavam na recepção do hospital munidas de uniforme, chuteira, meião e muita alegria. Assim como costuma fazer a Seleção Brasileira, as meninas e os meninos foram levados ao estádio em três ônibus – um do Corpo de Bombeiros e dois da TCB (Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília) – e uma van, conduzidos por batedores da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) que foram abrindo o trânsito.
O governador Ibaneis Rocha e a primeira-dama Mayara Noronha Rocha com as crianças que entraram em campo com os jogadores da Seleção Brasileira e do time colombiano
A ação foi promovida pelo Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Chefia-Executiva de Políticas Sociais, em parceria com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). “Eu vi [nas crianças] a tradução da palavra esperança, eles que estão enfrentando grandes desafios no tratamento. Tem a fé e a esperança na saúde e a fé e a esperança ao entrar em campo. Não foi só uma partida de futebol, foi algo muito maior. Eu consegui definir tudo que a gente viveu nessa preparação para o jogo como uma dose, uma injeção de cura. Isso que aconteceu hoje faz parte do tratamento”, avaliou a primeira-dama do Distrito Federal, Mayara Noronha Rocha, idealizadora da iniciativa.
Experiência inédita
A maior parte das crianças nunca havia pisado em um estádio antes e a experiência de entrar em campo e conhecer os jogadores foi inédita para todas. “Estou muito feliz, porque eu nunca fui num jogo na minha vida”, contou Elisa Amaral, 8 anos, que entrou junto aos jogadores da Seleção colombiana. Animada pela oportunidade, a pequena acordou cedo e ao meio-dia já estava preparada para o jogo: “Fiquei o dia todo imaginando como seria”. Além de um adereço verde e amarelo no cabelo, Elisa vestia uma espécie de braçadeira com a bandeira do Brasil.
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A mãe Tatiana Lira do Amaral, 40, disse que estava até mais ansiosa que a menina. “Dessa vez quem não dormiu foi eu. Acordei às 5h30 com frio na barriga. É uma emoção muito grande. Só a gente sabe o que passou nesses dois anos de tratamento. Nunca imaginei que pudéssemos viver uma alegria tão grande”, revelou. Para a matriarca, ver Elisa em campo representa a luta dela e de tantas outras crianças. “Nesses dois anos, tantos coleguinhas passaram e não tiveram a mesma felicidade que ela de estar viva. Então, com certeza, a Elisa representa todas essas crianças e essas batalhas”, completou.
